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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por <strong>Ricardo Noblat</strong> e equipe

Blog do Noblat

4 10 2024

Charge do Aroeira

<p>Você acredita nas pesquisas de intenção de voto? Respostas dos leitores:<br />
Sim &#8211; <strong>70%</strong><br />
Não &#8211; 30%</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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interrogação dúvida

E nas pesquisas, você acredita?

<p><em>“As pessoas estão a ver o que querem acreditar, e não estão a acreditar no que veem. Israel nunca foi tão explícito sobre a sua intenção de guerra em Gaza”</em>. (<strong>Francesca Albanese</strong>, relatora especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos Ocupados)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
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Foto colorida de oficiais usando equipamento de construção para remover destroços após o ataque aéreo do exército israelense no distrito de Dahieh, no sul de Beirute - Metrópoles

Líbano após ataque de Israel

Frase do dia

Guga Noblat

<p style="font-weight: 400;">Zélia Duncan, cantora, compositora e escritora, diz: &#8221; Privatizar a praia é coisa de rico querendo ficar mais rico. Alguns nem moram no Brasil. É um projeto abjeto, desonesto, infeliz.&#8221; O que você acha? Respostas de 3.289 leitores:<br />
Ela está certa &#8211; <strong>95,9%<br />
</strong>Ela está errada &#8211; 4,1%</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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Foto colorida de Zelia Duncan - Metrópoles

<p>Reprodução/Acervo Sesc Audiovisual / Nilton Silva</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div>
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Zelia-Duncan

Após ser cobrado por Piovani, Scooby se pronuncia sobre PEC das praias

PEC que privatiza praias no Brasil é a última preocupação do governo

Praias: após treta de Neymar e Piovani, Flávio Bolsonaro defende PEC

Piovani chama Neymar de ignóbil e cobra posição de Scooby sobre praias

Praia de todos ou de alguns?

Praia de todos ou de alguns? | Metrópoles

Da Redação

<p>Existe uma discussão, de natureza filosófica e científica, sobre a determinação ou a casualidade dos fatos. Nas Ciências Físicas, é célebre a discussão de Einstein e Bohr sobre os fenômenos da natureza, causais para Einstein e probabilísticos para Bohr. Como se o destino do mundo e de todos possa ser previamente regido pela lógica, ou possa ocorrer segundo o acaso, com diferentes direções em momentos determinados, em que, dependendo das decisões tomadas, o mundo futuro adquire diferentes cursos na natureza e na história.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Um modelo alternativo que tenta concatenar o determinismo e o acaso é a ideia da existência de uma matriz de possibilidades, onde as decisões são tomadas levando a diferentes resultados dentro da referida matriz. Assim, parte da ação é determinada, parte probabilística.</p>
<p>Adam Przeworski define erro em Ciências Sociais como uma relação tripartite entre os objetivos a serem atingidos, as condições externas que possibilitam ou impedem em se atingir estes objetivos, e as decisões efetivamente tomadas. Interessante que Sun Tzu, em A Arte da Guerra, diz que “se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”. Compatível com a noção de erro.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Lula, por exemplo. Se o objetivo de Lula é vencer as próximas eleições, ou fazer o seu sucessor, Lula tem agido errado.</p>
<p>Lula foi eleito em 2º turno com 39% do total do eleitorado, Bolsonaro 37%, com 24% de abstenção, brancos e nulos. O principal motivo para a eleição de Lula foi o recall positivo de seu governo anterior, diante da falência da economia no governo Bolsonaro. Com Lula, de 2002 a 2010 o PIB do Brasil subiu de US$ 0,5 trilhão para US$ 2,2 trilhões, enquanto no governo Bolsonaro o PIB foi de US$ 1,92 trilhão em 2018 para US$ 1,95 trilhão em 2022. Adicione-se os erros no COVID, com a assinatura de Bolsonaro.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>O grande erro de Lula foi não dar ao país um novo projeto econômico, que una uma nova demanda com nova oferta. Nos governos Lula I e II, a nova política econômica casou os programas sociais com créditos para o setor industrial, com o desenvolvimento do país. No governo Lula III, não ocorreu a formulação de um novo projeto, com a aplicação de políticas mais clássicas na espera do mercado.</p>
<p>Adicione-se os erros de Lula nas declarações sobre a política externa, acredito que mais radicais do que ele mesmo seja, que lhe tiraram do cenário internacional, e que poderão gerar a perda de importante percentual de votos ao centro do eleitorado. Também, os efeitos da crise climática deste ano de 2024, que gerarão problemas para o governo, com pressão inflacionária.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Lula pegou o governo com o dólar a R$ 5,32 no final de 2018, com o último Boletim Focus projetando o dólar a R$ 5,40 no final deste ano de 2024, ou mais, segundo alguns analistas. Nesse compasso, o crescimento do PIB em dólares correntes poderá ser pouco significativo, ou mesmo zerado ao final do governo Lula, com implicações eleitorais.</p>
<p>O erro sempre tem preço.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Ricardo Guedes é Ph.D. pela Universidade de Chicago e CEO da Sensus</em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
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Presidente Lula participa da cerimônia de sanção da lei que moderniza a Lei Geral do Turismo Metropoles

