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Blog com notícias, comentários, charges e enquetes sobre o que acontece na política brasileira. Por <strong>Ricardo Noblat</strong> e equipe

Blog do Noblat

11 12 2024

Charge do Aroeira

<p>O uso de câmeras corporais sobre a farda diminui ou não a violência da polícia? Respostas de 1.256 leitores:<br />
Diminui &#8211; <strong>85,4%</strong><br />
É indiferente &#8211; 14,6%</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
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CÂMERAS CORPORAIS

As câmeras e a polícia

<p><em>“Temos a chance de terminar o ano com coisas importantes. Firmamos acordo com a União Europeia, temos condições de votar a Reforma Tributária e, agora, esse conjunto de medidas que contenham um pouco o gasto público”.</em> (<strong>Fernando Haddad</strong>, ministro da Fazenda)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-frases-do-dia-quadrado-1"></div></div>
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Imagem colorida do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na porta do ministério - Metrópoles

Fernando-Haddad-Fazenda

Frase do dia

Guga Noblat

<p>Divulgação/PMSC</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-geral-quadrado-1"></div></div>
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SP: câmera corporal flagra PMs fazendo racha e sofrendo acidente. Veja

Câmera corporal mostra tiro de policial em mulher que ficou cega em SP

Governo Tarcísio diz que PM vai ser obrigado a ligar câmera corporal

Câmera corporal mostra momento em que PM foi baleado em Santos; veja

As câmeras e a polícia | Metrópoles

<p>A eleição presidencial de 2026 começou com o fim da apuração dos votos que elegeram este ano prefeitos e vereadores. Só ganhará maior tração nos próximos meses se Lula não se recuperar plenamente da cirurgia intracraniana a que se submeteu ontem no Hospital Sírio-Libanês.  Não é, porém, o que preveem os médicos.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Da vez anterior, há 51 dias, ao se acidentar tomando banho e bater forte com a cabeça no chão, Lula foi tratado na unidade do Sírio em Brasília. Seria desaconselhável voar a São Paulo. E, de resto, sua situação não era tão grave assim. A equipe médica comandada por Dr. Roberto Kalil foi ao seu encontro.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Desta vez, não. Por quatro dias, ele suportou intensas dores na cabeça, sempre se negando a acionar os médicos. Quando o fez, uma tomografia feita por precaução no Sírio de Brasília detectou um sangramento interno na cabeça. Lula embarcou para São Paulo consciente, mas com distúrbios na fala. Poderia ser um AVC.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>“Lula não teve nenhuma lesão cerebral, não tem nenhum risco cerebral”, concluiu Dr. Kalil. Se tudo correr como se imagina, Lula deixará a UTI daqui a dois dias e irá para um apartamento do hospital, podendo retornar a Brasília no início da próxima semana. Daí porque, a princípio, não precisará se licenciar do cargo.</p>
<p>A sucessão de Lula está em todas as bocas dos apressados em especular sobre o futuro. Se por qualquer motivo ele decidisse não se candidatar à reeleição, quem apoiaria? Geraldo Alckmin (PSB), o vice-presidente? Fernando Haddad (PT), o ministro da Fazenda? Camilo Santana (PT), o ministro da Educação? Outro nome?</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Alckmin é o nome mais citado, embora aos cochichos porque ninguém se arrisca a cair no desagrado de Lula. Haddad poderia ser o vice de Alckmin porque de outro nome de peso não dispõe o PT. No passado, a política já se fez com maior elegância e respeito pelas pessoas. Anote: Lula não é de se render diante de desafios.</p>
<p>Venceu o desafio da pobreza, o da ascensão como líder sindical, o da fundação do partido mais longevo da história, e o desafio de vir a ser o primeiro e o único trabalhador a pegar no pesado que até aqui se elegeu presidente – não uma ou duas vezes, mas três. Sem falar que, uma vez preso, venceu o desafio do esquecimento.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>O roteirista do filme “Brasil” continua surpreendendo quem pensa que já viu tudo. Getúlio Vargas foi um ditador que voltou ao poder eleito e que se matou para não cair; Jânio Quadros,  um fenômeno eleitoral que renunciou ao cargo para voltar mais forte – não voltou; Tancredo Neves se elegeu, mas morreu sem tomar posse.</p>
<p>Fernando Collor disse dispor de uma só bala contra a inflação – disparou-a, ela errou o alvo e ele foi impichado por corrupção, mas não preso; está para ser, novamente por corrupção, condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Bolsonaro é carta fora do baralho. Lula segue vivo e como dono inconteste da mesa de apostas.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
</p>

