Atividade física ajuda servidora pública na recuperação de câncer

Há quatro anos Tatiana Carvalho de Paula foi diagnosticada com Linfoma – ou Doença de Hodgkin – grau 4. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), esse tipo da doença surge no sistema linfático, que é o conjunto de órgãos e tecidos que produzem as células responsáveis pela imunidade e os vasos que as que conduzem pelo corpo.

No caso de Tatiana, a doença já estava em estágio avançado. Os tumores apareceram acima da clavícula, no mediastino e perto da costela. Ela conta que já se exercitava há alguns anos e que isso a ajudou durante o tratamento, que durou seis meses.

Os treinos na academia foram fundamentais para minha recuperação física, aumento da minha resistência e para minha saúde em geral. Hoje entendo os exercícios como parte da minha rotina, que me proporcionam bem-estar e saúde.

Tatiana Carvalho, servidora

Quem acompanha a servidora de perto é o gestor da Bodytech Lago Sul, Anderson Dornelas. Segundo ele, em geral, o paciente com câncer tem uma queda na resposta do sistema imunológico e perde bastante massa muscular e óssea.

O desafio após a liberação para prática de exercícios é sempre encontrar uma “dose/resposta” que seja suficiente para as adaptações. Seja para ganho de massa muscular e óssea, melhora do condicionamento cardiovascular ou, ainda, melhora da imunidade, sem sobrecarregar o sistema imune para não gerar uma recaída. “É imprescindível adequar as sessões de treinamento ao estado diário do paciente. Isso que vai fazer com que o êxito seja alcançado”, comenta.

De acordo com Dornelas, o desafio de Tatiana era treinar 30 minutos, três vezes na semana. Mas, o treino fez tanto sucesso que ela começou a frequentar a academia mais vezes. Hoje, aos 31 anos, ela mantém uma rotina ainda mais ativa, frequentando a unidade de seis e sete dias por semana e com exames periódicos mostrando evolução bastante satisfatória.

Qual a importância da atividade física?
Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard, revelou que o estilo de vida não saudável do brasileiro é responsável por 114 mil casos de câncer (27% do total) e 63 mil mortes decorrentes da doença (34%), anualmente.

O Inca aponta que praticar exercícios regularmente ajuda a equilibrar os hormônios e reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, além de fortalecer as defesas do corpo e manter o peso adequado. Auxilia também na prevenção de cânceres como os do intestino, endométrio e mama.

Para Dornelas, uma ferramenta crucial para o tratamento e recuperação desses pacientes é a musculação, que auxilia no fortalecimento, aumento da densidade mineral óssea, da massa muscular, e entre outros benefícios, fazendo com que o paciente, que normalmente perde bastante peso durante o tratamento, volte aos padrões de normalidade.