Presidente Lula acompanhando do presidente da Câmara Arthur Lira participam da cerimônia de sanção da lei que moderniza a Lei Geral do Turismo Metrópoles

O erro em Ciências Sociais (por Ricardo Guedes)

<p>Em 2021, participei num debate com os filósofos André Barata, Yves Michaud e Peter Trawny intitulado “Como nos Vamos Entender com o Mundo”, e na altura, questionei: para quê? Qual é o objetivo de se entender com o mundo? O mundo vale a pena? Nós valemos a pena? Quando oiço as notícias e percorro o ruído incessante das redes sociais, ao ver a facilidade com que se transita de questões de vida ou de morte para a indignação beata com o vestido transparente de uma artista, continuo a ter sérias dúvidas sobre se tudo isto vale a pena.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Quando olho para Gaza, Líbano, Sudão, Haiti, Ucrânia, Afeganistão ou o Mediterrâneo, para o sofrimento das populações civis, reféns de jogos de poder, vítimas de conceções predadoras, capitalistas, supremacistas, antropocêntricas, patriarcais, do mundo e de vidas, as dúvidas persistem. O cinismo com que se joga com existências humanas, a indiferença de quem poderia fazer a diferença, mas escolhe a passividade ou a cumplicidade, pergunto: vale a pena entendermo-nos com o mundo? Que mundo?</p>
<p>Quando sinto a emotividade seletiva de tantas pessoas, que choram e se indignam consoante a cor da pele, a origem ou a religião de crianças massacradas, que, num instante, passam de vítimas sagradas a meros danos colaterais, tenho dúvidas. Quando observo pessoas que protestam em Berlim contra um genocídio, em Londres pela preservação do planeta ou em Lisboa contra o fascismo a serem violentadas, algemadas, criminalizadas, questiono-me: vale a pena?</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Enquanto isso, assisto ao desfile de partidos racistas como o Chega, que, nas ruas de Lisboa, de mãos dadas com grupos neonazis, promovem impunemente mensagens criminosas de ódio racista, xenófobo e islamofóbico, sem alarme ou consequência. Partidos que estigmatizam e aterrorizam populações portuguesas e imigrantes, reforçando as ideias e os partidos que no estrangeiro também podem ser nocivos para os emigrantes portugueses. E pergunto: vale a pena?</p>
<p>Quando vejo o aumento de leis e de perseguição às pessoas LGBTI+ em países como os EUA, Itália, Bulgária, Geórgia, Rússia, passando pelo Uganda ou a Costa do Marfim, tenho dúvidas. Quando penso que até uma mulher sedada pelo marido, violada por dezenas de homens, com provas filmadas, pode ainda ser acusada, como se fosse a criminosa, sentada no banco dos réus. Quando a direita e a extrema-direita praticam o feminacionalismo, instrumentalizando a causa feminista para fins racistas, xenófobos ou islamofóbicos, pergunto: vale a pena?</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Tenho e continuarei a ter dúvidas, mas quando, esta semana, a L. e o T., numa aula de Filosofia, me disseram, com aquelas carinhas de adolescentes, onde ainda se vislumbra as crianças que foram, que “não acreditam” no mundo, que “é tudo corrupto”, que “a democracia não existe”, que “nada vale a pena”, senti pânico, acompanhado por um profundo sentido de responsabilidade e falha. Como é que vou poder dizer a jovens que nada disto vale a pena? Não posso. E, ao mesmo tempo, como transmitir um entusiasmo incondicional que não possuo?</p>
<p>Nesse momento vieram em meu socorro vozes como as do Amílcar Cabral, da Maria W. Stewart, da Marsha P. Johnson ou do Simon Nkoli, que não se deixaram levar pelo desespero, não tendo esse privilégio, que lutaram, por vezes sacrificando a própria vida para resultados que nem chegaram a ver. Pessoas que nos deixaram em herança progressos que devemos honrar. Enquanto a resposta definitiva não chega (se é que chegará um dia), podemo-nos agarrar aos princípios e compromissos que estabelecemos com a nossa consciência, mantendo um diálogo constante com o fluxo das existências reais. Podemos ouvir a Maya Angelou quando, na Carta à Minha Filha, dizia: “Podes não controlar tudo o que te acontece, mas podes decidir não te deixares reduzir por isso”, ao que eu adiciono “não ser reduzida a isso”. “Tenta ser um arco-íris na nuvem de alguém”, prossegue Angelou. Podemos não resolver todos os males do mundo de uma vez, mas devemos ir tentando. À pergunta “vale a pena?”, eu devia ter levado mais a sério as palavras da minha própria mãe, quando me dizia: “Vai-se andando, filha!&#8230;”</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Transcrito do PÚBLICO)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
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Cerimônia fúnebre enterro de uma menina de 8 meses chamada Jud Karim, que morreu no ataque no Campo de Refugiados de Nuseirat em Deir Al Balah, Gaza, guerra palestina israel