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Metrópoles

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O roteirista do filme “Brasil” merece  ser indicado ao Oscar

Da Redação

<p>A luta do TikTok com os EUA não tem nada a ver com liberdade de expressão, por muito que seja esse o argumento da rede social chinesa nos tribunais americanos.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Para os EUA, que baniram a plataforma com data marcada – 19 de janeiro, um dia antes de Donald Trump tomar posse –, esta é uma questão de segurança nacional, em primeiro lugar; de soft power, em segundo; e de protecionismo econômico, por fim e em menor grau.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Em abril, Joe Biden promulgou uma lei que determina que a Byte Dance, empresa com sede em Pequim que é dona do TikTok, tem de vender a rede social ao capital americano. Se não o fizer, terá de deixar de operar no país. A lei tinha antes sido aprovada na Câmara dos Representantes, com uma esmagadora maioria de votos favoráveis de ambos os partidos.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>A empresa recorreu à justiça. Argumentou que a lei se baseia num cenário hipotético, que restringe a liberdade de expressão dos americanos, e que até priva alguns de meios de subsistência (será o caso dos influencers profissionais).</p>
<p>Um painel de juízes não ficou convencido. Na sexta-feira, decidiu que a medida não violava a Constituição e que tinha sido feita com base em legítimas considerações de segurança nacional (numa era de hiper comunicação, nunca seria fácil sustentar que o fim de uma aplicação representa uma grande restrição aos direitos constitucionais de liberdade de expressão). Já nesta segunda-feira, a empresa pediu uma providência cautelar, na esperança de que o Supremo Tribunal venha a deliberar sobre o caso, revertendo a lei.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Nos EUA, a plataforma tem 170 milhões de utilizadores, cerca de metade da população. Retirar o TikTok do mercado americano é desde logo um ganho para empresas como a Meta e o X, que são concorrentes directos. Mas também beneficia outras, como a Google, que disputam a atenção dos utilizadores e o dinheiro dos anunciantes online. Mark Zuckerberg e Elon Musk estarão satisfeitos com a decisão. Trump, um protecionista anti China, deverá estar alinhado pelo menos com as consequências económicas da medida, apesar de em tempos se ter manifestado contra a ideia de banir o TikTok nos EUA.</p>
<p>A medida é também um golpe (embora longe de fatal) numa plataforma que é a única do género que a China conseguiu exportar para mercados ocidentais. O TikTok deu origem a linguagens de comunicação próprias. Tornou-se popular sobretudo entre utilizadores da Geração Z. E também está a fazer caminho em faixas etárias mais velhas, bem como nos media. A Europa nunca produziu nada semelhante. Este tipo de plataforma era, no Ocidente, um monopólio americano.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Mas, sobretudo, o TikTok é um potencial instrumento de espionagem, de ingerência política e de desestabilização das democracias. A própria empresa tornou isto evidente, de forma inadvertida, quando usou a aplicação para conseguir que utilizadores assoberbassem os telefones de congressistas com chamadas de protesto. Não é um episódio de grandes consequências, mas foi o momento na História em que tecnologia chinesa conseguiu mobilizar milhares de cidadãos americanos para uma causa comum. Não foi à toa que a China fez lobby no Congresso contra a lei que baniu a plataforma.</p>
<p>O recente caso romeno pode ser muito mais sério. Num episódio inédito na Europa, o Tribunal Constitucional daquele país anulou o resultado da primeira volta das eleições presidenciais, decretando a repetição do escrutínio. Tinha vencido um candidato independente, anti europeísta e pró-Russo, que tinha pouquíssimas intenções de voto nas sondagens.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>Com base num relatório dos serviços secretos, o tribunal concluiu que a Rússia tinha usado o TikTok para promover o candidato. O caso ainda não tem contornos claros e a União Europeia já pediu que a rede social guarde os dados sobre a campanha, para avaliar uma possível ingerência. A rede social negou ter dado tratamento preferencial a qualquer candidato.</p>
<p>No capítulo das ingerências democráticas, o TikTok não é caso único. As outras redes sociais já foram usadas por países para tentarem interferir na vida política de outros países. A diferença é que o regime de Pequim tem mais poder sobre quem controla o TikTok do que o Governo americano (mesmo a futura Administração Trump) tem sobre qualquer uma das empresas de Internet com sede nos EUA.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>É fácil perceber o interesse dos EUA em fazer aquilo que estão a fazer. Nem sequer há o risco de o TikTok sair mais forte deste processo, como está a acontecer com a Huawei.</p>
<p>Mas banir o TikTok é um precedente sério numa democracia. A decisão é um espelho do que a China tem feito ao longo deste século, durante o qual proibiu ou limitou os produtos da maioria das grandes tecnológicas americanas. Numa lógica de rivalidade entre potências e de guerra fria tecnológica, este é um passo que torna a postura dos dois países mais próxima. E foram os EUA a aproximar-se, talvez inevitavelmente, das práticas chinesas.</p>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Transcrito do PÚBLICO)</p>


