“A política não é do ministro da Saúde, é do governo”, diz Queiroga
Médico cardiologista indicado de Bolsonaro para a Saúde se reúne com o atual ministro, Eduardo Pazuello, nesta manhã
atualizado
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O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Marcelo Queiroga — escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o Ministério da Saúde —, disse, nesta terça-feira (16/3), que “executará a política do governo”. Ele se reúne com o atual ministro da pasta, general Eduardo Pazuello.
“O governo está trabalhando. As políticas públicas estão sendo colocadas em prática. O ministro Pazuello anunciou todo o cronograma da vacinação. A política é do governo Bolsonaro, não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo”, afirmou Queiroga.
“O ministro Pazuello tem trabalhado arduamente para melhorar as condições sanitárias do Brasil e eu fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho. Nós vamos conseguir vencer essa crise na saúde pública brasileira”, prosseguiu o médico cardiologista, que ainda não teve a nomeação publicada no Diário Oficial da União (DOU).
Queiroga ressaltou a importância do papel da imprensa e pontuou que “hoje precisamos de uma união nacional para vencermos o novo coronavírus”.
Ele também se recusou a avaliar a gestão do general Eduardo Pazuello. “Vim aqui para trabalhar com o Brasil, juntamente com o general Pazuello e os outros ministros do governo Bolsonaro. O presidente está muito preocupado com essa situação, ele tem pensado nisso diuturnamente. E vamos buscar as soluções”, destacou.
O chefe do Executivo federal bateu o martelo e escolheu, na segunda-feira (15/3), Queiroga para ser o novo ministro da Saúde. Ele assumirá a pasta em substituição ao atual ministro, general Eduardo Pazuello, criticado pela forma como conduz o enfrentamento à pandemia no país.
Também nesta segunda, Pazuello deu uma entrevista coletiva em tom de despedida. O atual titular da Saúde disse que não pediu para ir embora, mas que o mandatário da República estava “reorganizando a pasta”. “O cargo é do presidente da República. E, sim, o presidente está pensando em nomes”, assinalou.
Com a nova mudança no Ministério da Saúde, o médico será o quarto a ocupar o cargo, desde o início da crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus. Desde março do ano passado, a pasta já foi comandada, além de Pazuello, por Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Perfil
Marcelo Queiroga, de 55 anos, escolhido para ser o novo ministro da Saúde, é médico formado pela Universidade Federal da Paraíba. Ele fez residência médica no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, e treinamento em hemodinâmica e cardiologia intervencionista na Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O médico também é responsável pelo Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa (PB), e presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Desde o início da pandemia, Queiroga tem usado as redes sociais para pedir à população que respeite as medidas de proteção ao coronavírus, como o uso de máscara. Em post ele diz: “ATENÇÃO – Use Máscara!!!”
Queiroga é amigo do também cardiologista Hélio Roque Figueira, sogro do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República. Flávio chegou a indicar o nome de Queiroga para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ele esperava a sabatina do Senado, suspensa por causa da pandemia.