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“A gente já tem o que queria”, diz líder dos caminhoneiros no Rio

Categoria de motoristas reivindica redução do ICMS sobre o diesel e a mudança do recolhimento do imposto junto ao governo do estado

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DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
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1 de 1 DANIEL TEIXEIRAESTADÃO CONTEÚDO - Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Os caminhoneiros que participam há uma semana da paralisação em estradas do Rio estão dispostos a se desmobilizar, disse neste domingo (27/5) uma das lideranças do movimento no Estado, Francisco Silva. Ele lembrou que a categoria já conseguiu os dois compromissos que buscou junto ao governador Luiz Fernando Pezão (MDB): a redução do ICMS sobre o diesel, de 16% para 12%, e a mudança do recolhimento do imposto, que irá desonerar as transportadoras.

“A gente já tem o que queria, a redução do ICMS e a substituição tributária. Nossa greve deu certo, brigamos pelos nossos ideais”, afirmou Silva. Ele disse que em diferentes pontos da Rodovia Washington Luiz, onde fica a Refinaria Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, há manifestantes de fora que se misturaram aos caminhoneiros. Eles teriam agendas políticas, ao contrário da categoria. “Nem caminhão eles têm. Hoje a situação é mais política do que qualquer outra coisa. Só que a gente não tem inclinação política”.

Neste domingo (27/5), o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) fez um apelo aos caminhoneiros pelo fim da greve. “Na quinta-feira, o movimento esteve comigo, e atendemos prontamente todas as reivindicações. A gente espera essa reciprocidade, que saiam dos piquetes, que vejam o sofrimento da população”, disse.

“É um apelo para salvar vidas, para que entrem mantimentos para escolas e hospitais. É essencial que a gente veja o lado humano. Não é só deixar passar carro de passeio. Estamos falando de vidas humanas, não é brincadeira. O clima está nervoso, mas eles têm que ter consciência do que já ganharam. Não podem viver de ganha-ganha”, reiterou.

De acordo com o governador, todas as escoltas para caminhões com combustível que foram pedidas desde a sexta-feira estão sendo atendidas, para que serviços essenciais não sejam paralisados. Pezão disse que há municípios no interior do Estado em que médicos não estão trabalhando porque não conseguem chegar a hospitais e clínicas.

As forças de segurança estão na Reduc para garantir as escoltas e a saída de combustível para entrega a órgãos de segurança, unidades de saúde e abastecimento de meios de transporte de massa. “Nosso principio básico é a negociação, para que o pessoal não nos obrigue a usar a força”, disse o interventor federal na segurança do Rio, general Walter Braga Netto, ao lado de Pezão.

“A população não pode sofrer por causa de interesses de outros grupos”, sublinhou. “Estamos com problemas de hemodiálise, de bancos de sangue. As pessoas têm que ter consciência disso. Já atendemos a mais de 160 escoltas e outras vão sair de noite”.

Segundo a prefeitura da capital, amanhã 40% dos ônibus cariocas vão funcionar. As escolas municipais, sem merenda, ficarão fechadas. Dos 360 ônibus articulados do BRT, só 5% vai funcionar da zero hora às 4 horas; o resto do dia ainda está sendo planejado. As barcas estarão com funcionamento reduzido.

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