“A família é desestruturada”, diz pai de vítima do atirador em Goiânia
Os corpos dos meninos que foram mortos dentro do Colégio Goyazes, em Goiânia, nesta sexta (20), começaram a ser velados ainda na madrugada
atualizado
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Goiânia – Os corpos dos dois meninos que foram mortos no Colégio Goyazes, em Goiânia, nesta sexta-feira (20/10), começaram a ser velados ainda na madrugada deste sábado (21). Os familiares de João Pedro Calembo estão, desde a 1h, na capela do Cemitério Parque Memorial, na GO-020, se despedindo do garoto.
Mesmo muito emocionado, Leonardo Calembo, pai do garoto, chama atenção pela maneira serena com que está lidando com a tragédia. “Preciso ser forte pelos meus filhos e pela minha esposa, que está muito abalada. Deus tem me dado força”, afirmou ao Metrópoles.
As vítimas
Amigos próximos acreditam que a escola poderia ter feito mais para evitar a tragédia. Já o pai do garoto culpa a falta de amor. “Estou tentando tirar uma lição disso. Os presídios estão cheios de jovens que não tiveram educação suficiente e a presença de um pai em casa. Faltou conversa, faltou pai e mãe. Como ninguém percebeu que isso poderia acontecer? Isso é resultado de uma família desestruturada”, completou Leonardo. Ainda segundo o pai, ele e a esposa já perdoaram o atirador.
A outra vítima fatal da tragédia, João Vitor Gomes, está sendo velada no Cemitério Jardim das Palmeiras. O enterro está previsto para as 11h.
A tragédia
A perícia da Polícia Civil de Goiás revelou, após seis horas de apuração, que o estudante usou uma pistola .40, de propriedade da mãe, que é da Polícia Militar, para efetuar os disparos. Segundo os agentes, o jovem estava na classe desde o início da manhã de sexta (20) e atirou contra os colegas por volta das 11h50, ao término de uma aula.
O adolescente foi apreendido 20 minutos depois e encaminhado para a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depae). De acordo com a PM, colegas de turma apontam que ele sofria bullying pelo mau cheiro. Um deles teria levado um desodorante para o colégio na sexta (20) com o objetivo de provocar o agressor.
O socorro foi chamado por uma professora por volta das 12h. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou as duas mortes: João Pedro Calembo, 13 anos; e João Vitor Gomes, 12. Segundo os bombeiros, os feridos são: Isadora de Morais, Marcela Rocha Macêdo, Lara Fleury Borges e Hyago Marques. Três deles, em estado grave, foram transportados de helicóptero para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e receberam atendimento médico. Uma das adolescentes se encontra sedada e entubada.