“A ficha ainda não caiu”, diz mulher de PM morto no Complexo do Alemão
Cabo Bruno de Paula Costa, 38, trabalhava na UPP Nova Brasília, quando foi atingido por criminosos. Operação deixou ao menos 19 mortos
atualizado
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Rio de Janeiro- A mulher do cabo Bruno de Paula Costa, de 38 anos, esteve no Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta sexta-feira (22/7), para fazer a retirada do corpo do PM. Ele foi um dos 19 mortos da operação no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, na quinta-feira (21/7).
Por volta das 6h, o policial estava trabalhando na comunidade e acabou ferido quando a base da UPP Nova Brasília foi atacada por criminosos, segundo a Polícia Militar. Ele foi socorrido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu. O PM ingressou na corporação em 2014, era casado e deixou dois filhos com espectro autista.
“Meu filho mais velho é autista severo. Meu filho de 8 anos é autista leve. É uma tragédia. Eu peço que as pessoas continuem orando pela nossa família. Eu peço saúde a Deus, força para poder continuar a criar meus dois filhos, que vão precisar de mim”, disse Lídia Costa, mulher do policial, ao G1.
O corpo de Bruno será velado às 11h30 de sábado (23/7), na capela 4 do cemitério Jardim da Saúde, em Sulacap, zona oeste da cidade.
“Ele nasceu para isso. Foi paraquedista por sete anos. Era cabo também, foi cabo do Exército. Sempre teve paixão pelo militarismo, era um excelente policial militar, um excelente cabo do Exército. Então todo mundo está chocado, a ficha ainda não caiu. Estamos muito chocados. Eu queria agradecer todo o apoio da imprensa e o carinho de todos”, disse Lídia.
O Disque Denúncia divulgou um cartaz para ajudar na busca pelo responsável pela morte de Bruno. Com o PM, sobe para 32 o número de agentes de segurança mortos em ações violentas no Rio de Janeiro neste ano.
A ação da Polícia Militar com a Polícia Civil deixou ao menos três inocentes mortos e 16 suspeitos. Essa foi a quinta operação mais letal do Estado do Rio.