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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por <strong>Ricardo Noblat</strong> e equipe

Blog do Noblat

18 9 2024

Charge do Aroeira

<p style="font-weight: 400;">A justiça deveria cassar as candidaturas a prefeito de São Paulo de José Luiz Datena e Pablo Marçal?  Respostas de 495 leitores:<br />
Sim &#8211; 34%<br />
Não &#8211; 11%<br />
Só a de Datena &#8211; 10%<br />
Só a de Marçal &#8211;<strong> 45%</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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datena marçal

O destino de Datena e Marçal

<p><i>“A seca acontece em vários lugares do mundo. A diferença é que aqui no Brasil há uma aliança criminosa, uma espécie de terrorismo climático, onde as pessoas usam a mudança do clima para agravar mais o problema.”</i> (<b>Marina Silva</b>, ministra do Meio Ambiente)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
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queimada sp 7

Frase do dia

Guga Noblat

<p style="font-weight: 400;">O brutal ataque do grupo radical Hamas a Israel justifica o bombardeio e a morte indiscriminada de palestinos na Faixa de Gaza? Respostas de 2.068 leitores:<br />
Justifica &#8211; 26,3%<br />
Não justifica &#8211; <strong>73,7%</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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<p>TeroVesalainen/Pixabay</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div>
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interrogação dúvida

Brasileiros repatriados sonham em retomar a vida em Israel após guerra

Nova etapa da guerra: Israel permanece e opera dentro da Faixa de Gaza

O que Israel achou do encontro entre Lula e Roger Waters

Israel promove bombardeio mais pesado em Gaza e atinge 150 alvos

Ataque de Israel a Gaza se justifica?

Ataque de Israel a Gaza se justifica? | Metrópoles

Da Redação

<p>Entre 13 e 22 de setembro de 2024 o Rio de Janeiro sedia o Rock in Rio cuja 1ª edição aconteceu em 11 de janeiro de 1985, quando o Brasil passava por um momento histórico de transição política.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Na noite do 15 de janeiro, 200 mil jovens se reuniram na Cidade do Rock, em Jacarepaguá, para assistir à apresentação do Barão Vermelho. Muitos vestiam verde e amarelo ou seguravam bandeiras do Brasil, em um clima de intensa brasilidade. Cazuza, após cantar &#8220;Pro Dia Nascer Feliz&#8221;, emocionou a multidão ao dizer: “Que o dia nasça feliz para todo mundo amanhã. Em um Brasil novo, uma rapaziada esperta.”</p>
<p>Esse momento coincidiu com a eleição indireta de Tancredo Neves como presidente da República, marcando o início da transição para a democracia. O regime militar estava sendo deixado para trás, não por meio de revoluções violentas, como imaginavam os movimentos radicais dos anos 70, mas atrav de um processo de negociação e luta política gradual.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>A ditadura não caiu de forma abrupta. Ela foi desmantelada pela pressão popular, especialmente pela campanha das Diretas Já, e pela articulação dentro dos limites legais do regime. Após a derrota da Emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas, foi necessário buscar novas formas de seguir adiante. A vitória de Tancredo no colégio eleitoral foi uma ponte entre o passado e o futuro, entre o Brasil militar e o Brasil democrático de hoje.</p>
<p>Apesar de obstáculos, como a ausência do PT no colégio eleitoral, que se recusou a participar e puniu parlamentares que votaram em Tancredo, a transição seguiu.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Embora Tancredo tenha morrido antes de assumir a presidência, sua eleição foi um marco, e a democracia continuou a se fortalecer, culminando na Constituinte de 1988, nas eleições diretas –finalmente- em 1989 e na estabilização econômica dentro do Estado de Direito.</p>
<p>O Rock in Rio capturou esse espírito de renovação. Cazuza e sua geração acreditavam em um Brasil novo, um país que buscava deixar para trás a repressão e a censura. A mensagem de Cazuza naquele 15 de janeiro de 1985, &#8220;Pro dia nascer feliz&#8221;, ainda ressoa. O Brasil se reencontrava consigo mesmo, em um momento de coesão e esperança no futuro. Naquela noite, o país acordava para uma nova era.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>O desafio de hoje é manter vivo o espírito de transformação e reencontro com nossos valores democráticos. Assim como em 1985, quando a juventude sonhava com um Brasil melhor, é com mais democracia que vamos superar as crises políticas atuais e construir um futuro mais justo. A mensagem de Cazuza segue atual: &#8220;Pro dia nascer feliz / Essa é a vida que eu quis / O mundo inteiro acordar / E a gente dormir&#8221;.</p>
<p>&nbsp;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p><em>Hubert Alquéres é presidente da Academia Paulista de Educação.</em></p>
<div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div></p>