Vale a pena? (Por Luísa Semedo)

<p>Até os tucanos de papo amarelo, os mais alegres e barulhentos, tentam manter a sobriedade e evitam celebrações antecipadas pela vantagem aberta no primeiro turno por José Serra(PSDB) em cima da prefeita Marta Suplicy (PT), candidata à reeleição.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>O instituto DataFolha, em pesquisa concluída no sábado, deu Serra na frente de Marta com três pontos percentuais &#8211; 37% a 34%. Nesse mesmo dia, o Ibope deu o contrário &#8211; Marta com 36% e Serra com 34%.</p>
<p>Em pesquisa de boca de urna fechada hoje à tarde, o Ibope cravou 40% para Marta e 40% para Serra. A margem de erro foi de 1,7%.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Com 94% das urnas apuradas, Serra estava com 43% dos votos válidos e Marta, 35%. É possível que a diferença de oito pontos percentuais ainda caia um pouco &#8211; mas não deverá cair tanto.</p>
<p>Pesquisa de boca de urna é feita depois que o eleitor vota. Quer dizer: ela fotografa algo que já se materializou. Não se trata mais de fotografar desejos, intenções, nuvens que passam.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Se o Ibope é capaz de errar em pesquisa de boca de urna, o que pensar de suas simulações de segundo turno?</p>
<p>Se Serra vencer Marta no primeiro turno com a vantagem que se anuncia neste momento, é razoável, é mais do que razoável supor que estejam erradas todas as projeções feitas até aqui com relação ao segundo turno.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Ibope e DataFolha deram a Serra em suas simulações de segundo turno uma vantagem de mais ou menos 10 pontos percentuais sobre Marta. Ela pode ser maior, bem maior.</p>
<p>&nbsp;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>(Publicado aqui em 4 de outubro de 2004)</p>
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Brasília - O senador José Serra durante sessão Congresso Nacional para apreciar e votar vetos presidenciais (José Cruz/Agência Brasil)

José Serra

Em eleição tão acirrada como a de SP, as pesquisas nem sempre acertam

<p>Uma vez que a maioria dos bolsonaristas já se bandeou para Pablo Marçal (PRTB), o ex-presidente deveria ou não ser o primeiro no próximo domingo à noite a anunciar o apoio a Marçal caso ele vá disputar o segundo turno com Guilherme Boulos (PSOL)?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Esse é o dilema que por ora enfrenta Bolsonaro. No entorno dele, há os que o pressionam para que apoie Marçal de imediato, e os que acham que ele deve deixar passar alguns dias antes de fazê-lo. Há bons argumentos em ambos os lados.</p>
<p>Dizem os apressados que se Bolsonaro demorar, irá a reboque dos bolsonaristas que votaram em Ricardo Nunes (MDB). Seu mérito então seria menor. Dizem os sem pressa que Bolsonaro deve esperar que Marçal antes suplique por seu apoio.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Uma coisa, porém, é certa: assim como não participou da campanha de Nunes, Bolsonaro não participará da campanha de Marçal. A não ser que as pesquisas de intenção de voto indiquem, sem deixar margem para dúvidas, que Marçal será eleito.</p>
<p>Os filhos Zero de Bolsonaro fazem parte do time dos sem pressa.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
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O ex-presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro e o dilema de ser ou não o primeiro a aderir a Marçal

