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A angústia de parentes na busca por desaparecidos em rios ou no mar

Drama causado pela expectativa das buscas é compartilhado por pelo menos 12 famílias de desaparecidos desde agosto de 2020 no Rio

atualizado

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desaparecidos nas águas
1 de 1 desaparecidos nas águas - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – Desde agosto do ano passado, pelo menos 12 pessoas desapareceram no mar ou em rios no estado do Rio de Janeiro. Em alguns casos, o sofrimento segue ativo e alimentado pela esperança de achar a vítima, uma vez que as buscas não resultaram no encontro de corpos.

O caso mais recente é o do pescador John Randson Sena Ribeiro, que sumiu após uma colisão entre duas embarcações no canal ao lado da Ilha da Conceição, no Rio, na noite do último dia 3/1. Até a publicação desta reportagem, o rapaz ainda não havia sido encontrado.

Desde novembro, quando um avião bimotor com seu filho caiu no litoral, em Paraty, no sul do estado, Ana Regina Agostinho, de 43 anos, se mudou da capital fluminense para a cidade, onde acompanhou as buscas dos militares, já encerradas. Desde dezembro, ela promove financiamentos coletivos para continuar a procura pelo filho, o copiloto da aeronave, José Porfírio de Brito Júnior, 20 anos.

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Homenagem dos vizinhos ao rapaz morto
Lucas com os amigos, em Nova Iguaçu
Lucas Richardesson Lopes Gonçalves, de 13 anos
Parentes e amigos seguem de luto pela morte do adolescente
José, copiloto do avião bimotor com a namorada e a mãe
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Festival de pipa lembrou o aniversário de Lucas, que morreu após mergulhar

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Homenagem dos vizinhos ao rapaz morto

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Lucas com os amigos, em Nova Iguaçu

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Lucas Richardesson Lopes Gonçalves, de 13 anos

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Parentes e amigos seguem de luto pela morte do adolescente

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José, copiloto do avião bimotor com a namorada e a mãe

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Ana Regina é mãe do copiloto do bimotor que caiu na região de Ubatuba, São Paulo

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Equipe do Corpo de Bombeiros do RJ em preparativos para buscas do bimotor

Divulgação/Corpo de Bombeiros do RJ
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A aeronave modelo PA-34-220T estava registrada como propriedade do copiloto José Porfírio de Brito Júnior, de 20 anos

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John Randson Sena Ribeiro

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“Continuo firme no local da queda. Esperança é meu nome agora. Minha fé segue inabalável. Enfrentamos problemas como o encerramento oficial das buscas, a falta de ajuda das Forças Armadas, a briga pela jurisdição para definirem de onde sairia o socorro, o que demorou sete horas para acontecer. Mesmo assim, sigo confiante, acreditando, com fé”, desabafa Ana Regina, em entrevista ao Metrópoles.

A mesma fé manteve de pé e deu coragem a Marcela Lopes, mãe do menino Lucas Richardesson Lopes Gonçalves, 13, que morreu em dezembro, após mergulhar no Rio Botas, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, durante um temporal que acelerou a correnteza e carregou o rapaz.

“O corpo dele só foi encontrado três dias depois, já em decomposição, no trecho do rio que corta a cidade de Belford Roxo (também na Baixada). Só com muita fé eu consegui mobilizar a ajuda que conseguimos para encontrar ele. Mesmo tendo reconhecido o corpo do meu filho, até hoje eu penso que ainda posso encontrar ele brincando na rua, soltando pipa, vivo”, diz, emocionada. “Imagino a dor de quem nem o corpo encontrou. Sou solidária a essas pessoas e digo: sem esperança a gente morre mais.”

Marcela lembra ainda que a solidariedade de quem está por perto também é fundamental para enfrentar os obstáculos ou ajudar a confortar durante o luto. “Em dezembro, dia 28, seria aniversário do Lucas. Um produtor de pipas nosso vizinho resolveu fazer uma homenagem e distribuiu mil peças para crianças da região. Promoveu um festival para o meu filho, como presente de aniversário. Alivia o coração”, diz.

O Metrópoles solicitou ao Corpo de Bombeiros e ao Primeiro Distrito Naval da Marinha os dados sobre operações de busca e salvamento no litoral fluminense, mas os dados não foram informados até o fechamento desta reportagem.

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