Salvo o acaso, será Lula contra Bolsonaro e Bolsonaro contra Lula
A superquinta-feira da política confirmou o que estava escrito
atualizado
Compartilhar notícia
Acabou a candidatura de João Doria a presidente da República pelo PSDB, se é que um dia ela teve chances de vingar. A de Rodrigo Garcia ao governo de São Paulo sofreu um forte abalo.
Aos cacos, o PSDB está perto de bater no fundo do poço. Eduardo Leite não tem futuro como candidato da terceira via a presidente, é brisa passageira. Sergio Moro desistiu. Resta o acaso.
A facada em Bolsonaro às vésperas do dia 7 de setembro de 2018 foi uma espetacular manifestação do acaso. Sozinho, Adélio Bispo conseguiu romper o escudo de segurança do candidato.
Em 1954, o atentado da Rua Tonelero contra Carlos Lacerda, no Rio, levou, poucos dias depois, o presidente Getúlio Vargas a matar-se com um tiro no coração, abortando, assim, um golpe militar.
A renúncia de Jânio Quadros, seis meses depois de eleito presidente, não estava no script de ninguém. Jânio imaginou que voltaria mais forte, e o Congresso mais fraco. Não voltou.
O muro que dividia Berlim ao meio caiu em 1989 por causa de um mal-entendido. Quem diria que um cômico seria capaz de sair de uma série de televisão direto para a presidência da Ucrânia?
Os ucranianos custaram a acreditar que fosse verdade. Quando acreditaram, votaram em Zelensky. A invasão russa à Ucrânia foi prevista, mas a resistência dos invadidos, não. Seria um passeio.
Bolsonaro brinca com a saúde ao fazer o contrário do que seu médico manda. “Tem gente que quer que eu morra e fica me enchendo o saco pra tomar vacina. Deixa eu morrer!”, pediu.
Sinta-se à vontade, capitão! Que seus devotos, porém, não se surpreendam. E que não venham mais tarde com teorias conspiratórias, culpando ministros do Supremo Tribunal Federal.
Sem que o acaso apronte, estão dadas as condições para a eleição presidencial de outubro próximo – é Lula contra Bolsonaro, Bolsonaro contra Lula. O resultado? Consultem os astros.
A história só se conta depois que chega ao fim. Em 1985, 48 horas antes da eleição para prefeito de São Paulo, as pesquisas davam como certa a vitória de Fernando Henrique Cardoso.
O príncipe dos sociólogos posou para fotos na cadeira de prefeito. Apurados os votos, venceu Jânio Quadros. Sim, aquele que deixou Brasília levando a faixa presidencial porque voltaria logo.