Palco Mundo Rock in Rio em foto colorida - Metrópoles

Palco Mundo Rock in Rio

Essa é a vida que eu quis (Por Hubert Alquéres)

<p style="font-weight: 400;">Se está farto de ser atendido pela inteligência artificial, ou por um pobre funcionário obrigado a dar respostas já redigidas; se está farto da automatização de tudo, e anseia por dialogar com uma inteligência humana, exprimindo-se através de uma voz que varia consoante as emoções suscitadas, faça o seguinte: telefone para um pequeno produtor.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">O mais das vezes o número de celular que encontrará na etiqueta levá-lo-á ao próprio produtor. E, mais incrível ainda, estando quase em 2025: a pessoa do outro lado também terá vontade de conversar.</p>
<p style="font-weight: 400;">Tenho aprendido imenso com estes telefonemas que faço, é verdade, mas sobretudo tenho conhecido pessoas muito engraçadas – um pouco solitárias, talvez – que têm uma visão da vida muito mais pessimista, dramática e desencantada do que eu alguma vez imaginei possível.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Há 15 dias, estive dez minutos ao telefone a discutir se Portugal era o pior país do mundo para os agricultores ou só o pior dos países que não eram extremamente pobres.</p>
<p style="font-weight: 400;">Os agricultores falam do tempo-clima como nós falamos do tempo-vida. Para eles, cada ano é uma vida inteira, com um estojo próprio de esperanças específicas, prontas para desiludir de novas maneiras.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Onde nós vemos um tremoço, onde queremos dar-lhe os parabéns por ter tremoços tão bons, o produtor quer que a gente veja o declínio do Ocidente, e a futilidade do esforço humano, e a gratidão comovente de todos os mamíferos, à excepção do primata tremoceiro.</p>
<p style="font-weight: 400;">Conversar é divergir, é tentar convencer, é chocar, é fazer pouco, é ser obrigado a conceder que o outro nunca concordará connosco. É por isso que faz bem.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p style="font-weight: 400;">Um dia estes telefonemas deixarão de ser possíveis: os advogados descobrirão os riscos, os gestores arranjarão maneiras mais eficazes de atender os clientes satisfeitos – &#8220;esses não interessam, já estão convencidos!&#8221; – e os próprios produtores, vendo que enfrentam mais do que uma chamada telefónica por mês, desistirão alegremente de nos atender.</p>
<p style="font-weight: 400;">
<p style="font-weight: 400;">(<em>Transcrito do</em> <strong>PÚBLICO</strong>)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
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Eugene ao telefone, 2000 da série Outland

Uma pessoa do outro lado (Por Miguel Esteves Cardoso)

