Um mergulho no xamanismo, a mais antiga e ancestral prática espiritual
Esse caminho me proporcionou uma imersão nos mistérios do universo e experiências de comunhão com o divino. Vamos saber mais?
atualizado
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Você sabe o que é o xamanismo? Acho legal contar um pouco sobre essa tradição que ajuda muito na minha jornada evolutiva.
Já passei por experiências em algumas religiões e filosofias. E, com certeza, o xamanismo e o budismo são as que mais fazem sentido para mim.
Primeiro, por não ser uma religião e de nenhum modo ditar regras, dogmas e aprisionamento. Trata-se apenas de uma relação de unicidade com o todo.
Depois, foi com a ajuda do xamanismo e de suas ferramentas que realmente pude mergulhar profundamente nos mistérios do universo e ter experiências de comunhão com o divino.
Pegando emprestada as palavras do mestre Leo Artese, o xamanismo é a mais antiga prática espiritual, médica e filosófica da humanidade – antropólogos defendem que é adotado a mais de 50 mil anos – e é um conjunto de crenças ancestrais. Sua prática estabelece contato com outros planos de consciência, a fim de obter conhecimento, poder, equilíbrio, saúde e cura. Ainda segundo Artese, traz tranquilidade, paz, profunda concentração, estimula o bem-estar físico, psicológico e espiritual.
Praticar o xamanismo é se alinhar com as energias da natureza e as marés da vida. Pode-se ainda ter a ajuda de um xamã – pessoa que estuda o xamanismo e explora a consciência humana. O xamã caminha com facilidade entre os mundos, trazendo informações, curas e tornando-se líder espiritual.
As práticas xamânicas mais conhecidas são, principalmente, as de povos indígenas das américas do Norte e do Sul. São os índios os verdadeiros guardiões da sabedoria ancestral que compõe o xamanismo.
Entre as práticas, estão o uso de ervas e plantas de poder que expandem a consciência e promovem curas em níveis físico, mental, espiritual e emocional. Também são usados tambores, músicas de cura, meditações, instrumentos de poder, danças, respirações, vivências e muito mais.
Particularmente, sigo a linha do xamanismo das quatro direções – significa que cada estação do ano traz uma energia específica e possui os espíritos guardiões correspondentes, assim como se alinha com os quatro elementos. Cada uma delas diz respeito a um dos nossos corpos: mental, espiritual, físico e emocional.
Um exemplo: estamos saindo da estação do verão, direção norte, elemento água. Os espíritos guardiões são os caninos. Um período no qual damos ênfase ao nosso corpo emocional. Verão é tempo de dar voz à criança interior, rir, brincar, viver em grupo e dar importância ao clã.
No fim do mês, damos as boas-vindas ao outono, direção oeste da roda medicinal do Hemisfério Sul, elemento terra, no qual damos ênfase aos cuidados e ao fortalecimento do nosso corpo físico. Os espíritos guardiões são os pumas, jaguares, onças, tigres e leões, que nos ensinam sobre vitalidade, potência, saúde plena, além de equanimizar nossa energia vital entre alimentação-metabolismo e descanso-atividade.
Os felinos também nos ensinam a viver com plenitude e estado de presença. O oeste representa o desenvolvimento da força interior, o reconhecimento de nossas fraquezas e limitações, e como superá-las.
O interessante é que o querer se aprofundar e usufruir da sabedoria do xamanismo não significa, de forma alguma, interferência em qualquer religião que goste e pratique. Uma não elimina a outra. Ao contrário.
O xamanismo abre as portas para uma relação ainda mais profunda com o divino, aumentando a sintonia com a mãe terra e com o que existe nela. Isso porque tudo no planeta possui sua frequência vibracional e, portanto, tem vida. Entender e surfar na onda do universo é realmente gratificante.
E para essa harmonia chegar, é necessário a consciência de todos. Deus ficaria feliz.
Mitakuye Oyasin – Por todas as nossas relações!