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RJ: mais de 1 mil morreram em ações policiais nos últimos 7 anos

Levantamento foi apresentado nessa segunda pelo Instituto Fogo Cruzado e considera ações policiais com 3 ou mais óbitos, ou seja, chacinas

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Imagem colorida de policial ao lado de uma caminhonete durante megaoperação contra Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro ações policiais - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de policial ao lado de uma caminhonete durante megaoperação contra Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro ações policiais - Metrópoles - Foto: Reprodução/Metrópoles

Ações policiais realizadas na Região Metropolitana do Rio da Janeiro terminaram com 1.137 pessoas mortas nos últimos sete anos. O número foi apontado pelo Instituto Fogo Cruzado nessa segunda-feira (27/11). O estudo levou em consideração ações com três ou mais óbitos, ou seja, “chacinas”. 

Os números compreendem o período de 1º de agosto de 2016 a 31 de julho de 2023. No total, foram 283 ações do tipo, com média de três operações por mês. Ainda de acordo com o instituto, dezoito das ações aconteceram depois que um policial foi morto ou ferido. Nesses casos, as ações foram 71% mais letais que as outras.

Os municípios com mais casos foram: Rio de Janeiro, São Gonçalo, Belford Roxo, Niterói e Duque de Caxias.

De acordo com a diretora da Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, um dia de operação é de sofrimento para os cidadãos. “Vias são fechadas, o transporte público é afetado, escolas deixam de funcionar. Um dia de operação policial traz consequências físicas, mentais e muitas vezes financeiras para todos os moradores ao redor. Sofrem os cidadãos, sofre a cidade”, afirmou.

Veja a divisão da ações policiais por região:

  • Zona Sul: 9, sendo 4 na Rocinha;
  • Zona Norte: 73, com 373 mortos;
  • Baixada Fluminense: 72 casos, e 255 vítimas;
  • Leste Metropolitano: 70 casos, com 252 mortes.

O Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, foi o local com mais ações consideradas “chacinas” registradas: 14, com 66 mortes. Complexos da Maré e Penha, Cidade de Deus e Vila Kennedy vêm na sequência.

Já as unidades policiais mais letais foram:

  • Batalhão de Operações Especiais (Bope): 34 chacinas, com 207 mortos;
  • Coordenadoria de Recursos Especiais (Core): foram 23 chacinas, e 155 mortes;
  • Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque): 121 pessoas mortas em 26 chacinas;
  • 7º batalhão da PM: 109 mortos em 33 ações.

Dados da segurança

Em nota, a Polícia Civil disse que “desconhece a metodologia utilizada para a confecção do mapeamento citado e informa que as ações da instituição são norteadas com base em dados oficiais do Instituto de Segurança Pública (ISP)”. De acordo com a secretaria:

“Quanto às ações da Polícia Civil, todas são realizadas por agentes capacitados, após minucioso planejamento, priorizando sempre a preservação de vidas, tanto dos policiais quanto dos cidadãos. A instituição ressalta que possui a maior Agência Central de Inteligência do ramo da segurança pública estadual do país, onde estão concentrados todos os setores que buscam e produzem conhecimentos para assessorar na tomada de decisões estratégicas e operacionais de combate ao crime”.

Tanto a Polícia Civil, quanto a Polícia Militar citam dados do Instituto de Segurança Pública. O ISP afirma que a letalidade violenta caiu no estado Rio, “de acordo com o órgão, foram 293 casos de homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, morte por intervenção de agente de estado e roubo seguido de morte, resultando na queda de 28% no comparativo com o mesmo período de 2022”, destaca.

A Polícia Militar afirma que suas ações também são pautadas em inteligência, com critérios técnicos e pautados pela legislação com foco em preservar vidas, e reforça que:

“O saldo operacional da Polícia Militar revela o grau de complexidade enfrentado diariamente pelos policiais militares. Somente no ano de 2023, a Corporação prendeu mais de 31.000 criminosos, apreendeu mais de 3.600 adolescentes envolvidos com a criminalidade, e retirou das ruas mais de 5.200 armas de fogo, entre as quais 444 fuzis idênticos aos utilizados em guerras convencionais”.

Já a Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que “em casos de excesso ou quaisquer outras ilegalidades comprovadas, a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atua na apuração e aplicação das devidas penalidades, assim como compartilha as informações com os órgãos investigativos competentes, não compactuando com desvios de conduta”.

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