Só 10% dos policiais apoiam liberação ampla do porte de armas de fogo
Pesquisa mostra que 73,6% são a favor do uso civil de armas de fogo, com diferentes níveis de restrições, e 16% defendem a proibição total
atualizado
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Apenas 10,4% dos policiais e demais profissionais de segurança pública são a favor da liberação ampla do porte e posse de armas de fogo à população civil.
Por outro lado, 73,6% apoiam o uso civil de armas de fogo, mas com diferentes níveis de restrições, e 16% defendem a proibição total.
Os dados fazem parte de pesquisa de opinião publicada no 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (15/7) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O levantamento considerou 6.656 questionários respondidos por membros da área, entre 28 de abril a 28 de maio deste ano.
Presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima avalia que o dado mostra que a política do “liberou geral” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não é apoiada pelos próprios policiais.
“Nem mesmo os policiais, sabidamente uma categoria simpática ao presidente, entram na conversa do ‘liberou geral'”, assinala.
Registros de armas de fogo
O número de novas armas de fogo registradas no país quase dobrou apenas no último ano. Em 2019, foram registradas 94.416 no Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal (PF). Já em 2020, a quantidade saltou para 186.071, variação de 97,1% no período.
Com isso, há no Brasil 1.279.491 registros de armas de fogo ativos no Sinarm. Em 2017, eram 637.972 — alta de 100,7% em três anos.
Considerando também os números do Sistema de Gerenciamento Militar de Armas (Sigma), do Exército Brasileiro (EB), isso significa que existem 2.077.126 armas de fogo em mãos de civis, o equivalente a uma para cada 100 brasileiros. O número inclui categorias especiais de atirador desportivo, caçador e colecionador (CACs) e armas pessoais de policiais e militares.