<p>Não bateu, mas não me sai da cabeça. Dizem os pesquisadores que a origem da cadeira é uma criação dos artesãos egípcios, faz 5800 anos. Nasceu para servir aos seus donos. No início, era um banco para descanso do bumbum. Em seguida, adicionado o encosto, serviu de apoio lombar e demarcou o <em>design </em>original da cadeira com variações adequadas às múltiplas serventias e significados.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>O assento, o encosto, o braço e as pernas passaram de formas bem simples para fins utilitários, estéticos e atender padrões culturais. Começa pela saúde da pessoa: a depender da cadeira e da forma de sentar-se, o esqueleto e a musculatura podem sofrer desconfortos, dores e afetar a qualidade de vida das pessoas. Muita atenção: é aconselhável, ao primeiro sinal das “mialgias”, procurar especialistas respeitáveis e evitar a cura milagrosa dos curandeiros.</p>
<p>Há dois tipos de “cadeiras” que simbolizam o poder político e o poder do conhecimento: trono é a cadeira reservada para monarcas, autoridades religiosas e, na linguagem figurada, posição hierarquicamente elevada; cátedra, origem latina da palavra cadeira, é o assento reservado ao poder do conhecimento, seja como símbolo do magistério episcopal, seja como posição superior de ensino, atualmente, em desuso. Porém, afirmar, coloquialmente, que fulano é “catedrático”, enfatiza a profundidade excepcional sobre qualquer assunto em discussão.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Como parte do mobiliário, a cadeira assume as mais variadas formas; das mais simples à mais sofisticadas, seja no ambiente doméstico, seja no espaço profissional, complementando a estética de ambientes interiores sobres os quais multiplicam-se estilos e, sobretudo, preços.</p>
<p>Nesta breve reflexão, não poderiam faltar três tipos de cadeiras: uma é a abençoada “cadeira de rodas” que não serve somente de assento, mas é, sobretudo, o abrigo, o espaço do acolhimento, o generoso equipamento que supre os movimentos humanos em pessoas que deles foram privados, ao nascer, ou se tornaram vítimas de enfermidades ou acidentes que exigem cuidados especiais. Na minha experiência de voluntário por 20 anos na AACD, pude aquilatar o valor da cadeira de rodas e vivenciar profundas emoções ao testemunhar a alegria das famílias beneficiadas diante das necessidades especiais, entre elas, as da locomoção.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Em contraste com a cadeira que é um suporte para vida, cabe referência à cadeira elétrica, a cadeira assassina que não merece outro adjetivo como instrumento devidamente legalizado, em vários países, inclusive, na maior democracia ocidental, os EUA, para executar a pena morte.</p>
<p>Por fim, como se não bastassem a tensão, ambiente radicalizado, a literal combustão do clima, emerge, no Brasil, a terceira: a “cadeira democracida”, aliás, completamente inocente no episódio repugnante em que um candidato a prefeito de São Paulo desfere uma cadeirada no seu concorrente. A cadeira/objeto é inocente; a democracia, a vítima; o cidadão, desrespeitado. No entanto, para dar continuidade ao deplorável espetáculo, será adotada uma genial solução: vão “parafusar as cadeiras”, ou seja, como na vingança do “traído”, vão “retirar o sofá da sala”.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Gustavo Krause foi ministro da Fazenda </em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
</p>

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A cadeira (por Gustavo Krause)

