O União Brasil de Luciano Bivar já está no bolso de Bolsonaro
Bye, bye a terceira via, que foi sem nunca ter sido
atualizado
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Simone Tebet (MDB) poderá até ser candidata a presidente da República carregando de vice o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), se ele concordar. Nem por isso ela poderá se apresentar como o nome da terceira via aguardado pelos que se recusam a votar em Lula e em Bolsonaro. Se for o jeito, votarão.
Depois que o ex-juiz Sergio Moro foi reduzido a pó por seu amadorismo, a ideia da terceira via passou a ser sustentada pela aparente disposição de o MDB, PSDB, União Brasil e Cidadania apoiarem um candidato único. O União Brasil, o maior e o mais rico de todos os partidos, fugiu da raia. Sem ele, tchau terceira via!
O deputado Luciano Bivar (PE), presidente do União Brasil, foi cooptado por Bolsonaro, que começou a subir nas pesquisas só depois do esvaziamento de Moro. Bolsonaro não quer alternativa a ele e a Lula, assim como Lula também não quer. Então, ameaçou tomar os cargos que o União Brasil tem no governo.
Para não perdê-los, Bivar se lançará candidato à sucessão de Bolsonaro. Mais tarde, para poupar-se do vexame de obter uma votação ridícula, talvez saia de cena antes mesmo do primeiro turno. Foi isso o que combinou com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Uma banda do União Brasil quer aderir desde já a Bolsonaro; a outra, liderada pelo secretário-geral do partido, ACM Neto, candidato ao governo da Bahia, resiste a entregar os pontos. ACM Neto já disse que não terá candidato a presidente simplesmente porque cobiça ser votado por eleitores de Bolsonaro e de Lula.
Quanto a Ciro Gomes (PDT), se não descer a ladeira nas pesquisas por ter xingado e tentado dar um murro em um bolsonarista no interior de São Paulo, ainda imagina ter alguma chance de se entender com Bivar. E assim segue o baile de uma eleição com desfecho previsível, salvo se o acaso der o ar de sua graça.