<p>Se feita uma pesquisa para saber quem venceu o debate da TV Globo entre os candidatos a prefeito de São Paulo, o mais provável seria que o resultado apontasse Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes nos primeiros lugares, vindo a seguir Tabata Amaral (PSB).</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Natural que fosse assim. Na reta final de uma campanha, a maioria dos eleitores já sabe em quem pretendem votar e torcem pelo êxito do seu candidato. Não lhes cobre, pois, neutralidade. A torcida contamina sua opinião. Daí porque um debate, a três dias da abertura das urnas, pouco influencia no placar final.</p>
<p>A não ser que um ou mais dos candidatos tenham atravessado a rua para pisar numa casca de banana, acidentando-se feio. Isso não ocorreu. Se Nunes pareceu um tanto apagado, não foi porque alguém o apagou – apagado ele é, o mais apagado de todos. Destacaram-se Boulos, Tabata e Marçal, como das outras vezes.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Luiz Datena (PSDB) só se destacou em duas ocasiões passadas: ao ameaçar bater em Marçal e ao bater com uma cadeira. A cadeirada provocou ferimentos leves em Marçal. Mas isso bastou para ele se internar em um hospital  e depois sair de lá com uma mão engessada. Ela ficará engessada até o fim da eleição.</p>
<p>Política é teatro, e os políticos costumam ser bons atores. Mas como não há lugar para todos na boca do palco, uns ganham, outros perdem, de acordo com o humor mutante da plateia. Amanhã, mais duas pesquisas de intenção de voto (Datafolha e Quaest) darão novas pistas sobre a eleição na capital paulista.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>A pesquisa Datafolha divulgada ontem não trouxe boas notícias para Nunes. Ele, Boulos e Marçal empatam dentro da margem de erro – Boulos com 26%, Nunes com 24% e Marçal também com 24%. Nunes oscilou três pontos para baixo, Boulos, cresceu um ponto e Marçal, três. Tabata subiu dois pontos ( de 9% para 11%).</p>
<p>Na pesquisa espontânea, onde se pergunta ao eleitor em quem ele votará sem apresentar a lista dos candidatos, Boulos subiu de 21% para 24%, Marçal de 16% para 20% e Nunes continuou com 16%. Há uma semana, 23% do total dos eleitores consideravam ruim e péssima a atual administração de Nunes. Agora, são 27%.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Entre os eleitores de Boulos, 74% dizem saber qual é o número do candidato a ser digitado nas urnas; 67% dos eleitores de Marçal dizem saber; e 63% dos eleitores de Nunes, idem. Portanto, o voto em Boulos e em Marçal parece mais consolidado. O número de eleitores indecisos despencou de 28% para 18%.</p>
<p>A rejeição a Marçal aumentou de 48% para 53%. Significa que se ele disputar o segundo turno, terá dificuldades para se eleger. Contra Marçal, 41% dos eleitores de Nunes votariam em Boulos, e 63% dos eleitores de Boulos votariam em Nunes. Entre os que votaram em Bolsonaro, 51% votam em Marçal e 32% em Nunes.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>O céu de Nunes, portanto, segue escuro e povoado de nuvens pesadas.</p>
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Debate entre candidatos à Prefeitura de SP da TV Record - Metrópoles

debate-record3

Os bolsonaristas em São Paulo correm para o colo de Pablo Marçal

<p>Médicos dizem que as infecções oportunistas são causadas por micro-organismos que se aproveitam de debilidades no sistema imunológico e podem se converter em epidemias em razão de imprudência ou negligência humanas. No último parágrafo de A Peste, obra-prima de Albert Camus, o personagem Rieux refletia: “o bacilo da peste não morre, nem desaparece, espera com paciência&#8230;e chega talvez o dia em que&#8230;a peste acorda os ratos e os manda morrer numa cidade feliz”.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Traçando um paralelo, perversidades sociais, a exemplo do crime organizado, corrupção e vícios de todos os gêneros, constituem uma ameaça permanente, sobretudo, em países com fragilidades institucionais e déficit civilizatório, como o Brasil. Esse entendimento é abonado por fatos recentes.</p>
<p>A Constituição de 1988 admitiu que a proposta orçamentária pudesse ser objeto de emenda para proceder à &#8220;correção de erros ou omissões&#8221;. Tese, em princípio, razoável.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Essa brecha legal serviu, todavia, de pretexto para, artificialmente, elevar a receita e financiar “emendas parlamentares”. De início, elas constituíam valores modestos; hoje representam quase ¼ das despesas discricionárias da União, desdobrando-se em uma larga coleção de alternativas (emendas individuais, de bancada, impositivas, secretas e as teratológicas emendas PIX), que acentuam as distorções no já disfuncional federalismo fiscal e são fonte poderosa de corrupção. Reverter essa iniquidade requer uma desproporcional energia política.</p>
<p>A incapacidade de enfrentar os crônicos desequilíbrios fiscais por meio do gasto pretexta a elaboração de fantasias, como teto de gastos e arcabouço fiscal, e a busca alucinada por novas fontes de receita, não raro esdrúxulas, como a anistia parcial em decisões tomadas no CARF pelo voto de qualidade, ou tóxicas, como a tributação de apostas esportivas (bets).</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>A febre das bets resultou em expressivo endividamento dos mais pobres, redução do consumo, ludopatia digital e estímulo à corrupção nas competições esportivas.</p>
<p>Até mesmo o bolsa família tem sido utilizado em apostas esportivas, em abusivo desvio de finalidade.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Não consigo entender a surpresa diante desse quadro, construído por uma combinação de maciça publicidade, amplo patrocínio dos clubes de futebol e legislação que ampara a atividade.</p>
<p>São pífias as medidas cogitadas para enfrentar a febre das bets, como o controle de licenças para exploração da atividade e a vedação do uso de recursos do bolsa família. Ingenuidade ou impotência? A febre não será debelada.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Everardo Maciel foi secretário da Receita Federal </em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
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Blackjack como jogar-APOSTAS

