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Pesquisas colocam psicodélicos como ferramentas poderosas de cura

É importante esclarecer que tratamentos com substâncias psicodélicas são feitos com acompanhamento médico e terapêutico

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Um tema que estava trancado na gaveta por décadas vem retomando seu lugar de merecimento e respeito, em relação às pesquisas nas áreas medicinais: os psicodélicos.

O termo “psicodélico”, segundo Eduardo Schenberg, da ONG Plantando Consciência, é um neologismo criado pelo psiquiatra britânico Humphry Osmond ao trabalhar com a mescalina – princípio ativo encontrado em algumas plantas de poder, como os cactos peyote e san pedro – e também com o LSD, sintetizado em laboratório pelo cientista Albert Hofmann através da indústria suíça Sandoz.

Osmond começou uma busca para conseguir dar nome a essas substâncias, que não podiam ser classificadas como estimulantes, depressoras ou enlouquecedoras. Chegou à conclusão de que precisaria ser algo relacionado com manifestação da alma, pois elas faziam o indivíduo entrar em contato com um eu profundo, segundo ele dizia. Então, formulou a nova palavra com “psico” (do grego mente/alma) e “delos” (manifestar).

O termo vingou e, até a proibição nos anos 1960, foram registrados mais de 1 mil estudos científicos sobre o LSD. Havia terapeutas e psiquiatras fazendo uso dessas substâncias para tratar os diversos males de seus pacientes, além de serem médicos mais compassivos, com uma pegada mais humanizada, a qual ficou conhecida como a era de ouro da psiquiatria.

Afinal, as técnicas usadas na psiquiatria tradicional eram tão absurdas – a ponto de, nos anos 1940, a lobotomia ser utilizada – que destruíam justamente a parte do córtex frontal responsável pela linguagem e intelecto, entre outras faculdades.

Os psicodélicos caíram nas graças populares e – de Jim Morrison a Steve Jobs – muitos estavam fazendo uso dessas substâncias. Inclusive, em seu livro, Steve Jobs afirma: tomar LSD foi umas das três coisas mais importantes que ele fez na vida. Dizem ainda que o slogan “think differently”, da Apple, pode ter sido influência do LSD.

Segundo Amanda Feilding contou ao Huffington Post, no início dos anos 1960, o LSD escapou dos laboratórios e começou a se espalhar largamente pelo mundo. Movida por seus insights transformadores, aconteceu uma evolução cultural cujos efeitos são sentidos ainda hoje. Isso despertou uma onda de interesse no misticismo oriental, viver saudável, cuidado com o ambiente, liberdades individuais, nova música e arte, além de muitas outras mudanças. Então, as instituições entraram em pânico e se voltaram para a proibição, parcialmente motivadas pela juventude americana que se desencantou com a guerra no distante Vietnã.

Atualmente, segundo o  site Plantando Consciência, muitas pessoas já escutaram o termo “psicodélicos”, mas não sabem nada a respeito. Curiosamente, eles foram esquecidos pelos livros acadêmicos de medicina, não havendo a devida menção sobre seus efeitos.

Hoje, várias pesquisas são conduzidas ao redor do mundo e colocam os psicodélicos como ferramentas poderosas para a cura das mais diversas doenças mentais, como a depressão, transtornos diversos, vícios, entre outros males. Isso se justifica porque os psicodélicos aumentam a entropia do cérebro para gerar um estado de fluxo de consciência mais desordenado. Nessa condição, o órgão é mais flexível e menos rígido, tornando as pessoas mais abertas a novos conceitos e ideias.

Além disso, cientistas afirmam que essas substâncias podem trazer a experiência enteógena, ou seja, uma experiência com o divino, proporcionando paz e conforto para o espírito.

É muito importante esclarecer que essas terapias com psicodélicos são feitas com acompanhamento médico e terapêutico, em um ambiente propício, com todos os protocolos médicos sendo seguidos. Elas também não servem para todos. Pessoas com casos de esquizofrenia e alguns tipos de transtornos psicóticos na família não devem se submeter a esses tratamentos.

Entre os psicodélicos mais conhecidos, estão o LSD feito em laboratório, algumas plantas de poder como peyote, san pedro, ayahuasca e cogumelos mágicos – excluindo-se o LSD, todos permitidos no Brasil.

É importante reconhecermos que deve haver a liberdade de consciência para quem busca expandir e viver estados alterados dela.

Como se diz, com um melhor entendimento dos mecanismos por trás desses estados, nós podemos aprender a usá-los melhor, manipulando nossa consciência para o benefício próprio e da sociedade.

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