imagem colorida. político no palanque enquanto faz live no TikTok

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A lógica e o problema de banir o TikTok (Por João Pedro Pereira)

<p>Ao anunciarem o acordo para a formação de um megabloco reunindo mais de 700 milhões de pessoas, o Mercosul e a União Europeia miram além da pauta comercial. Ambos apostam em uma apólice de seguros contra terremotos geopolíticos que estão a caminho.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Como em todas as apólices, nenhum dos países que compõem os dois blocos estará totalmente livre de riscos. Sempre haverá as exceções – e serão muitas. Também haverá preços a pagar, dos dois lados do Atlântico. Os seguros costumam ser caros.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Além disso, naturalmente ainda haverá um longo processo para que o acordo chegue ao mundo real, especialmente por causa da resistência de um dos países fundadores do processo de integração europeia – a França do presidente Emmanuel Macron.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Mesmo assim, prevalece um otimismo cauteloso sobre as chances de sucesso do acordo. Os negociadores pareciam ter uma calculadora em uma das mãos e um grande mapa do mundo na outra.</p>
<p>De um lado, sim, as oportunidades comerciais são visíveis a olho nu. Empresas dos dois lados do oceano terão acesso privilegiado a mercados ainda hoje bastante protegidos. Mesmo que esse acesso seja facilitado ao longo de um longo processo de transição.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Foram 25 anos de uma negociação bastante difícil. O acordo foi temperado por cláusulas de salvaguarda que darão, por exemplo, a indústrias brasileiras e argentinas a oportunidade de desenhar estratégias de longo prazo para sua adaptação ao novo cenário.</p>
<p>O mapa-múndi fica por conta do olhar de longo prazo. Um olhar que procura detectar a movimentação das placas tectônicas da geopolítica mundial. Haverá terremotos? Acomodações? É preciso se preparar para essas e outras hipóteses.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Ao traçar possíveis cenários, os estrategistas europeus e sul-americanos precisaram ter em vista dois importantes movimentos: a crescente rivalidade entre duas grandes potências e o delicado momento do planeta, sob risco de uma tragédia climática.</p>
<p>A Europa, por exemplo, situa-se geograficamente entre Estados Unidos e China, as duas grandes superpotências cada vez mais envolvidas em uma rivalidade temperada por crescentes disputas comerciais e grandes apostas na supremacia tecnológica.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>O Mercosul, por sua vez, busca – apesar das enormes divergências internas após a posse do presidente argentino Javier Milei – uma nova inserção no mundo dominado pela rivalidade entre as duas grandes potências.</p>