<p style="font-weight: 400;">Da janela do meu apartamento, uma enorme coluna de fumaça cobria o céu de fuligem – já amarelado pelas labaredas do fogo que queimaram sem dó o Parque Nacional de Brasília. Até ontem, o fogo havia incinerado flora e fauna de quase 3 mil hectares. Prejuízos inestimáveis.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Os incêndios demoraram a chegar à Capital da República. A pergunta é: sabíamos que iam chegar?</p>
<p style="font-weight: 400;">O Brasil já pegava fogo. Brasília é extremamente seca. Hoje, contabiliza o vice-presidente da SBPC, Paulo Artaxo, são 205 mil focos de incêndio em todo o País, alta de 144% em relação ao ano passado. Nada menos que 66% do território brasileiro.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p style="font-weight: 400;">E a pergunta insiste: as autoridades sabiam ou não que a tragédia se anunciava?</p>
<p style="font-weight: 400;">Artaxo responde: as queimadas sempre ocorreram ao longo dos últimos 30 anos, fruto do desmatamento para abertura de novas áreas agrícolas. “Mas 2024 será lembrado como o ano que superou todos os limites. Vivemos uma pandemia de incêndios florestais”.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Há fortes indícios de atuação do crime organizado nessa sucessão de incêndios, e de provável má fé de alguns governantes que permitem as queimadas para saciar a volúpia do agro – cabe aos governos estaduais autorizar botar fogo no campo. Lula, em reunião de emergência para tratar do assunto, nesta terça, 17, endossou a tese.</p>
<p style="font-weight: 400;">Assim como as enchentes, o fogo adverte sobre sua chegada. As chuvas cessam, os campos ficam secos, e os “terroristas” se aproveitam da nossa vulnerabilidade. Quem chama de “terrorismo” é Marina Silva, ministra do Meio-Ambiente.  “Estamos vivendo situação de risco em todo o País”, diz Marina.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p style="font-weight: 400;">A tragédia ambiental esquentou o debate sobre a criação da Autoridade Climática, promessa de campanha de Lula que não saiu do papel. Semana passada, voltou ao assunto. Mas como tudo que envolve politica partidária complica a vida do governo, ainda não há nome anunciado. Marina indica Ana Toni, sua Secretaria de Mudança Climática. O Secretário do Clima do Itamaraty, embaixador Correa do Lago está no páreo.</p>
<p style="font-weight: 400;">Eu jurava que seria Marina Silva. Mais lógico.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">A demora nas providências contra o que também chamou de “pandemia” de queimadas, levou o ministro do STF Flavio Dino a puxar a orelha do Poder Executivo. Deu prazo para o governo se mexer. O Governo do Distrito Federal não levou a sério. “Normalizou o absurdo”.</p>
<p style="font-weight: 400;">As reservas de Brasília queimam como não acontece há mais de 20 anos.  Só depois do mal instalado, medidas de emergência foram acionadas.  Ontem, o Governo Federal anunciou a liberação de crédito extraordinário de R$ 514 milhões para combate a incêndios. A possibilidade de abertura desse crédito se deve a Flávio Dino.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">A Policia Federal admite os incêndios criminosos. Humberto Freire, delegado da PF, viu incêndios começarem quase simultaneamente, indicio de ações coordenadas. Apenas em agosto, foram 5,65 milhões de hectares queimados – 50% de tudo o que foi destruído pelo fogo desde janeiro de 2024.</p>
<p style="font-weight: 400;">147 DIAS SEM CHUVA</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Só não está pior que em 1963, quando Brasilia teve um período de estiagem de 163 dias. Nem pior que Belo Horizonte, está há 150 dias na seca.</p>
<p style="font-weight: 400;">QUEIMADA DERRUBA TOFFOLI</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">O ministro Dias Toffoli foi internado na tarde de ontem, com insuficiência respiratória – quadro de broncopneumonia. Sem previsão de alta.</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Mirian Guaraciaba é jornalista </em></p>


Incêndio de grande proporção atinge a reserva do Parque Nacional de Brasília, próximo a Água Mineral Metrópoles 2

Arde o peito (por Mirian Guaraciaba)

<p style="font-weight: 400;">Os mais renomados marqueteiros poderão amargar duras derrotas em suas principais campanhas, este ano. A saber:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;"><strong>* </strong><u>Duda Mendonça</u> &#8211; arrisca-se a perder com Marta Suplicy (PT), prefeita de São Paulo e candidata à reeleição;</p>
<p style="font-weight: 400;"><strong>* </strong><u>Nizan Guanaes</u> &#8211; já perdeu com Jorge Bittar (PT), candidato a prefeito do Rio;</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p style="font-weight: 400;"><strong>* </strong><u>Antônio Lavareda</u> &#8211; tudo indica que já perdeu com Carlos Augusto, o Cadoca (PMDB), candidato a prefeito do Recife;</p>
<p style="font-weight: 400;"><strong>* </strong><u>Fernando Barros</u> &#8211; deve perder em Salvador com o senador César Borges (PFL), candidato a prefeito.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Isso quer dizer que deixaram de ser bons marqueteiros? Não. Quer dizer apenas que os melhores marqueteiros não fazem milagres.</p>
<p style="font-weight: 400;">Duda Mendonça tirou Paulo Maluf (PP) da lama em 1990 quando ele disputou e perdeu o governo de São Paulo para Luiz Antônio Fleury (PMDB). Embora derrotado, Maluf saiu da campanha com uma boa imagem. Tinha entrado nela com uma péssima imagem.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p style="font-weight: 400;">Dali a dois anos, com a ajuda de Duda, Maluf se elegeu prefeito. E depois, Duda o ajudou a eleger Celso Pitta, de triste memória. Com Duda, Maluf perdeu em 1998 quando novamente concorreu ao governo.</p>
<p style="font-weight: 400;">Nizan ganhou com Fernando Henrique Cardoso (PSDB) duas vezes para presidente da República &#8211; em 1994 e em 1998. Perdeu com José Serra (PSDB) para presidente em 2002. Mas a boa campanha que ele fez para Serra, há dois anos, está ajudando Serra, agora, a desbancar Marta &#8211; pelo menos por enquanto.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Quem ganha ou perde eleição é candidato. Marqueteiro ajuda. Pode ajudar muito. Ou atrapalhar.</p>
<p style="font-weight: 400;">
<p style="font-weight: 400;">(Publicado aqui em 18 de setembro de 2004)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
</p>

