A democracia e as instituições serão testadas, diz comandante da FAB
Em comunicado, tenente-brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato manda seus subordinados respeitarem a Constituição e não se “empolgarem”
atualizado
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O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, divulgou, nesta quarta-feira (4/4), um boletim interno à Força Aérea Brasileira (FAB) no qual afirma que o povo está “polarizado” e ordena seus subordinados a respeitarem a Constituição e não se “empolgarem a ponto de colocar convicções pessoais acima das instituições”.
“Tentar impor nossa vontade ou de outrem é o que menos precisamos neste momento”, diz o comandante. “Seremos sempre um extremo recurso não apenas para a guarda da nossa soberania, como também para mantermos a paz entre irmãos que somos.”A publicação ocorreu depois de o comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, repudiar a impunidade em suas redes sociais, às vésperas do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) de um recurso contra a prisão do ex-presidente Lula. “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, questionou o militar.
No comunicado, enviado a todos os militares da FAB, Rossato cobra que a Aeronáutica atue com preceitos “éticos e morais” e prega confiança: “Os poderes constituídos sabem de suas responsabilidades perante a nação e devemos acreditar neles”.
Ele diz que “o Brasil amanhece hoje prestes a viver um dos momentos mais importantes da sua história”, no qual “serão testados valores muito caros, como a democracia e a integridade de nossas instituições”.
“Nestes dias críticos para o país, nosso povo está polarizado, influenciado por diversos fatores. Por isso é muito importante que todos nós, militares da ativa ou da reserva, integrantes das Forças Armadas, sigamos fielmente à Constituição, sem nos empolgarmos a ponto de colocar nossas convicções pessoais acima daquelas das instituições”, escreveu o brigadeiro.
No texto, Rossato não faz menção direta às críticas do general Villas Bôas no Twitter, mas afirma que “os ânimos já acirrados intensificam-se ainda mais com a velocidade das mídias sociais, onde cada cidadão encontra espaço para repercutir a sua opinião”.