<p>Para a Europa, a aposta na América do Sul poderá ajudar suas empresas a sobreviverem na grande disputa por mercados. O acordo também poderá ajudá-las a ter acesso facilitado a minerais críticos para o processo de transição climática.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>Muitos desses minerais estratégicos estão presentes no subsolo dos países que integram o Mercosul – como o lítio da Argentina e o nióbio do Brasil.</p>
<p>E haverá crescente interesse internacional por essas reservas. Caberá aos países sul-americanos negociarem condições que evitem a repetição de modelos puramente primários exportadores do passado.</p>
<p>Para as empresas do Mercosul, igualmente, abrem-se enormes oportunidades de ter acesso, ainda que parcelado no tempo, ao enorme mercado europeu.</p>
<p>Soa como uma parceria estratégica anunciada pouco antes da posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos. Os europeus, os sul-americanos e o mundo todo já sabem que vem aí uma enorme tempestade de tarifas comerciais.</p>
<p>Trump não faz segredo de que buscará todos os meios necessários de proteção dos interesses norte-americanos. Ainda que isso represente grandes riscos para os interesses econômicos e comerciais de seus aliados, principalmente os europeus.</p>
<p>Até o momento Trump não parece ter dedicado muita atenção em seus cálculos estratégicos à América do Sul. Mas suas palavras pouco gentis a respeito dos países que integram o Brics e de suas intenções de buscar alternativas ao dólar indicam suas intenções.</p>
<p>A China, por sua vez, parece manter o Mercosul – em especial o Brasil – na sua lista de prioridades. Apenas alguns dias após o anúncio do acordo com a União Europeia, duas empresas chinesas anunciaram novos investimentos na produção de veículos elétricos e híbridos no país.</p>
<p>A melhor parte dessa notícia é a de que os investimentos em fábricas virão acompanhados de apostas em pesquisa e desenvolvimento – seja por meio de associação com universidades brasileiras ou da criação de centros de inovação.</p>
<p>Ao Brasil e ao Mercosul caberá aprender a navegar em oceanos de incerteza geopolítica. O acordo com a União Europeia parece um bom passo nesse sentido. A parceria crescente com a China também soa como boa aposta para o futuro. A incógnita ainda é a futura relação dos países do bloco com os Estados Unidos de Donald Trump.</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Marcos Magalhães. Jornalista especializado em temas globais, com mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Southampton (Inglaterra), apresentou na TV Senado o programa Cidadania Mundo. Iniciou a carreira em 1982, como repórter da revista Veja para a região amazônica. Em Brasília, a partir de 1985, trabalhou nas sucursais de Jornal do Brasil, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Manchete e Estado de S. Paulo, antes de ingressar na Comunicação Social do Senado, onde permaneceu até o fim de 2018.</em></p>


Presidentes Javier Milei, Lacalle Pou, Ursula von der Leyen, Lula e Santiago Peña na cúpula do Mercosul - Metrópoles

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Um seguro contra terremotos geopolíticos (por Marcos Magalhães)

