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À PF, Luis Miranda diz que Pazuello relatou pressão de Arthur Lira

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello teria confessado a Miranda que recebeu pressão do presidente da Câmara para liberar recursos

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Deputado Luis Miranda, do DEM do Distrito Federal, durante coletiva após depor na sede da Polícia Federal, em Brasília 2
1 de 1 Deputado Luis Miranda, do DEM do Distrito Federal, durante coletiva após depor na sede da Polícia Federal, em Brasília 2 - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

Em depoimento à Polícia Federal, na semana passada, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) relatou que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello teria dito a ele que recebeu pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para liberar recursos da pasta.

As informações foram reveladas pelo O Globo, que também teve acesso ao vídeo da oitiva do parlamentar. Na ocasião, o parlamentar afirmou ainda que Pazuello teria dito que havia “sacanagem” no ministério desde que ele assumiu.

“Eu disse: ‘Pazuello, tá tendo sacanagem no teu ministério. Tem que agir, mermão’. Aí ele falou: ‘Sacanagem tem desde que eu entrei’, com aquele jeitão carioca dele. Inclusive, ontem, eu fui no presidente e entreguei um negócio pra ele. É um absurdo. Se estiver acontecendo de verdade, é um absurdo. Você (Pazuello) precisa cuidar disso'”, narrou Miranda.

Segundo o parlamentar, Pazuello teria respondido que não conseguia falar com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “‘Deputado, posso falar a verdade? Eu passei seis horas andando de helicóptero com ele (Bolsonaro) e consegui dez minutos de atenção dele. Eu não consigo. Eu tenho coisas pra resolver com ele e, porra, no final do ano eu levei uma pressão tão grande que eu não sei exatamente como resolver. Uma pressão… um cara'”.

Veja vídeo:

Lira

Miranda disse, em seguida, ter perguntado quem era o “cara” a qual Pazuello se referia.  “‘O Arthur Lira, porra. O Arthur Lira colocou o dedo na minha cara e disse: ‘Eu vou te tirar dessa cadeira’, porque eu não quis liberar a grana pra listinha que ele me deu dos municípios que ele queria que recebesse. Ele bota o dedo na minha cara'”, contou.

De acordo com a narrativa de Miranda, a conversa continua e o parlamentar teria questionado se o assunto era de conhecimento de Bolsonaro. “‘Lógico que o presidente sabe. Eu falei para o presidente’, disse. ‘Eu olhei para o Pazuello: ‘Você não tem noção do que tá falando, cara’. Ele falou: ‘Luis, Eu não durmo. Nessa semana, eu tô fora. Eles vão me tirar, cara. O cara falou que ia me tirar'”.

“‘Você tem noção, Luis, do que nós fizemos pelo Brasil?’, ele me questionou. E ele começou a contar toda uma história que ele materializou com mensagens que ele enviou depois. ‘Nós tentamos comprar EPI (matéria de proteção sanitária), não deixaram. Tentamos importar vacina antecipada e não deixaram. Tentei fazer contrato, mandaram cancelar o contrato’, narrando um caso que aconteceu lá atrás, que o próprio Palácio mandou ele cancelar o contrato.”

Procurada, a assessoria de imprensa de Arthur Lira não havia se manifestado sobre o teor do depoimento de Miranda para a Polícia Federal. O espaço será atualizado se houver posicionamento oficial da Presidência da Câmara dos Deputados.

Miranda

Em junho, o deputado revelou “a ponta do iceberg” de possíveis problemas no Ministério da Saúde. O parlamentar e o irmão, o servidor concursado Luis Ricardo Miranda, denunciaram possíveis irregularidades na aquisição da vacina indiana Covaxin.

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