Duda Mendonça

Quem perde ou ganha é o candidato, não o marqueteiro

<p style="font-weight: 400;">Mano Medeiros (PL), 56 anos, advogado, bolsonarista de raiz, prefeito de Jaboatão dos Guararapes, cidade a 18 quilômetros do Recife, e candidato à reeleição, é o autor até aqui da desculpa mais original para fugir de um debate – no caso, o promovido, ontem, pelo G1, o portal de notícias da Globo. A desculpa foi postada por ele no Instagram a poucos instantes do início do debate:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;"><em>&#8220;O Brasil assistiu estarrecido às cenas da cadeirada no debate deste domingo. Ocorreu em São Paulo, mas pode acontecer em qualquer lugar, porque os debates têm se caracterizado pelas agressões, insultos, desrespeito. Muitos candidatos tomam essa atitude para fazer seus recortes para internet. Jaboatão não precisa disso. Jaboatão precisa de respeito, equilíbrio e projetos. Então, tomei a decisão de não participar de debates nesta campanha&#8221;.</em></p>
<p style="font-weight: 400;">Na verdade, o motivo para que ele não comparecesse foi outro. A mais recente pesquisa do Instituto Real Time Big Data, publicada na última quinta-feira (12) indica que haverá segundo turno para eleição do prefeito de Jaboatão, a manter-se o quadro atual. Medeiros aparece com 37% das intenções de voto, seguido de perto por Elias Gomes (PT) e Clarissa Tércio (PP), com 23% e 22%, respectivamente.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Jaboatão é a segunda maior cidade governada pelo PL no Nordeste, atrás apenas de Maceió. Ali, no segundo turno da eleição presidencial de 2022, Lula obteve 204.012 votos, o equivalente a 55,75% do total, e Bolsonaro 161.952 (44,25%). Jaboatão já foi conhecido como “Moscouzinho” por ter elegido em 1947 o primeiro prefeito comunista do Brasil, o médico Manoel Calheiros, e 4 vereadores comunistas.</p>
<p style="font-weight: 400;">Exceto Elias Gomes, esse candidato outra vez,  e Anderson Ferreira, ninguém conseguiu reeleger-se prefeito de Jaboatão por dois mandatos consecutivos. Daí o pavor de Medeiros.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
</p>