<p>Bom dia, ministro, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central. Tudo bem que ainda falta a sanção presidencial à Medida Provisória aprovada pelo Senado que lhe conferiu o status de ministro. Mas a sanção está garantida. E desde já, os mais apressados podem começar a chamá-lo de ministro. Certamente chamarão.  O senhor deve ter ido dormir muito feliz. E com razão.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Como ministro, ganhou foro judicial privilegiado. Doravante, só poderá ser processado no âmbito do Supremo Tribunal Federal. O tempo suavizará na memória coletiva o fato de o senhor só ter sido promovido a ministro porque foi alcançado pela suspeita de que sonegou impostos e mandou dinheiro para o exterior irregularmente.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>De fato, na ausência da suspeita, o governo não teria se exposto ao desgaste que se expôs para promovê-lo a ministro. O governo ignorou até mesmo o parecer do Procurador Geral da República que considerou inconstitucional a Medida Provisória assinada por Lula e aprovada pela Câmara e o Senado.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Mas tudo isso passará com o tempo, acredite e sossegue. Restará apenas a esquisitice de que o senhor será o único ministro do governo subordinado a outro ministro &#8211; no caso, ao da Fazenda. E não diretamente ao presidente da República como os demais ministros. No futuro, também nisso se dará um jeito.</p>
<p>Parabéns, ministro Meirelles. Valeu o esforço de se eleger deputado federal pelo PSDB de Goiás, renunciar ao mandato sem tê-lo exercido por um único dia, e aceitar o honroso convite para servir ao governo Lula. Valeu seu esforço. Valeu o esforço de Vossa Excelência.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>&nbsp;</p>
<p>(Publicado aqui em 9 de dezembro de 2004)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
</p>

Henrique Meirelles

HÁ VINTE ANOS – Ao Excelentíssimo Sr. ministro Henrique Meirelles

<p>Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, o que é? Respostas de 2.851 leitores:<br />
Bolsonarista moderado &#8211; 18%<br />
Bolsonarista radical &#8211;<strong> 82%</strong></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-enquetes-quadrado-1"></div></div>
</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div></p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div></p>

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro -- Metrópoles

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro

Moderado ou radical?

<p>O governo Lula 3 é melhor do que sua comunicação, mas não adiantará trocá-la se não forem corrigidos os erros que a tornaram tão ruim. O mais grave deles é também o mais evidente.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-1"></div></div>
<p>Em casa onde muitos mandam ninguém manda. Na comunicação mandam Lula, Janja, o ministro Paulo Pimenta, o assessor de imprensa José Chrispiniano e o fotógrafo Ricardo Stuckert.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Faltou alguém? Correndo por fora, e lembrado por Lula em seus momentos de maior aflição, vem o publicitário Sidônio Palmeira, responsável pela campanha que elegeu Lula em 2022.</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Sidônio poderá vir a ocupar o cargo de Pimenta, mas não parece muito interessado nisso. Sua praia não é a comunicação governamental. Seu forte é fazer campanhas.</p>
<p>Lula vê em Sidônio o que os baianos Duda Mendonça e João Santana Filho foram para ele nos seus governos anteriores, e o que Santana Filho foi para Dilma Rousseff no seu primeiro governo.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-2"></div></div>
<p>Sem ocuparem cargos públicos, sem dever obediência a ninguém, a salvo, portanto, das guerras internas que tumultuam qualquer governo, os dois se reportavam diretamente a Lula e a Dilma.</p>
<p>As principais campanhas de comunicação do governo foram criadas por eles e suas equipes, e quando não foram, dependiam da aprovação deles para serem levadas ao ar.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>No caso de Santana, além de publicitário, ele foi um excepcional jornalista, o que lhe permitiu também servir a Lula e Dilma como um arguto analista político e ascender à condição de conselheiro.</p>
<p>O mercado é pobre de nomes com tal perfil. A história só se repete como farsa. E Lula, embora governe pela terceira vez, é um político analógico, deslocado do tempo e do espaço onde vive.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-3"></div></div>
<p>O maior obstáculo às mudanças na área de comunicação do governo é o próprio Lula. Saberá pôr ordem na casa? De fato, delegará poderes ao eleito para comandá-la e confiará nele?</p>
<p>O melhor produto do governo Lula ainda é Lula, não importa a idade; e é por isso que infunde tanto medo nos seus adversários. Se puser tudo a perder, a culpa será somente dele.  Boa sorte.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-ricardo-noblat-quadrado-4"></div></div>


O presidente Lula com seu crucifixo pessoal, colocado no gabinete do Planalto após restauração.

