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“A democracia é incompatível com a intolerância”, afirma Rosa Weber

A presidente do Supremo ressaltou a celebração do Dia Internacional da Tolerância e repudiou ataque contra ministros nos EUA

atualizado

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Fellipe Sampaio/STF
Imagem colorida da minista Rosa Weber no plenário do STF - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida da minista Rosa Weber no plenário do STF - Metrópoles - Foto: Fellipe Sampaio/STF

Na primeira sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) após ministros da Corte serem hostilizados por bolsonaristas em Nova York, nos Estados Unidos, a presidente do STF, Rosa Weber, voltou a repudiar a intolerância e a agressividade. Ela criticou ainda a violência e o desrespeito à livre diversidade de pensamento e expressão no Brasil.

“A democracia é incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive oral, contra qualquer cidadão”, disse a presidente na sessão do plenário desta quarta-feira (16/11). A presidente do STF lembrou que, em 16 de novembro, celebra-se o dia Internacional da Tolerância, proclamado pela Unesco, em 1995.

“Consigna o artigo primeiro desta declaração que: tolerância é respeito, aceitação e apreço da rica diversidade do nosso mundo, das formas de expressão e modo de sermos humanos. A tolerância é harmonia na diferença, a tolerância é virtude que faz possível a paz e contribui para substituir a cultura da guerra pela cultura da paz”, lembrou a ministra ao dizer que “colhe da mesma declaração” dos princípios da Unesco.

“Tolerância não é concessão, condescendência ou indulgência, antes de tudo é uma atitude ativa, de reconhecimento de direitos humanos universais e das liberdades fundamentais dos outros. Em nenhum caso, pode ser usada para justificar violações desses valores fundamentais. Tolerância deve ser exercida por indivíduos, grupos e estados”, complementou a ministra do STF.

Repúdio

Na última segunda-feira (14/11), Weber já rinha repudiado os atos ocorridos nos EUA e divulgados por meio de vídeos em redes sociais. Os ministros da Corte participavam do evento Lide Brazil Conference, em Nova York, nos Estados Unidos, quando foram hostilizados nas ruas por militantes bolsonaristas. De formas e em lugares diversos, os componentes da Corte máxima do Brasil foram xingados, coagidos e filmados pelas ruas de Nova York.

Em nota pública, assinada pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, o posicionamento da Corte é que a democracia é incompatível com a intolerância.

Nessa segunda-feira (14/11), uma apoiadora de Jair Bolsonaro (PL) perseguiu o ministro Luís Roberto Barroso, ameaçando-o e repetindo discurso do presidente Bolsonaro. Barroso estava na Times Square, Nova York, quando foi importunado.

“Olha só quem está aqui. Como vai o senhor?”, pergunta a mulher, com ironia. O ministro teve calma e disse estar bem e “feliz pelo Brasil”. Com tom de ameaça, ela afirma: “Nós vamos ganhar essa luta. O senhor está entendendo? Cuidado, hein! O povo brasileiro é maior do que a Suprema Corte. Foge!”.

Barroso pede para que ela “não seja grosseira” e se retira. O vídeo vem sendo divulgado e comemorado por bolsonaristas nas redes.

Em um print, uma pessoa diz que descobriu o hotel em que estão hospedados os ministros do STF e pede divulgação para todos os brasileiros em Nova York.

Veja vídeo:

Mais confrontos

Um militante bolsonarista que achincalhava Alexandre de Moraes em um restaurante em Nova York, nos Estados Unidos, fugiu após o ministro do STF se levantar para confrontá-lo.

O bolsonarista desafiou Moraes a ir para fora do restaurante e disse que o ministro teria problemas se encostasse em outra militante que estava no local.

O homem fez uma última provocação ao afirmar que Moraes estava gastando o dinheiro da população brasileira em Nova York. Na sequência, o militante convocou os demais a deixarem o restaurante.

Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski também foram hostilizados em frente a um hotel em Nova York, mas na noite de domingo (13/11). Em protesto diante do edifício, manifestantes enunciaram as ofensas. Alguns usavam roupas verde-amarelas e seguravam bandeiras do Brasil. Gilmar Mendes foi o primeiro a ser xingado ao sair do hotel.

“Gilmar Mendes, seu vagabundo. Olha aí o bandido. Gilmar Mendes, seu vagabundo, filho da p*ta”, afirma o homem que grava o momento. O ministro é escoltado por seguranças e entra em uma van.

Depois, o ministro Ricardo Lewandowski deixa o hotel e também é hostilizado. “Isso aqui é um bandido, seu filho da p*ta, seu bandido de merda. Tu é um bandido, acabando com o Brasil. Cachorro do governo, vocês são uns merdas”, diz o homem. O magistrado é escoltado e segue em direção à van.

Veja:

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