Prefeito-Mano-Medeiros

Prefeito de Jaboatão foge de debate com medo de levar uma cadeirada

<p style="font-weight: 400;">Uma regra eleitoral estabelece que as emissoras de rádio e de televisão são obrigadas a convidar para debates só os candidatos filiados a partidos com representação mínima no Congresso. Quer dizer: o partido deve ter ali, no mínimo, cinco parlamentares.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">O partido Novo, por exemplo, não tem. Por isso, o senador Eduardo Girão, candidato a prefeito de Fortaleza, foi retirado do debate promovido pela TV Otimista. Girão chegou a participar do primeiro bloco do programa. A Justiça Eleitoral ordenou sua saída.</p>
<p style="font-weight: 400;">Girão saiu dizendo que foi censurado:</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p style="font-weight: 400;"><em>&#8220;Quem é que tem medo do que a gente vai falar? Eu fico surpreso com isso no meio do debate. É um desrespeito com as pessoas que estão assistindo.&#8221;</em></p>
<p style="font-weight: 400;">O PRTB, partido de Pablo Marçal, não tem representantes no Congresso, e no último dia 14, a Justiça de São Paulo mandou despejá-lo de sua sede na Zona Sul da capital por dívida com aluguel. Por que Marçal, ainda assim, participa de debates?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">Porque as emissoras o convidam a pretexto de oferecer espaço a diversas vozes. São 10 os candidatos a prefeito. Quatro deles sem voz nos debates até aqui: Altino Prazeres (PSTU), Bebeto Haddad (DC), João Pimenta (PCO) e Ricardo Senese (UP).</p>
<p style="font-weight: 400;">A razão que pesa a favor de Marçal é que ele dá Ibope, como se dizia no passado. Sem suas mentiras, provocações, desaforos, ataques de baixo nível aos adversários, a audiência seria definitivamente menor. O eleitor nega, mas baixaria o atrai.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p style="font-weight: 400;">Se Marçal dá mau exemplo, paciência. Se ele reforça a impressão de que a política é assim mesmo, e de que os políticos não prestam, paciência. Se ele dissemina as notícias falsas que o bom jornalismo condena, paciência. Se a democracia perde com isso, paciência.</p>
<p style="font-weight: 400;">Debate migrou da órbita do jornalismo para a do entretenimento. Interesse público virou interesse do público. Se antes os jornalistas tapavam os ouvidos aos que os liam, viam e escutavam, hoje se rendem aos instintos mais primitivos da plateia.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p style="font-weight: 400;">No que tudo isso vai dar, não sei. Mas pelo andar da carruagem, imagino que não dará em coisa boa.</p>
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Pablo Marçal

