Da série “Não convidem para a mesma mesa” – Bolsonaro e Caiado
O racha da direita para a eleição de 2026
atualizado
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Ele não mencionou o nome de Ronaldo Caiado (União-Brasil), governador de Goiás. Mas não precisava. Bolsonaro estava em Goiânia na terça-feira à noite para um comício do seu candidato a prefeito da cidade Fred Rodrigues (Democracia Cristã).
O candidato a prefeito apoiado por Caiado é o empresário e ex-deputado federal Sandro Mabel (União-Brasil), o das famosas bolachinhas e rosquinhas “Mabel”. Então, Bolsonaro, primeiro, atacou Mabel e a ex-presidente Dilma Rousseff:
“O candidato da bolachinha e da rosquinha tem vídeo dele elogiando Dilma Rousseff, dizendo que ela foi uma boa gestora. 2014, 2015, sem crise nenhuma no Brasil. Essa presidente conseguiu a proeza de desempregar 13 milhões de pessoas no Brasil. Essa presidente que o da rosquinha disse que foi uma boa presidente, conseguiu entregar a Petrobras para o Temer com uma dívida de 180 milhões de dólares”.
E, em seguida, atacou o padrinho da candidatura de Mabel:
“Nós na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir do vírus”.
A quizumba de Bolsonaro com Caiado vem da época da pandemia da Covid-19. Médico, Caiado defendeu as medidas de isolamento social e recomendou às pessoas que ficassem em casa. Ele não disse “a economia vem depois” – foi Bolsonaro quem disse.
O que mais incomoda Bolsonaro é que Caiado não esconde o desejo de candidatar-se a presidente da República em 2026 – já o confessou inúmeras vezes e trabalha para isso. E Bolsonaro não quer um candidato que não lhe diga amém.
É por isso que ele apoia só à meia-bomba a candidatura de Ricardo Nunes (MDB) a prefeito de São Paulo. Nunes quer o apoio aberto de Bolsonaro e não o tem. Caso se eleja, pouco ficará em débito com ele. A direita vai rachada para a sucessão de Lula