HÁ VINTE ANOS – De uma petista frustrada para todo mundo
Sem medo de ser feliz
atualizado
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Desabafo de uma petista sincera que recebi por e-mail junto com o pedido de não revelar o seu nome:
“Votamos no Lula porque ele representava a possibilidade de mudar os mais de 500 anos de injustiça social consolidados neste país. Lula era a estrela que colocávamos no peito. A alegria, a ousadia, a imagem do novo que transpirava do PT e que mobilizou toda uma geração. Depois, empolgou todos os milhões de brasileiros que o levaram à presidência da República.
Ninguém achava que ele estava intelectualmente preparado para ser presidente. Mas, Lula representava a vitória de um longo sonho. A derrubada das cercas de um holocausto imposto pelas elites. Lula era o nosso Woodstock, o nosso Lutero, a nossa luta de classes.
Achávamos que Lula, no poder, se cercaria de uma equipe ousada e competente. Capaz de imprimir novos rumos à política econômica, de romper com os velhos conchavos, de promover pequenas ou grandes ‘transgressões’.
Essa é a decepção. Votamos nele, nós, os milhões de brasileiros, para vê-lo fazer o que ainda não tinha sido feito. Ele tinha o nosso respaldo, o apoio da maioria. Não precisava se intimidar. Não precisava se apoiar em soluções velhas e medíocres para agradar as elites.
Ele esqueceu que nós não queríamos ser os mesmos e vivermos como nossos pais. Nós, a maioria, estávamos apostando num Lula ‘sem medo de ser feliz’. Estamos frustrados.”
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Cinco anos de mandato, sem reeleição
Lula guarda um trunfo que poderá jogar na mesa se até o fim do próximo ano desconfiar que dificilmente se reelegerá em 2006: a proposta de uma emenda acabando com a reeleição e ampliando o mandato presidencial para cinco anos. O dele, inclusive.
Não acredito que ele faça isso. Porque ainda não fui apresentado a um candidato que admita que vá perder. Todos acham que ganharão. E se agarram a essa esperança até o último minuto.