A única vacina contra o vírus Marçal é deixá-lo de fora dos debates

<p>Quem perde a memória histórica pode repetir os erros do passado. A história das relações Brasil e Argentina foi marcada por desencontros. A Questão do Prata, como a via dominadora do centro da América do Sul, criou rivalidades e alimentou muitas disputas que, por imobilismo, chegaram à segunda metade do século passado.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>A tese que naquele tempo se tornou verdadeira argumentava que quem dominasse a Bacia do Prata dominaria a região, porque os rios que ali desembocavam levavam ao reino de Preste João, uma lenda sobre lagos de ouro que ali existiriam. Mas a única coisa que foi encontrada na região foram as minas de prata de Potossi, muito exploradas, cuja prata foi levada, paulatinamente, para a Europa.</p>
<p>Como intelectual, tendo a perfeita consciência dos nossos equívocos, ao chegar à Presidência do Brasil, levava a firme decisão de iniciar nova etapa em nossas relações com a Argentina.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Mandei a Buenos Aires, dois meses depois de assumir o cargo, meu Ministro das Relações Exteriores, Olavo Setúbal. Tinha pressa. Ele foi propor a abertura de conversações para estabelecermos uma grande mudança. Nasceu meu encontro com Alfonsín, em Iguaçu, novembro de 1985. Havia uma identidade total em nossas visões. Nesse dia conheci as virtudes extraordinárias desse homem, estadista das Américas e patrimônio moral e político da Argentina.</p>
<p>Alfonsín também defendia que devíamos crescer juntos, mudar a história do continente com a formação de um mercado comum entre nossos dois países. Então ele deu o primeiro e mais importante passo para mudar a imagem de nossas divergências. Fora do programa oficial, contra aconselhamentos de sua Assessoria, visitou Itaipu. Tiramos uma foto que sepultou a guerra importada das águas do Paraná.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Assinamos acordos básicos, inclusive o primeiro da área nuclear. Precisávamos sepultar essa tentação de alguns setores militares de nossos dois países dessa coisa brutal que seria uma corrida nuclear no Cone Sul. Alfonsín, depois, foi mais longe: levou-me a Pilcaniyeu, na Província de Rio Negro. E eu o trouxe a Aramar, onde o Brasil enriquecia urânio. Ele inaugurou a nova usina brasileira, tida como secreta, sob a jurisdição da nossa Marinha de Guerra. Essa querela estava detonada. E prestamos um serviço ao mundo: Alfonsín e eu tornamos a América do Sul o único continente que não tem arma nuclear nem disputas sobre elas. Juntou-se a isso a minha proposta nas Nações Unidas, por ela aprovada, de considerar o Atlântico Sul “zona de exclusão de armas nucleares”. Assim, aqui, em nossas águas, não poderá trafegar nenhuma arma que use energia nuclear, seja de quem for.</p>
<p>Mas nosso ideal, de Alfonsín e meu, era criar um mercado comum nos moldes europeus. Integração econômica, estratégica, política e cultural — enfim, no futuro, a livre circulação de bens, serviços, capitais e mão de obra.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>A Europa, havia 34 anos, começara o seu mercado pelo carvão e aço. Nosso projeto não era uma coisa retórica, como frustrações passadas. Mas, séria e profunda, deveria dar passos firmes para evitar recuos. Estabelecemos um marco de 10 anos para chegarmos até o final da etapa com tarifas zero. Assinamos cerca de 34 instrumentos bilaterais. Estabelecemos um arcabouço de mecanismos bilaterais com vista ao grande projeto.</p>
<p>Enfim, nossa visão não era somente uma união aduaneira, mas um mercado comum, onde estaríamos mais fortes e seguros, vacinados contra as assimetrias, abrangendo vários países, como fez a Europa Ocidental.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>Porém, em julho de 1990, na Ata de Buenos Aires, resolveram mudar os rumos: em vez de um mercado comum, uma união aduaneira, área de livre comércio, num prazo de cinco anos.</p>
<p>Reduziram nossos objetivos e ficamos vulneráveis ao que viria. Ainda assim, nossas relações comerciais pularam de dois para 18 bilhões de dólares. São resultados que não podem ser desprezados e já estão incorporados ao patrimônio de nossas relações. Resultado das circunstâncias e sorte de ventos favoráveis, mas não de base estrutural sólida.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>Não nos preparamos para os riscos dessa decisão da união aduaneira que fez cadáveres nos dois lados e tem um potencial de atrito e crise, cuja sedução é sempre fechar mercados, proteger setores, com uma solução simples que tem como única lei de vida a competição.</p>
<p>Mas posso afirmar: o Mercosul é irreversível, é um caminho que não tem volta. O Mercosul tem problemas sérios de ajustamentos e atravessa mais uma área de turbulência, mas apresenta resultados extraordinários. O primeiro deles, a mudança de nível nas relações entre Brasil e Argentina. Depois, uma relação que vai do fim das disputas militares, leia-se, uma vez mais, corrida nuclear, a uma aproximação mais estreita. A Argentina com o Mercosul incorporou 200 milhões de consumidores brasileiros.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>Mais adiante em artigos abordarei os caminhos do futuro.</p>
<p><em>José Sarney foi presidente</em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>


Imagem colorida de Bandeiras do Mercosul e União Europeia

Bandeiras do Mercosul e União Europeia

Mercosul (por José Sarney)