O melhor produto do governo Lula ainda é Lula. Mas, até quando?

10 12 2024

<p>Em semanas caiu, como um castelo de cartas a ditadura do Partido Baath na Síria, no poder há 61 anos, às mãos de uma &#8220;salada de frutas&#8221; oposicionista de milícias pró-turcas e uma constelação de radicais islâmicos, onde sobressai o Hayat Tharir al Sham, com apoio de uma psicodélica coligação de interesses turcos, americanos, sauditas e israelitas.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>É paradoxal que a Rússia, que evitou a queda de Assad em 2014 às mãos do Daesh (Estado Islâmico) e que continuou a apoiar o regime, não tenha detectado a preparação da ofensiva lançada pelos rebeldes sobre Alepo, a partir de Idlib, e a posterior ação concertada de combatentes por todo o país. Tão pouco visualizou a desmoralização dos militares que desertaram e fugiram em massa.</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Vencedores e derrotados. Ganham, momentaneamente, Israel (que faz recuar o Irão das suas fronteiras e deixa um enfraquecido Hezbolah, órfão e sem retaguarda); a Turquia (que criará um protetorado na parte norte Síria); os sauditas (que fazem recuar o Irão que defendia a derrubada minoria alawita; e os Estados Unidos (porque a Rússia perde um importante aliado).</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Perdem o Líbano (um sub-protetorado sírio-iraniano); os cristãos sírios (que apoiaram Assad como seguro de sobrevivência); os curdos (expostos ao revanchismo militar turco); o Irã (que empenhou forças no combate, perde um aliado e fica sem comunicação direta com o Hezbolah no Líbano) e a Rússia. Moscou, mergulhado no conflito da Ucrânia, descurou a frente síria e poderá vir a ficar sem a sua base aérea de Latakia e sem a sua base naval em Tartous, baluarte da sua frota no Mediterrâneo e plataforma das suas aventuras africanas nos países do Sahel, de onde logrou expulsar os franceses. Se bem que a Rússia necessite de aliados, a queda de um regime sanguinário como o de Assad demonstra que nem sempre compensa apoiar tiranos odiosos, como Maduro na Venezuela, Ortega na Nicarágua e Kim Jong-Un na Coreia.</p>
<p>Retorno aos erros estratégicos de sempre? A guerra civil na Síria resultou da desastrosa política anglo-americana e francesa de incentivo às fracassadas “primaveras árabes”, espoletadas há mais de uma década, em que a imposição da democracia pela “lei da canhoneira” destruiu vidas e países laicos como o Afeganistão, o Iraque, Líbia e a Síria, provocando um êxodo de refugiados para ocidente.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Os americanos parecem apostados em repetir os erros históricos cometidos no Afeganistão, quando armaram Bin Laden contra a ocupação soviética. Agora na Síria, a CIA apoia o Hayat Thair al Sham, antiga Al Nusra (então ramo da Al Quaeda) por decisão de um establishment opaco que opera à margem de um presidente errante. Já Israel (na lógica de “o inimigo do meu inimigo meu amigo é”) apoiou o Hamas contra a Fatah e transformou o primeiro num adversário muito mais letal, como provaram os massacres terroristas de 7 de outubro de 2023. Agora, parece jogar de novo à roleta russa, apostando em extremistas islâmicos que, a prazo, poderão ser ainda mais perigosos do que o Hamas.</p>
<p>Tarde ou cedo, depois de um frágil governo de “unidade” atamancado pela ONU vir a assumir o poder em Damasco, o Exército Nacional Sírio pró-turco, o poderoso Tharir al Sham, os restantes extremistas islâmicos, os curdos, os drusos e os alawitas órfãos de Assad irão guerrear-se e a Síria cará ainda mais balcanizada do que hoje. O conflito poderá alargar-se ao Líbano e Iraque e o Daesh terá espaço para ressurgir neste caos.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Entretanto, na União Europeia… Na Europa celebra-se, com Macron à cabeça, a queda da ditadura, no meio de saques ao Banco Central e de apelos de chefes rebeldes (de barba aparada) para que não se decapitem prisioneiros. Por ora, a festa é boa (pá!), há exilados que pretendem regressar e a ONU quer que o Hayat Tharir al Sham deixe o elenco das organizações terroristas. Mas, com uma expectável vaga massiva de refugiados, a Europa, debilitada política e economicamente, dirigida por líderes de terceira categoria no motor franco-alemão, atada aos seus compromissos &#8220;humanistas&#8221; sobre asilo e com partidos anti-imigração em alta, poderá ser outra derrotada deste tresloucado jogo de xadrez.</p>
<p>&nbsp;</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>(Transcrito do PÚBLICO)</p>
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Sírios posam com uma estátua vandalizada de Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad, na Praça Umayyad