Doenças sociais oportunistas (Everardo Maciel) 

<p>O Médio Oriente está a ferro e fogo. Gaza arrasada e o Líbano em convulsão. Israel, ébrio de vitórias táticas e o Irã condicionado por um dilema estratégico. Os Estados Unidos apelam à paz e Netanyahu faz a guerra. Sob a vertigem dos acontecimentos e a ameaça de um conflito em larga escala, é difícil ver claro. Mas há duas perguntas fundamentais: como é que tudo isto começou? E como é que isto vai acabar?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Começou há mais de um século. É um conflito que atravessou várias fases e diferentes configurações. Entre as duas guerras, ainda sob o mandato britânico da Sociedade das Nações, assumiu a forma de uma guerra civil. Nos anos 30, os palestinos revoltaram-se contra a instalação de judeus em Israel e contra os britânicos que a facilitaram.</p>
<p>Depois da fundação do Estado de Israel, entre 1948 e 1973, o conflito assume a forma de um conflito clássico interestatal. Os palestinos desaparecem da equação e as grandes resoluções do Conselho de Segurança da ONU nem sequer os mencionam. O conflito é entre os exércitos regulares de Israel e dos Estados árabes. É o tempo da chamada “guerra israelo-árabe”. E das grandes vitórias israelitas: 1948, 1956 e, sobretudo, a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e do Yom Kippur, em 1973. A partir de então, o conflito muda uma vez mais de configuração e aproxima-se de uma guerra assimétrica entre as forças palestinas e o Estado de Israel. Este processo é acompanhado por uma dupla dinâmica: de desarabização do conflito e apropriação palestina da sua causa. Desde os acordos de paz de Camp David, em 1978, que, primeiro o Egito, depois os outros Estados árabes, se vão afastando do conflito. E em 1993, nos acordos de Oslo, são os próprios palestinos, através da OLP, que assinam a paz com Israel.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Em casa, enquanto Israel vai consolidando o seu poderio militar, os palestinos vão alimentado a sua revolta nas sucessivas intifadas 1987-1993 e 2000-2005. Uma coisa é certa: a desarabização do conflito e reapropriação palestina é acompanhada pelo desenvolvimento da guerra assimétrica. E é a retirada dos Estados árabes que permite a entrada do Irã. Em 1988, depois da guerra Irão-Iraque, o Irã decide substituir os Estados árabes no apoio à causa palestiniana e construir uma rede de influência regional de actores não estatais, explorando, precisamente, a guerra assimétrica: o Hamas; o Hezbollah; a Jihad Islâmica e os houthis.</p>
<p>Agora, como é que tudo isto vai acabar? Não sabemos. Mas há uma ou outra coisa que nós sabemos. Sabemos que a estratégia iraniana é de estabelecer uma articulação militar entre as várias frentes de batalha contra Israel através destes atores não estatais seus “proxis”, com o objetivo de cercar, desgastar e enfraquecer Israel. E, bem entendido, garantir o seu programa nuclear. E sabemos que a prioridade de Israel é combater o Irã e os seus “proxis”. Mas também sabemos que o 7 de outubro desencadeou uma reação brutal de Israel. Israel tem direito à legítima defesa. Mas desbaratou essa legitimidade na brutalidade da reação. A justeza dos objetivos não justifica a desproporcionalidade dos meios.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Gaza está arrasada, o Líbano invadido, o Hamas destruído e o Hezbollah decapitado. Há destruição física, milhões de deslocados, crise humanitária e milhares de mortes de civis inocentes. A destruição militar de uma organização terrorista não pode justificar a punição coletiva de um povo. Depois do assassinato de Nasrallah, o Irã estava perante um dilema: como calibrar as represálias? Ou se limitava a uma política declaratória, condenava veementemente, mas não retaliava e perdia a sua credibilidade política e a sua capacidade de dissuasão; ou respondia e atacava diretamente Israel. Decidiu retaliar. Arrisca uma nova guerra e, quem sabe, o seu programa nuclear.</p>
<p>Ver-se-á a resposta de Israel. Embora não pareça, o seu dilema não é menor. Israel tem avançado de vitória táctica em vitória táctica, mas não há vitória estratégica sem uma solução política. E até agora não se vislumbra qual seja. Nem para Gaza, nem para o Sul do Líbano. É que as operações militares são necessárias para ganhar a guerra. Mas não são suficientes para garantir a paz. Não haverá paz, enquanto não houver uma solução política para os problemas que persistem: a relação com o Irã e um Estado para a Palestina. A escalada está em marcha e assim não acaba bem. Não haverá paz e sem paz ninguém ganha esta guerra.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Transcrito do PÚBLICO)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
</p>

