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E se a tentativa de golpe do 8 de janeiro tivesse sido obra da esquerda?

Punam-se seus mentores e executantes

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O Distrito Federal foi três vezes governado por partidos de esquerda. Ou ditos de esquerda. O PSB do ex-governador Rodrigo Rollemberg, por exemplo, hoje abriga o senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR), que foi vice-líder do governo Bolsonaro.

Em outubro de 2020, Rodrigues protagonizou episódio memorável. Alvo de operação da Polícia Federal que apurava desvio de recursos para o combate à pandemia da Covid-19, ele escondeu entre as nádegas 30 mil reais. Um vexame.

Na semana passada, o recém-descoberto socialista saiu em defesa dos garimpeiros que estão sendo expulsos da reserva indígena do povo Yanomami em megaoperação do governo federal: “Eles não são bandidos e não podem ser criminalizados”. Vai mal o PSB.

Mas imagine se durante um dos três governos de esquerda tivesse acontecido algo parecido com o que o Distrito Federal assistiu em 8 de janeiro passado. Hordas de sem-terra, sem-teto, negros, LGBTQIAP+ atacando as sedes dos Três Poderes da República.

Por afinidade com eles e suas reivindicações, o governador não os reprimiria. Nem mesmo quando advertido pelo ministro da Justiça e pelos presidentes do Senado e do Supremo Tribunal Federal. Afinal, estava tudo sob controle, segundo informações da polícia.

De folga estava, de folga permaneceria a unidade do Exército responsável pela segurança da Presidência. O Exército observaria a anarquia a distância, uma vez que os atacantes haviam acampado por meses à porta do seu QG, no Setor Militar Urbano.

Verdade que, semanas antes, dezenas deles foram saudar o presidente no Palácio da Alvorada. Dali, alimentados, partiram para o centro de Brasília e tocaram fogo em ônibus, depredaram prédio da Polícia Federal e tentaram libertar um índio preso.

E mais: um pequeno grupo, bem recebido em audiências do Congresso promovidas por parlamentares de esquerda, fabricara uma bomba prendendo-a em um caminhão que teria acesso ao aeroporto da cidade. Acionada, a bomba não explodiu – pura sorte.

Para culminar, a pretexto de impedir uma chacina, o Exército proibisse a entrada no acampamento de um pelotão da PM destacado para prender os agressores. Muitos deles, assim, ganharam tempo para fugir. Que tal? Tudo isso teria sido possível?

Ou só foi possível porque o golpe era obra da extrema direita, e com ela concordaram ou se omitiram os que tinham meios de abortá-lo? Golpe contra o Estado Democrático tem de ser condenado, e os seus mentores e executantes devem ser punidos sem piedade.

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