Bebê dado como morto em hospital chega vivo ao IML
Motorista da funerária disse que, ao colocar o corpo de recém-nascido em uma mesa no IML, percebeu que a criança respirava
atualizado
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Um bebê dado como morto no hospital Alpha Med, em Carapicuíba (SP), chegou vivo ao Instituto Médico Legal do município. O caso ocorreu na segunda-feira (12/2), conforme entrevista de Cláudio Silva, 37 anos, motorista do carro funerário que transportou a criança.
Ao R7, o motorista da funerária disse que, quando pegou o bebê no hospital para colocá-lo na urna de transporte, o corpo estava imóvel e com coloração roxa. Mas, ao chegar ao IML, ele percebeu que a menina estava viva. “Quando a tirei da urna para pôr na mesa [do instituto], percebi que a cor tinha mudado e ela estava se mexendo. Ela tinha voltado a respirar”, explicou o motorista.
“Estou com a perna tremendo até agora. Faz só três meses que estou nesse emprego. O funcionário do IML disse que, em 30 anos de serviço, nunca tinha visto isso”, disse Silva, emocionado.
A mãe da criança, Ana Caroline da Silva, de 18 anos, estava grávida de quase 6 meses quando, na segunda-feira (12), por volta das 17h, entrou em trabalho de parto e deu à luz uma menina de apenas 700 gramas.
Segundo o pai da criança, Leonardo José Ferreira Lira, 19 anos, o parto parecia ter ocorrido normalmente. “Tudo estava bem até que a bebê mal nasceu e a médica disse que ela não tinha mais chance, estava morta. Ela nem chorou”, contou o pai.
A mãe e o bebê foram transferidos, na manhã dessa terça-feira (13), para o Hospital Maternidade Sino Brasileiro, em Osasco (SP). O pai conta que já viu a filha depois do ocorrido e que ela passa bem.
Em nota, o hospital Alpha Med informou que abriu sindicância interna para apurar o ocorrido. Ainda esclarece que está dando toda a assistência e o apoio à família e ao bebê, que está “sob os melhores cuidados médicos e assistenciais”.
Indignação
A bisavó da menina, Maria Helena Ferreira, estava na recepção aguardando a hora em que poderia ver a neta e a bisneta. “Chamaram a família para se despedir da bebê morta. Ela estava enrolada em um cobertor, em cima de uma pedra. Parecia perfeita, mas estava bastante roxa”, contou.
Elias Ferreira, tio de Ana Caroline, diz não acreditar no atestado de óbito fornecido pelo Alpha Med. “No atestado de óbito, está escrito que fizeram massagem cardíaca e oxigenação. Como não viram que ela estava viva?” questionou.
Os parentes afirmam que, durante toda a estadia de Ana Caroline no Alpha Med, a médica responsável pelo parto foi indiferente. “A bebê morreu, a família foi informada e ela [a médica] ficou batendo papo no balcão, não fez nada”, diz Ferreira. Agora, eles esperam entender o que aconteceu. “Queremos justiça”.
No meio de tanta tristeza, ainda há espaço para comemorar. A menina se chamaria Manuela, mas, depois de tudo o que aconteceu, o nome Vitória será acrescentado ao registro da criança.