“A vida de alguém é um troféu”, diz irmã de torcedor espancado em trem
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o flamenguista sendo brutalmente espancado por dez homens no vagão de um trem, no RJ
atualizado
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Rio de Janeiro – O flamenguista que foi brutalmente espancado na volta do estádio do Maracanã, no último domingo (5/6), conseguiu fazer o registro de ocorrência na Polícia Civil e se recupera das lesões. Ao Metrópoles, a irmã da vítima disse que o rapaz foi agredido por causa de um boné e teve todos os pertences roubados. Veja o vídeo:
“Ele está com muitas dores pelo corpo todo. Não teve nenhum osso quebrado, mas está com a face bem machucada. Meu irmão tomou muita pancada na cabeça, está com confusão mental e agora vamos atrás de tomografia para ele”, disse Jaqueline Chagas, 41, à reportagem.
De acordo com a irmã da vítima, tudo começou no início da noite, na estação de trem de Deodoro, zona norte do Rio, quando o irmão, de 44 anos, voltava da disputa entre Flamengo e Fortaleza.
O rapaz usava um boné da torcida organizada da Raça e a camisa estava amarrada na cintura. Três homens da Jovem, torcida rival, avistaram o boné, e chamaram um grupo de 10 pessoas, em outro vagão de trem.
“Bateram muito no meu irmão. Como ele é grande, forte, chamaram os outros caras que estavam no outro vagão. Foi uma covardia. Depois que ele estava apagado, continuaram batendo, chutando o maxilar, agredindo, e ainda roubaram celular, roupa, boné, documento, tudo. Não só espancaram ele, como roubaram”, disse a irmã.
Após as agressões, os homens compartilharam uma foto pisando na camisa que seria do rapaz espancado: “A vida de alguém é um troféu. Hoje eu estou conseguindo falar, mas ontem, anteontem, foi muito difícil. Minha mãe passou mal, o filho dele que é especial viu o vídeo, ficou desesperado”, relatou.
Socorrido por camelôs
O empreiteiro é torcedor fanático do Flamengo, com direito a tatuagem em homenagem ao clube e aos jogadores. Diariamente ele pega trem para o trabalho e visita o Maracanã com frequência, mas agora tem medo.
“Ele não quer ir ao Maracanã nunca mais, está com medo, com confusão mental por causa das pancadas e muito triste com toda a situação. Meu irmão foi socorrido pelos camelôs, que reconheceram ele, já que todos os dias ele está no trem. O pessoal da Supervia não fez nada. Não dispersou a briga, não ajudou, não prestou socorro. Nada”, relatou.
O Metrópoles a Supervia, concessionária responsável pelos trens no Rio de Janeiro, disse que lamenta as cenas registradas nas imagens que circularam nas redes sociais nesses últimos dias, mostrando uma briga no interior de um trem:
“Ainda que na faixa de domínio do sistema ferroviário, o dever de combater crimes é do poder público, por questão de atribuição legal (o poder de polícia é indelegável), sendo o dever da SuperVia apenas o de contribuir com o poder público e zelar pela segurança patrimonial dos bens da concessão. A empresa investe em campanhas de conscientização para orientar e ampliar a boa convivência dentro dos trens, mas não tem como se responsabilizar pelo comportamento dos passageiros. À SuperVia, cabe, quando os agentes terceirizados identificam qualquer prática ilegal dentro das estações e trens, acionar as autoridades competentes e ajudar/auxiliar os passageiros no que for necessário”, diz a nota.
Depois de duas tentativas, a família conseguiu registrar a ocorrência na 56ª DP, em Comendador Soares, para que os agressores possam ser identificados pela Polícia Civil.
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