Congonhas terá nova obra contra acidentes quinze anos após tragédia da TAM
A tecnologia de frenagem prolonga pistas em aeroportos com limitações e, caso o avião ultrapasse a marca limite, piso se deforma
atualizado
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São Paulo – O Aeroporto de Congonhas deverá inaugurar em março do ano que vem um novo sistema de frenagem de aeronaves, que inclui nova área de escape. As obras, do Ministério da Infraestrutura, foram aceleradas e serão concluídas dois meses antes do previsto. A tecnologia será implantada 15 anos após o acidente com o voo JJ 3054, da TAM, maior da história da aviação do país.
A tecnologia foi contratada em fevereiro de 2021 ao custo de R$ 122,5 milhões. Na previsão inicial, as obras só terminariam em maio de 2022. De acordo com o G1, 51% do trabalho já está pronto e a meta acabou revista. O sistema consiste em uma estrutura formada pelo ajuste entre blocos de concreto diferenciados que, em caso de colisão ou de avanço de uma aeronave na área limite do final da pista, deformam-se. A deformação desacelera e contém o deslocamento do avião.
A tecnologia prolonga pistas em aeroportos com limitações de espaço, caso de Congonhas. Ou seja, se a aeronave ultrapassar o limite da pista, ela cai no piso feito para se desintegrar, o que seguraria o avião. Segundo o governo federal, o Aeroporto de Congonhas será o primeiro da América Latina a possuir essa tecnologia.
O método é usado, conforme o Ministério de Infraestrutura, em aeroportos reduzidos em países da Europa, Ásia e Estados Unidos. “Congonhas está se tornando o primeiro aeroporto da América Latina a receber o EMAS, que é o uso da engenharia a serviço da segurança. Ou seja, um sistema de desaceleração com materiais projetados que vai segurar a aeronave em casa de escape da pista”, afirmou ao G1 o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Acidente da TAM
Em 2007, uma aeronave da TAM que saiu de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, não conseguiu parar na pista do Aeroporto de Congonhas e passou sobre a Avenida Washington Luís, colidindo com um prédio da mesma companhia. Todas as 187 pessoas que estavam no voo JJ 3054 morreram, além de outras 12 em solo.
No momento do acidente, chovia e o avião, modelo A320, estava com um dos reversos (parte do sistema de freio) desativado e os pilotos não conseguiram parar o airbus. Em julho deste ano, o acidente completa 14 anos.
Segundo investigações, o acidente teria sido causado exclusivamente por um erro dos pilotos do Airbus 320. As caixas-pretas indicam que os comandantes Kleyber Lima e Henrique Stefanini di Sacco manusearam os aceleradores de maneira diferente da recomendada. Um deles permaneceu na posição de aceleração, deixando a aeronave desgovernada.
Na época do acidente, o pavimento original da pista era responsável por proporcionar atrito com a aeronave em situação de pouso, no entanto, o atrito não funcionou e a aeronave estava em situação de aceleração.