Destruição no local de um ataque aéreo israelense noturno nos bairros de Laylaki, Harat Hreik e Sant Tares, nos subúrbios ao sul de Beirute Metropoles

Assim, ninguém ganha esta guerra (Por Nuno Severiano Teixeira)

<p>O conselho editorial do New York Times, criado em 1896 e que hoje tem 13 membros, publicou um editorial invulgar sobre Donald Trump.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Dizer &#8220;invulgar&#8221; é dizer pouco.</p>
<p>A estratégia percebe-se logo pelo título: The Dangers of Donald Trump, From Those Who Know Him – os &#8220;perigos&#8221; do ex-Presidente norte-americano segundo &#8220;os que o conhecem&#8221;.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Não sei se os helenistas concordarão, mas fiquei a pensar se este não seria um belo exemplo do truque clássico da retórica que em grego antigo se chama antistrephon – antístrofo – e que significa virar contra.</p>
<p>Isto é, virar o argumento contra quem o disse originalmente. O adversário diz uma coisa, nós pegamos nela e usamo-la para defender a nossa posição e mostrar a fragilidade do adversário.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Sou fã do antístrofo, talvez porque tem alguma coisa de humorístico – e a vida é curta, temos de nos rir.</p>
<p>Se calhar, o que o jornal fez foi simplesmente ser esperto na arte de argumentar. Até porque, no caso, o Times não usa as palavras de Trump para as virar contra ele, mas as palavras das pessoas que o conhecem.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Seja como for, é um editorial muito eficaz, no conteúdo e na forma:</p>
<p>1) o Times limita-se a dar voz aos que foram próximos de Trump, como quem diz, &#8220;não precisamos de fazer nada, basta ouvir o que diz o círculo próximo&#8221;;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>2) é um editorial interativo e por isso, no site, as citações estão dentro de pequenas caixas, cada uma com uma síntese da frase, o nome e a fotografia do autor e, ao clicarmos, temos a citação completa e a fonte – onde, quando e em que circunstância a frase foi dita –, e que relação a pessoa tem ou teve com Trump;</p>
<p>3) é muito simples.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>É feito de uma forma – e a forma é tão importante como o conteúdo – que é leve e lúdica (é divertido abrir e a fechar as caixas enquanto lemos); credível (a fonte e o link para cada citação reduz a possibilidade de desacreditar o levantamento de citações) e convincente (publicar citações de 91 pessoas próximas e críticas de Trump é esmagador, por oposição a um texto com três ou quatro exemplos ou uma frase tipo &#8220;mais de 90 pessoas próximas de Trump criticaram-no publicamente, usando palavras de artilharia pesada&#8221;).</p>
<p>Podia ter resumido tudo isto com o velho &#8220;ver para crer&#8221; ou &#8220;mostra, não digas&#8221;. Dizer é fácil (e não convence), mostrar é difícil (e convence).</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>E o que mostra o New York Times?</p>
<p>Arruma as 91 citações em cinco grupos: &#8220;Os infiltrados da Administração&#8221;, &#8220;Os Trumps e a Trump Inc.&#8221;, &#8220;Políticos republicanos&#8221;, &#8220;Vozes conservadoras&#8221; e &#8220;Líderes mundiais&#8221;.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>Diz o texto que abre o editorial: &#8220;Em qualquer eleição, é difícil saber em que palavra confiar. E num país polarizado, muitos americanos desconfiam de qualquer informação que venha do outro lado da divisão política. É por isso que as críticas feitas a Donald Trump por aqueles que trabalharam com ele na Casa Branca e por membros do seu próprio partido são tão impressionantes. Dezenas de pessoas que o conhecem bem, incluindo os 91 aqui listados, lançaram o alarme sobre o seu carácter e a sua aptidão para o cargo – a sua família e amigos, líderes mundiais e parceiros de negócios, os seus colegas conservadores e os seus nomeados políticos – apesar de não terem nada a ganhar com isso. Alguns falaram mesmo à custa das suas próprias carreiras ou interesses políticos. O conselho editorial do New York Times defendeu que Trump não está apto para liderar. Mas o argumento mais forte contra ele pode vir da sua equipa.&#8221;</p>
