metropoles.com

Preste atenção, Bolsonaro. Você perdeu! Peça para sair

Europa, China e EUA, os maiores parceiros comerciais do Brasil, não cooperarão com um governo que permita a degradação do meio ambiente

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Buda Mendes/Getty Images
Bolsonaro Copa América
1 de 1 Bolsonaro Copa América - Foto: Buda Mendes/Getty Images

Jair Bolsonaro e seus homens de confiança, que são poucos e não incluem o vice Hamilton Mourão, sabiam que o desmatamento da Amazônia havia dado um grande salto, estabelecendo um novo recorde nos últimos 15 anos. O que fizeram então?

Esconderam os números para que não fossem discutidos durante a conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorreu na Escócia, entre 31 de outubro e 13 de novembro. Em viagem à Roma, Bolsonaro sequer pôs os pés em Glasgow.

Como seria impossível esconder os números para sempre, eles foram divulgados há dois dias. O relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais atesta uma devastação de 13.235 km2 entre agosto de 2020 e julho de 2021, índice mais elevado desde 2006.

Representa um aumento de 22% em relação ao período anterior. O planeta levou um susto. O ministro do Meio Ambiente, que foi a Glasgow, disse que não sabia. Mourão, responsável pelo Conselho Nacional da Amazônia, disse que não sabia. Bolsonaro disse:

“Tem desmatamento ilegal? Tem. É só outros países não comprarem madeira nossa. É simples. Tem queimada ilegal? Tem, mas não é nessa proporção toda que dizem por aí. E nós combatemos isso. Mas alguns falam: ‘tem que combater mais’.

Você sabe o tamanho da Amazônia? Quantos países da Europa cabem dentro da Amazônia? Está na ordem de pouco mais de 4 milhões de quilômetros quadrados. É equivalente a uma Europa Ocidental. Como é que vai tomar conta disso tudo?”.

Para variar, Bolsonaro mentiu. E para variar, ele tenta livrar-se de qualquer tipo de culpa, sem apontar o dedo para os culpados. Mourão atribuiu a culpa ou grande parte dela à migração interna:

“O que acontece é o seguinte. Existe uma pressão do avanço, não vou dizer da civilização, um avanço das pessoas que moram no Centro-Sul do Brasil para áreas de terras não ocupadas na Amazônia. Há essa pressão”.

Pode haver. Mas há também uma política de governo para que a Amazônia seja ocupada por gado, agricultores, garimpeiros e empresas, legais ou ilegais, atraídas por suas riquezas. O que poderia ser feito de maneira controlada simplesmente não é.

Ficou claro na conferência da ONU que os países mais ricos do mundo dependem do Brasil para alcançar as metas acordadas e evitar uma tragédia ambiental. Somente nessas condições continuarão cooperando economicamente com o Brasil.

A agenda climática pauta a lógica econômica. O ministro Paulo Guedes, da Economia, surpreendeu-se em conversa recente com a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos: “Ela começou perguntando sobre o meio ambiente”.

Em sua primeira viagem à Europa como aspirante à sucessão de Bolsonaro, Lula fez do meio ambiente um dos principais temas de suas palestras e dos encontros que teve com chefes de Estado. João Doria e Eduardo Leite foram à Glasgow e debateram o assunto.

Bolsonaro está pouco ligando. Sua única preocupação é ganhar mais quatro anos de mandato. Sabe que não terá votos entre ambientalistas, e que poderá ter alguns milhões entre os fora da lei que exploram a Amazônia impunemente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?