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À PF, Ribeiro confirma que recebeu pastores a pedido de Bolsonaro

No depoimento, porém, ex-ministro da Educação negou que ministério tenha dada “tratamento privilegiados” aos religiosos

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Presidente Jair Messias Bolsonaro - Milton Ribeiro
1 de 1 Presidente Jair Messias Bolsonaro - Milton Ribeiro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro confirmou à Polícia Federal, nesta quinta-feira (31/3), que recebeu os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura em seu gabinete após o presidente Jair Bolsonaro (PL) lhe pedir, mas negou que eles receberam “tratamento privilegiado”.

Os religiosos são acusados de envolvimento em suposto esquema na pasta para facilitar a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a prefeitos aliados de Bolsonaro.

O depoimento foi prestado à PF no inquérito aberto por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as suspeitas na gestão de Milton Ribeiro.

No depoimento, Ribeiro negou ter conhecimento de qualquer irregularidade na negociação de verbas do MEC.

Novos personagens seguem aparecendo no caso. Na semana passada, em São Paulo, o dirigente do Avante José Edvaldo Brito afirmou que havia denunciado ao ministro o esquema de propina dos dois pastores. Também há suspeitas em Goiás: o pastor Arilton pediu a emissão de passagens aéreas para servidores da prefeitura de Goiânia, governada por outro pastor, participarem de um evento do FNDE, alvo das denúncias.

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Antes de virar ministro, Milton Ribeiro já colecionava uma série de polêmicas. Em uma delas, postou no canal que tinha no YouTube palestra em uma Igreja Presbiteriana, em 2016. À época, afirmou apoiar o castigo físico em crianças
“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa. Um bom resultado não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves”, disse. Segundo ele, as crianças “devem sentir dor”. Um dia após tomar posse no Ministério da Educação, no entanto, retirou o vídeo da plataforma e, mais tarde, afirmou nunca ter falado sobre o assunto
Em 2018, o ex-ministro afirmou que universidades incentivavam alunos a fazerem “sexo sem limites”. “Para contribuir ainda mais, em termos negativos, para o sexo veio a questão do existencialismo. Não importa se é com homem ou mulher”, disse. “É isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade”, completou
Além disso, Ribeiro afirmou que universidades devem ser para poucos e que reitores de federais não podem ser “esquerdistas” ou “lulistas”. “Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda”, relatou
Durante a pandemia, Milton também criticou professores que defendiam a vacinação de crianças para o retorno das aulas. “Infelizmente, alguns maus professores fomentam a vacinação deles, que foi conseguida. Agora, querem a imunização das crianças. Depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disse
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Antes de virar ministro, Milton Ribeiro já colecionava uma série de polêmicas. Em uma delas, postou no canal que tinha no YouTube palestra em uma Igreja Presbiteriana, em 2016. À época, afirmou apoiar o castigo físico em crianças

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“Essa ideia que muitos têm de que a criança é inocente é relativa. Um bom resultado não vai ser obtido por meios justos e métodos suaves”, disse. Segundo ele, as crianças “devem sentir dor”. Um dia após tomar posse no Ministério da Educação, no entanto, retirou o vídeo da plataforma e, mais tarde, afirmou nunca ter falado sobre o assunto

Reprodução/YouTube
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Em 2018, o ex-ministro afirmou que universidades incentivavam alunos a fazerem “sexo sem limites”. “Para contribuir ainda mais, em termos negativos, para o sexo veio a questão do existencialismo. Não importa se é com homem ou mulher”, disse. “É isso que eles estão ensinando para os nossos filhos na universidade”, completou

Reprodução/Redes Sociais
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Além disso, Ribeiro afirmou que universidades devem ser para poucos e que reitores de federais não podem ser “esquerdistas” ou “lulistas”. “Eu acho que reitor tem que cuidar da educação e ponto final, e respeitar quem pensa diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político de um partido A, de direita, e muito menos de esquerda”, relatou

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Durante a pandemia, Milton também criticou professores que defendiam a vacinação de crianças para o retorno das aulas. “Infelizmente, alguns maus professores fomentam a vacinação deles, que foi conseguida. Agora, querem a imunização das crianças. Depois, com todo o respeito, para o cachorro, para o gato. Querem vacinação de todo jeito. O assunto é: querem manter escola fechada”, disse

Isac Nóbrega/PR
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No fim de 2020, Ribeiro alegou que a nota do Enem de 2021 não poderia ser utilizada para o Sisu, Prouni ou Fies. Segundo ele, para ter acesso aos programas, era necessário utilizar notas de exames anteriores. Após manifestações contrárias, o Ministério da Educação negou as falas do chefe

Fábio Rodrigues/Agência Brasil
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Durante uma entrevista, Milton Ribeiro relacionou a homossexualidade a “famílias desajeitadas”. “Acho que o adolescente, que muitas vezes opta por andar no caminho do 'homossexualismo' (SIC), tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”, afirmou

Isac Nóbrega/PR
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Em 2021, quando ainda era ministro, declarou que a inclusão de alunos com deficiências na mesma turma que alunos sem deficiências “atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tem equipe e não tem conhecimento para dar atenção especial”. Segundo ele, “existem crianças com um grau de deficiência que é impossível a convivência”

Reprodução/Tv Brasil
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No início de 2022, um áudio onde Milton Ribeiro afirma priorizar repasses da Educação a determinadas prefeituras e a pedidos do presidente Bolsonaro ganhou o noticiário. Apesar de, logo em seguida, negar a existência de irregularidades, bem como o envolvimento de Bolsonaro, Ribeiro passou a ser objeto de pedidos de investigação

Vinícius Schmidt/Metrópoles
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“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma Ribeiro em conversa gravada. “A minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, declarou o então ministro

Arthur Menescal/Especial Metrópoles

Investigação no Senado

A Comissão de Educação do Senado Federal divulgou, também nesta quinta-feira, o cronograma de oitivas do colegiado para a próxima semana. O colegiado ouvirá prefeitos, servidores do Ministério da Educação e pastores acusados de envolvimento no suposto esquema.

Na próxima terça-feira (5/4), o colegiado ouvirá nove prefeitos. São eles: Gilberto Braga, do município de Luís Domingues (MA); José Manoel de Souza, de Boa Esperança do Sul (SP); Kelton Pinheiro, de Bonfinópolis (GO); Junior Garimpeiro, de Centro Novo (MA); Calvet Filho, de Rosário (MA); Marlene Miranda, de Bom Lugar (MA); Nilson Caffer, de Guarani D’Oeste (SP); Reinaldo Vilela Filho, de Três Corações (MG); e Helder Aragão, de Anajatuba (MA).

Dois dias depois, na quinta (7/4), a comissão volta a se reunir para colher o depoimento do presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Marcelo Pontes, e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

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