A queda de Assad: quando a festa acabar… (Carlos Blanco de Morais)

<p><em>O Brasil é que é bom, mas é uma merda… (Tom Jobim, o genial)</em></p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-1"></div></div>
<p>Parece que falar da economia brasileira virou esporte nacional, em substituição ao nosso selecionado, que está em estado de letargia. Um dia é o dólar que sobe, no outro é a inflação que faz os preços do pãozinho e do café darem um salto carpado, triplo mortal e enviezado. E aí surgem as manchetes dramáticas: “A economia está de luto!”, “Estamos vendados e correndo na beirada do Corcovado!”, ou até, “Prepare-se para trocar seu carro por uma carroça!” Mas será que o Brasil está mesmo nesse buraco todo ou só gostamos de uma boa tragédia?</p><div class=""><div id="teads-ad-1"></div><script type="text/javascript" class="teads" async="true" src="//a.teads.tv/page/68267/tag"></script> </div>
<p>Não nos esqueçamos que para um país de 300 milhões de consumidores, com água, floresta, petróleo, ouro, nióbio, tântalo, urânio, ferro e terras boas para agricultura, sempre aparecerá um americano e dez chineses para ajudá-lo a continuar respirando, comprando deles e nos endividando ainda mais. Vamos analisar a dívida bruta em comparação com o PIB (Aquilo que todos nós produzimos aqui dentro):</p><div class="m-wrapper-banner-video"><div class="m-banner-video m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div class="MTP_VIDEO" id="publicidade-video"></div></div></div>
<p>Em outubro de 2024, o o volume, ou estoque dessa dívida, atingiu 78,64% do PIB, que corresponde ao recorde alcançado, desde outubro de 2021, quando foi de 79,1%. A dívida bruta aumentou 4,22 pontos percentuais em 2024 e 6,96 pontos percentuais no governo Lula.</p>
<p>A Alemanha, depois da segunda guerra, foi salva por aqueles que a destruíram. Os bondosos americanos criaram o Plano Marshall (1948) e soergueram a abatida Alemanha.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-2"></div></div>
<p>Primeiro, vamos combinar: brasileiro adora uma novelinha? E se a trama incluir vilões (tipo os políticos), mocinhos sofridos (tipo nós, artistas) e reviravoltas inesperadas, melhor ainda! Então, quando alguém fala que o país está falido, é como se tivéssemos jogado gasolina na fogueira. A gente adora acreditar que estamos no pior momento de todos os tempos, mesmo que a história diga o contrário. Nós sabemos que o Brasil resiste até aos brasileiros do momento.</p>
<p>Lembra da hiperinflação nos anos 80 e 90? Aquilo, sim, era um caos econômico de verdade! O preço do tomate subia enquanto você piscava. Hoje, a gente reclama porque a inflação chegou a 5%. Naquela época, ela era de quase 2.000% ao ano! Sim, você leu certo: dois mil por cento! E olha que a gente sobreviveu, hein? Então, dá pra baixar um pouco o tom do drama. Dá até para lembrar a sensacional Beth Carvalho:</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="denakop-ad-square-1"></div></div>
<p>Depois que inventaram o tal cruzeiro<br />
Eu trago um embrulhinho na mão<br />
E deixo um saco de dinheiro</p>
<p>(ai, ai, meu Deus)</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-3"></div></div>
