metropoles.com

O Algoritmo Trump (por Eduardo Fernandez Silva)

Site da ONU lembra que o holocausto não começou com câmaras de gás, mas com o discurso de ódio

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Chip Somodevilla/Getty Images
Ex-presidente dos EUA, Donald Trump
1 de 1 Ex-presidente dos EUA, Donald Trump - Foto: Chip Somodevilla/Getty Images

Um algoritmo é uma receita que mostra passo a passo como realizar uma tarefa. Neste início da inteligência artificial, a palavra tornou-se lugar comum.

Sabe-se que os algoritmos usados pelas redes ditas sociais incentivam o discurso de ódio e a polarização com o objetivo de gerar mais receita para as gigantes da tecnologia digital que nos vigiam tempo integral. É revelador da triste e perigosa situação em que nos encontramos, toda a humanidade e demais seres vivos, o lugar de honra reservado aos plutocratas dirigentes dessas e outras grandes empresas na posse do Trump, marqueteiro de si próprio. A fortuna pessoal dos presentes à posse é estimada em mais de US$1,3trilhão, maior que a da maioria dos países do mundo.

Na ocasião, um dos atos assinados pelo recém-empossado não foi propagandeado: revogava medidas que facilitavam o acesso dos eleitores às votações e promoviam maior participação popular. Reforçou, pois, a plutocracia que se instalou naquele país, desta vez sem disfarces.

Na história, diversas personalidades notórias usaram o discurso de ódio para alcançar o poder. No dia seguinte ao incêndio do Reichstag o então chanceler da Alemanha discursou culpando os comunistas pelo fogo. Mais recentemente, a responsabilidade pelos incêndios que queimaram inclusive bairros ricos de Los Angeles foi atribuída, pelo marqueteiro de si próprio, aos imigrantes e à recusa do governador da Califórnia em assinar a “declaração de restauração da água”. Tal declaração nunca existiu, ao contrário da já antiga e grave escassez de água na Califórnia, onde políticas estaduais chegam a incentivar a substituição de gramados, grandes consumidores de água, por coberturas menos sedentas.

Aquele mesmo chanceler alemão usava com maestria os instrumentos de propaganda então disponíveis. O marqueteiro de si é hábil na comunicação, inclusive de inverdades, e passou a controlar submissos empresários bilionários, ávidos por mais dinheiro público na busca da IA suprema. Esses mesmos que nos vigiam mediante os cookies instalados em nossos celulares e computadores, com capacidade de manipular as informações que recebemos e, pois, nossas mentes e emoções.

O chanceler prometia tornar a Alemanha grande novamente, e liderar o mundo. Prometia a plena recuperação da economia e muitos empregos, e defendia a expansão territorial do seu país. Outra prática daquele dirigente alemão era ameaçar e demonizar seus oponentes. O Musk, empresário defensor da livre iniciativa e do estado mínimo, cuja fortuna originou-se de subsídios, prometeu injetar milhões de dólares, nas próximas eleições legislativas, nas campanhas dos opositores aos senadores que votassem contra Trump.

Site da ONU lembra que o holocausto não começou com câmaras de gás, mas com o discurso de ódio.

Por fim, a solução da miséria humana carece, entre muitas outras ações, de parar de queimar petróleo, enquanto o novo dirigente busca ampliá-la. A destruição dos bairros ricos de Los Angeles alerta que, embora não sejam os primeiros, também os ricos vão sofrer.

Eduardo Fernandez Silva. Ex-Diretor da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comBlog do Noblat

Você quer ficar por dentro da coluna Blog do Noblat e receber notificações em tempo real?