<p>Pode ser uma daquelas datas que a gente só se lembra ao prestar atenção ao calendário. Mas domingo, esse último domingo cheio de emoções, foi o Dia da Democracia. Marcado por estranhos acontecimentos, ele nos leva a perguntar onde foi parar a política.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Em São Paulo, o debate na TV Cultura entre os candidatos a prefeito foi marcado por cenas inéditas de pugilato eleitoral. Ao vivo, o candidato José Luiz Datena respondeu aos insultos do ex-coach Pablo Marçal com uma cinematográfica cadeirada.</p>
<p>Em West Palm Beach, na Flórida, por pouco um atirador não registrou em sua câmera o tiro que daria no ex-presidente Donald Trump, que jogava golfe. Agentes do serviço secreto localizaram a tempo, na cerca do clube, o cano do rifle do atirador e evitaram o pior.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Os dois episódios aceleraram corações nos dois países? Nem tanto. Talvez anestesiados por sucessivas ondas de violência, reais ou virtuais, orais ou físicas, os analistas optaram por dedicar a atenção aos cálculos de perdas e ganhos entre diferentes parcelas do eleitorado.</p>
<p>Do leito do hospital, para onde foi levado após a cadeirada, Pablo Marçal não perdeu tempo e divulgou pelas redes sociais vários vídeos sobre o episódio. Sem deixar de lado a tradicional foto com os três dedos centrais da mão de cabeça para baixo, formando o M.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Enquanto isso, o tema principal dos principais sites de notícias era o resultado eleitoral para os dois candidatos envolvidos. Teria acabado a onda Marçal? Ou ele estaria surfando um novo momento criado de propósito no estúdio da TV?</p>
<p>E Trump? Nem perdeu o topete ao ser informado sobre o atentado contido a tempo. “Eu nunca vou me render”, repetiu o ex-presidente, que agora espera converter em votos a solidariedade manifestada por muitos eleitores após o episódio.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Tudo isso mesmo depois do magro desempenho no primeiro único debate na TV contra a candidata democrata Kamala Harris, quando Trump distribuiu, sem corar o rosto, mentiras como a de refugiados haitianos que comiam bichos de estimação em Ohio.</p>
<p>No Brasil, como nos Estados Unidos, a política virou uma espécie de vale-tudo. Os debates do passado, apesar de todas as imperfeições, hoje soam como inusitados exemplos de gentileza – ou mesmo de humor.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038" class="div-gpt-mediadobrasil-ad-23178790038"></div></div>
<p>Agora vale mentir, vale insultar, vale provocar até tirar do sério o oponente. E vale, principalmente, planejar cada passo desses movimentos, sempre de olho na reação imediata de atuais e de possíveis novos eleitores.</p>
<p>Ao chegar ao estúdio onde encontraria os concorrentes, Pablo Marçal disse em entrevista que nada esperava do debate. E que estava sozinho na luta contra um “consórcio de comunistas”. Ele e o povo, naturalmente.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>Comunistas como o prefeito Ricardo Nunes, talvez, apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas e – ainda que timidamente – pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Cuja fração comunista ainda não foi bem identificada pelo ex-coach.</p>
<p>Bolsonaro foi, aliás, pioneiro no recurso à grosseria em seus discursos eleitorais e, depois, nas manifestações de que participou já como presidente. Parecia trazer para a América do Sul os hábitos pouco elegantes inaugurados na América do Norte por Trump.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>Lá, como cá, esses hábitos parecem cada vez mais naturalizados. A violência verbal, os insultos e as provocações parecem ter se tornado parte da paisagem do mundo eleitoral.</p>
<p>Enquanto aprendemos a nova linguagem da política, às vezes podemos acalmar a alma com algumas boas lembranças – os mais velhos, é claro.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>No mesmo domingo marcado pelos episódios em São Paulo e na Flórida, milhares de jovens reuniam-se para dançar e cantar na celebração dos 40 anos do primeiro Rock in Rio. Ali, em janeiro de 1985, o público celebrou mesmo debaixo de chuva a volta da democracia.</p>
<p>Ainda não era a sonhada eleição direta para presidente da República. Mas a escolha de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral daquela época iluminou de otimismo o sorriso de milhares de espectadores que se reuniram no Rio de Janeiro.</p>
<p>Era um tempo de confiança no futuro, de esperança na construção de um país melhor. As esperanças ainda existem, mas parecem localizadas, partidárias e estreitas. O esquecido dia da democracia serve, talvez, para alertar que é tempo de cuidar melhor do regime que, no Brasil, tanta gente se empenhou em reconquistar.</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><a href="https://capitalpolitico.com/saudades-do-brasil/?utm_source=mailpoet&amp;utm_medium=email&amp;utm_campaign=saudades-do-brasil_914" rel="noopener"><strong>Marcos Magalhães. </strong></a><em>Jornalista especializado em temas globais, com mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton (Inglaterra), apresentou na TV Senado o programa Cidadania Mundo. Iniciou a carreira em 1982, como repórter da revista Veja para a região amazônica. Em Brasília, a partir de 1985, trabalhou nas sucursais de Jornal do Brasil, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Manchete e Estado de S. Paulo, antes de ingressar na Comunicação Social do Senado, onde permaneceu até o fim de 2018.</em></p>


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