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Abin: 93% dos caminhões que participaram dos atos golpistas vieram de 4 estados

No total, 136 são do Mato Grosso, 56 da Bahia, 46 de Goiás e 26 do Paraná. Bolsonaro venceu as eleições em três desses estados

atualizado

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General Comboio com 50 ônibus deixa QG do Exército com extremistas
1 de 1 General Comboio com 50 ônibus deixa QG do Exército com extremistas - Foto: Pedro Iff/Metrópoles

Dos 272 caminhões que integraram comboios a Brasília (DF) para atos antidemocráticos desde 4 de novembro do ano passado, 93% são de apenas quatro estados. No total, 136 são do Mato Grosso, 56 da Bahia, 46 de Goiás e 26 do Paraná. Os dados foram obtidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e enviados à Comissão Parlamentar Mista dos Atos Golpistas que está em curso no Congresso Nacional.

Nas eleições do ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve maioria dos votos em três desses estados: Mato Grosso, com 65% no segundo turno; Goiás, com 58%; e Paraná, com 62%. Na Bahia, Lula venceu com 72%.

Os dados são de apenas quatro dias após o segundo turno das eleições, que consagraram Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente. Apoiadores de Bolsonaro se reuniram em frente ao Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU), desde a data do pleito, em protesto contra a vitória da petista e permaneceram no local até 9 de janeiro, quando o Exército os expulsou, após os atos de 8 de janeiro.

Foi justamente do QG do Exército que os manifestantes marcharam, escoltados por policiais militares, até a Esplanada dos Ministérios. No local, durante horas, atos de selvageria foram direcionados às sedes dos Três Poderes, que foram invadidas, depredadas e espoliadas.

No total, as cidades da onde mais caminhões saíram foram Sorriso (MT), com 72, e Luís Eduardo Magalhães (BA), com 22. Sorriso tem uma população de 117 mil habitantes, enquanto a cidade baiana tem 107 mil. Esta última cidade do Oeste Baiano tem fortes características no agronegócio e, inclusive, deu a Bolsonaro vitória no segundo turno, com 58,6% dos votos.

Dos 272 caminhões, 132 estão registrados em nome de pessoas jurídicas, o que indica o envolvimento de grupos empresariais ligados ao agronegócio no financiamento ao acampamento em frente ao QG. Os demais caminhões (140) estão registrados em nome de pessoas físicas. Grande parte dos indivíduos identificados como proprietários possui participação societária relevante em empresas de médio porte do setor agropecuário.

O mapeamento das rotas revela quatro fluxos principais de deslocamento. Foram 135 caminhões identificados que percorreram o caminho para Brasília pela BR-163. Esse foi o principal fluxo, compreendendo caminhões de Sorriso, Tapurah, Campo Novo do Parecis e Nova Mutum, todas no MT.

O cientista político Rodolfo Marques explica que Mato Grosso, Paraná e Goiás foram redutos muito importantes da campanha de Jair Bolsonaro, o que explica a grande mobilização em direção a Brasília.

“Você tem financiadores, grupos simpatizantes ao ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram desse processo de protesto”, explica.

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Acampamento em frente ao QG
Operação de retirada dos extremistas começou no início da manhã
Acampamento tinha, aproximadamente, 3 mil integrantes
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Militares do Exército realizam removem itens que sobraram na Praça dos Cristais

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Acampamento em frente ao QG

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Operação de retirada dos extremistas começou no início da manhã

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Acampamento tinha, aproximadamente, 3 mil integrantes

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Mais de 1,4 mil foram retirados em ônibus, e 1,2 mil acabaram presos

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PM e Exército desocupando acampamento de bolsonaristas

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Barracas e itens pessoais dos bolsonaristas encontrados no local

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Desocupação só ocorreu em 9 de janeiro

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Bolsonaristas retirados em ônibus, na manhã de segunda-feira (9/1)

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Veículos levaram bolsonaristas para a Polícia Federal, mas também passaram pela sede da PCDF

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Acampamentos

Metrópoles mostrou no ano passado a realidade nos acampamentos em frente ao QG. Com barracas, alimentos e vestidos de verde e amarelo, os manifestantes montaram o que alguns chamam de “Acampamento da Liberdade”. “Manifestação pela nossa liberdade está apenas começando. Chamem mais gente para cá. Sem data para ir embora”, disse um dos integrantes do grupo.

O objetivo do grupo era ficar acampado “até que as Forças Armadas fizessem uma intervenção federal”.

A mobilização só teve fim em 9 de janeiro, quando, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o acampamento foi desativado. Ele também decretou que todos os participantes fossem presos em flagrante por diversos crimes.

No total, o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou 1.290 envolvidos nos atos de 8 de janeiro em réus pela participação nos ataques.

Em 26 de junho, o STF iniciou audiências de 232 ações penais contra acusados pelos atos golpistas. As audiências ocorrerão por meio de videoconferência e devem ser finalizadas até 31 de julho.

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