Abcam defende permanência de tabela mínima de frete no setor
Associação afirma que a criação do piso evitará exploração do trabalho do transportador e garantirá custeio mínimo de suas despesas
atualizado
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Em meio a polêmica da tabela mínima de frete para o transporte rodoviário de cargas, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) segue defendendo a importância do tabelamento com a permanência dos preços mínimos para a categoria.
Em nota, a Abcam entende que se faz necessário o controle de mercado para evitar o abuso do poder econômico e o aumento arbitrário dos lucros. De acordo com a associação, “é sabido que, hoje, os caminhoneiros autônomos são mal remunerados e trabalham em condições precárias, dada a falta de qualidade da malha rodoviária e de pontos de descanso seguros e estruturados.”
A abcam afirma que a criação do piso evitará a exploração do trabalho do transportador e garantirá o custeio mínimo de suas despesas, especialmente com o pagamento de óleo diesel, que chega a representar 40% do custo total.
“Me pergunto se nós, caminhoneiros, não caímos em uma armadilha do Governo que, com o intuito de dar fim às paralisações, concordou em criar uma tabela de frete, mesmo sabendo que ela seria barrada lá na frente. E agora, como ficamos? ” questiona o presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes.
Segundo a nota, as incertezas que pairam sobre o mercado não podem ser colocadas na conta dos caminhoneiros. Isso porque os problemas vividos pela categoria já vinham sendo discutidos no Fórum do Transporte de Carga, criado pelo próprio Governo e que tinha como intuito obter as devidas soluções para as reivindicações apresentadas.
“Às vezes fico analisando toda essa situação e chego à conclusão de que o governo nos atendeu muito rápido nas reivindicações propostas, desconfio até que percebeu mais rápido do que nós, que a questão do tabelamento mínimo de fretes sofreria todas essas interferências”, comenta Fonseca.
Segundo ele, as pressões de diversos setores que defendem a livre negociação já era um item calculado pelo Governo. “Já era óbvio todas as ações de inconstitucionalidade propostas ao STF. De qualquer forma, o Governo não pode se furtar de tudo isso e alegar simplesmente que fez a parte dele e que não há mais nada a fazer”. (Com informações da Abcam)