<p>O texto de introdução acaba com uma frase decisiva. O Times não grita, não olha de cima, não é sobranceiro nem agressivo, não toma os eleitores de Trump como tontos ou ignorantes, não insulta ninguém.</p>
<p>Pelo contrário.</p>
<p>Veja a última frase: &#8220;Para os americanos que ainda se sentem tentados a reconduzi-lo à presidência ou a não votar em Novembro, vale a pena considerar a avaliação de Trump feita por aqueles que o viram de perto.&#8221;</p>
<p>Como quem diz: vale a pena olhar para isto que fizemos; vale a pena ler e ouvir o que disseram sobre Trump os que já foram fãs de Trump, os que acreditaram nele.</p>
<p>Alguns exemplos:</p>
<p>– &#8220;Ele colocará sempre os seus próprios interesses e a satisfação do seu ego à frente de tudo o resto, incluindo o interesse do país. Não há dúvidas sobre isso.&#8221;</p>
<p>(Bill Barr, procurador-geral de 2019 a 2020, numa entrevista à CBS em Junho de 2023;)</p>
<p>– &#8220;A Educação é um serviço público acima de si próprio. O Presidente tinha perdido isso de vista. Também não era claro para mim se o Presidente estava realmente em condições mentais de continuar a servir como comandante em chefe das Forças Armadas mais poderosas do mundo. O seu comportamento tinha-se tornado cada vez mais errático.&#8221;</p>
<p>(Betsy DeVos, secretária de Educação entre 2017 e 2021, no seu livro de balanço como &#8220;ministra&#8221; de Trump, Hostages No More: The Fight for Education Freedom and the Future of the American Child, de 2022;)</p>
<p>– &#8220;Uma pessoa que admira autocratas e ditadores assassinos. Uma pessoa que não tem nada a não ser desprezo pelas nossas instituições democráticas, pela nossa Constituição e pelo Estado de direito.&#8221;</p>
<p>(John Kelly, secretário da Segurança Interna em 2017 e depois chefe de gabinete de Trump, na CNN, a 2 de Outubro de 2023;)</p>
<p>– &#8220;Tentou anular uma eleição justa e livre. Incitou uma multidão a atacar o Capitólio. Construiu um muro de mentiras para que os seus seguidores tentassem perturbar as acções do Congresso. Se isso não é uma ameaça para a democracia americana, não sei o que é.&#8221;</p>
<p>(Charlie Sykes, ex-apresentador de rádio e antigo director do jornal The Bulwark, em Agosto de 2020, na PBS;)</p>
<p>– &#8220;Toda a política externa baseia-se na reacção de um único indivíduo instável à percepção de insultos ou lisonjas. Se alguém diz algo de bom sobre ele, é nosso amigo; se diz algo de mau, se não beija o anel, é nosso inimigo.&#8221;</p>
<p>(Henry Kissinger, secretário de Estado de 1973 a 1977, em Siege, de Michael Wolff, 2019)</p>
<p>– &#8220;Devemos estar conscientes das consequências nefastas do egoísmo e do cinismo. O Presidente Trump tentou anular os resultados de uma eleição. E de uma eleição justa. Tentou fazer um golpe de Estado enganando as pessoas com mentiras.&#8221;</p>
<p>(Arnold Schwarzenegger, governador da Califórnia republicano de 2003 a 2011, que participou num Aprendiz de Celebridade, programa de Trump, em 2017.)</p>
<p>Aristóteles disse que, em geral, &#8220;todos tentam discutir afirmações e mantê-las&#8221; e todos tentam &#8220;defender-se e atacar os outros&#8221; (Retórica, I, 1, 1354a 1-11).</p>
<p>De todos os truques que nos deixou e que ainda hoje são estudados por políticos de todo o mundo, o antístrofo é dos mais bonitos. Não é virar o bico ao prego. O Times não desvirtua nada do que foi dito. É um bumerangue devolvido, não a quem o lançou, mas à claque do lançador.</p>