<p>Agora, vamos aos indicadores. Todo mundo adora jogar números na cara do outro, mas poucos param pra entender o que eles significam. É verdade que o crescimento do PIB (o tal Produto Interno Bruto) está meio morno, mas isso não quer dizer que estejamos na lama. É mais como aquele amigo que ficou na dieta do pão com ovo pra juntar dinheiro pra viajar: tá quietinho agora, mas tem um plano.</p>
<p>Por outro lado, temos coisas legais acontecendo, só que ninguém conta porque não dá tanto Ibope. Sabia que o agronegócio brasileiro é um dos mais competitivos do mundo, apesar dos insumos morarem em outros lugares? E que a indústria de tecnologia está crescendo a passos largos? Mas quem quer saber disso, né? Muito mais emocionante falar que a gente vai acabar trocando Wi-Fi por sinal de fumaça, no curral do Garantido.</p><div class="m-banner-wrap m-banner-rectangle m-publicity-content-middle"><div id="div-gpt-ad-blog-do-noblat-artigos-quadrado-4"></div></div>
<p>E a tal da percepção? Ah, essa é engraçada! Uma pesquisa diz que os brasileiros estão pessimistas. Ora, quem não estaria com tanta desgraça nos noticiários? O brasileiro médio já acorda ouvindo o alarme e pensa: “Acordei de novo nesse país quebrado…” Vai no mercado, reclama do preço da carne, mas no fim do dia tá lá no churrasco do vizinho, rindo com os amigos, na vitória do Flamengo. Somos pessimistas de boca, mas otimistas de alma. Mas não deixem chegar a ser Cuba ou Venezuela. Lá não existe mais gatos, para serem batizados como coelhos, na hora do sacrifício.</p>
<p>Ah, e não vamos esquecer da política, nosso eterno reality show. Toda hora alguém fala que “o governo é culpado por tudo”. Pode até ser que tenha culpa no cartório, mas não dá pra jogar no colo de Brasília tudo o que acontece. Às vezes, a culpa é do nosso hábito de gastar mais do que ganhamos (quem nunca parcelou até o suspiro no cartão de crédito?). E estamos mortos de saber que isso só se conserta na hora do voto. E sempre votamos no mais caridoso, o Sassá Mutema, o Salvador da Pátria.</p>
<p>Enquanto os americanos têm o sonho americano, nós temos o meme brasileiro: “Tá ruim, mas tá bom!”.</p>
<p>Colocaram essa na conta do Tom Jobim e era mais cáustica, lá dos States:</p>
<p>Isso aqui é uma merda, mas é bom</p>
<p>O Brasil é que é bom, mas é uma merda…</p>
<p>E sabe de uma coisa? Talvez essa seja, na crítica, a nossa maior qualidade: mesmo quando parece que tudo está desmoronando, a gente dá um jeito de seguir em frente, com ou sem pãozinho caro. Afinal, somos brasileiros e, como já diz o ditado, não desistimos jamais. Mesmo porque não dá.</p>
<p>Então, da próxima vez que alguém vier com aquela ladainha de que o Brasil acabou, manda um “relaxa, Gente Boa!” e oferece um cafezinho (mesmo que o moreno esteja o olho da cara). Porque, no fundo, a gente sabe: se tem uma coisa que o Brasil sabe fazer, é virar o jogo… com estilo.</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><em>Roberto Caminha Filho, economista, pensa ser o Tom Jobim e nem caixa de fósforo sabe bater, mas que tá una mierda…tá.</em></p>


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