Imagem colorida de Donald Trump no debate - Metrópoles

foto-trump-debate-2

Como combater o adversário? Com as ideias do adversário (Bárbara Reis)

<p>Na reta final do primeiro turno das eleições, inúmeros casos de envolvimento de candidatos a vereador ou prefeito com o chamado crime organizado ganharam espaço no noticiário. Porém, sejamos francos, o fenômeno já não é surpresa, por mais que ainda cause espanto.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>A tendência foi muito bem abordada pela dirigente do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo (Poder 360, 11/09/24): “Em alguns casos, autoridades e gestores públicos são cooptados pelo crime organizado&#8230; antes mesmo de entrar na política”.</p>
<p>O surpreendente mesmo é que o brasileiro parece ter desenvolvido um talento para explicar a realidade óbvia com narrativas complexas, ao contrário do que seria de se esperar (quem sabe, um legado do bombardeio mental por cinco telenovelas diárias). Vamos combinar que, no nível em que a violência chegou aqui na hospitaleira Terra da Santa Cruz, não é mais exagero chamar esse problemaço de tragédia nacional.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Porém, o caso corre o risco de ser banalizado como apenas mais uma modalidade da nossa corrupção política ‘normal’. Mas, a estratégia adotada pelo crime organizado de se enfronhar no Estado começando pelos municípios não se trata trocar o domínio territorial violento pela prática normal da corrupção. Tem outra razão simples: esse é o caminho normal na escalada política.</p>
<p>Em outro artigo recente, o ex-ministro José Dirceu (Carta Capital, 17/09/24) apontou que “já na pré-campanha eleitoral, [facções criminosas] definem os candidatos a prefeito e a vereador que vão apoiar e que, se eleitos, irão facilitar seus negócios junto às prefeituras”.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Dito de outra forma, além das facilidades de lavagem do dinheiro por meio dos contratos de obras, compras, serviços e shows, o que os criminosos almejam é, digamos, lavar também o seu poder em si, procurando formalizar e expandir seu controle político territorial, por meio de eleições legítimas e de concursos públicos (uma espécie de golpe de Estado por vias legais).</p>
<p>Não cabe surpresa, porque o caso é só mais uma ‘crônica de uma morte anunciada’ do enredo brasileiro, que inevitavelmente iria se concretizar, mais cedo ou mais tarde. Em hipótese nenhuma, significa que o crime organizado vá abrir mão de invadir violentamente mais e mais territórios, mesmo que conquistem parcelas do poder formal. É o modelo clássico de ‘máfia’, como ocorreu na Colômbia, Venezuela, México, EUA, Itália, Bélgica, Leste Europeu, Marrocos, Ásia etc.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Ou seja, é aqui que entra em cena nossa tendência a abrandar a narrativa, numa espécie de dicotomia entre o bandido violento e o ‘corrupto normal’. Acontece que as coisas podem, e vão, coexistir. Quanto mais violência, maior a impregnação do crime na política, e vice-versa.</p>
<p>Exemplo interessante para os futuros prefeitos é o da cidade colombiana de Medelín, onde, após o governo federal desmantelar as quadrilhas e as milícias que dominavam os territórios pobres (e atrapalhavam o estilo de vida dos ricos), a prefeitura destinou seus investimentos públicos para a reformulação urbana, com foco na desigualdade social e na insegurança.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Vale lembrar que outra chaga do nosso desenvolvimento-pela-metade &#8211; a desigualdade social – também já desfilou na passarela eleitoral durante algumas décadas, até sair de moda, apesar de ainda ser o ‘problema guarda-chuva’ que abriga as demais mazelas: saúde, educação, segurança, emprego, desmatamento etc.</p>
<p>No Brasil, quase 50 mil pessoas são assassinadas anualmente, na maior parte em bairros pobres, onde os serviços e os espaços públicos são escassos e deficientes (uma incubadora ideal para a corrupção e a violência). É para cuidar disso que servem os prefeitos e vereadores.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Felipe Sampaio: chefiou a assessoria do ministro da Defesa; dirigiu o sistema de estatísticas no ministério da Justiça; foi secretário-executivo de segurança urbana do Recife; cofundador do Centro Soberania e Clima; membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública; ocupa a chefia de gabinete da secretaria-executiva no Ministério da Microempresa.</em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
</p>

Arte gráfica colorida de estátua da Justiça, com balança preta quebrada ao fundo, vermelho. A estátua é branca e, além da venda nos olhos, está com a boca tapada. O peito dela consta com a inscrição PCC e a cabeça o numeral 1533 - Metrópoles

Praia de todos ou de alguns?

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