Medicinas alternativas: conheça benefícios e riscos da hipnoterapia
Continuando a desvendar os diversos tipos de tratamento não convencionais, hoje daremos atenção à técnica que usa a hipnose para curar
atualizado
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Esqueça aquela cena que todos nós já assistimos na TV, na qual um autoproclamado “hipnotizador” acena um pêndulo, recebe voluntários e, com um estalar de dedos, faz as pessoas despertarem sem qualquer lembrança de terem feito um espetáculo de si mesmas.
Essa descrição da hipnose é pouco mais do que um mito movido pela mídia. A ideia da hipnose não é tão distante e enigmática quanto as pessoas supõem. Na verdade, trata-se de um fenômeno comum e natural. Provavelmente, você experimenta estados hipnóticos como parte do seu dia a dia sem perceber.
Essa terapia que usa o estado de hipnose – ou transe – pode ser muito útil para quem sente a necessidade de curar fobias, medos, crises de ansiedade e pânico, depressão, distúrbios do sono, estresse, luto e perdas. Também pode ser usada como método de controle da dor ou mesmo para abandono de certos vícios ou hábitos, como compulsão alimentar, por exemplo.
A hipnoterapia usa relaxamento guiado, concentração intensa e atenção concentrada para alcançar um estado de consciência elevado chamado de transe. No estado hipnótico, a atenção da pessoa é tão focada, que qualquer coisa que esteja acontecendo ao seu redor é temporariamente bloqueada ou ignorada. Nesse estado natural, uma pessoa pode concentrar sua atenção – com a ajuda de um terapeuta treinado – em pensamentos ou tarefas específicas.
De acordo com o site webmd.com, ela geralmente é considerada uma ajuda à psicoterapia (aconselhamento ou terapia) por que o estado hipnótico permite que as pessoas explorem pensamentos, sentimentos e lembranças dolorosos que possam ter ocultado de suas mentes conscientes. Além disso, possibilita às pessoas perceberem algumas coisas de maneira diferente, como bloquear a consciência da dor.
A hipnose pode ser usada de duas maneiras: como terapia de sugestão ou para análise de pacientes.
Na terapia por sugestão, o estado hipnótico torna a pessoa mais capaz de responder às sugestões. Portanto, a hipnoterapia pode ajudá-las a mudar certos comportamentos, como parar de fumar ou roer as unhas. Também pode contribuir para mudar percepções e sensações, sendo particularmente útil no tratamento da dor.
Já na terapia de análise, usa-se o estado relaxado para explorar uma possível causa psicológica de um distúrbio ou sintoma, como um evento passado traumático que o indivíduo escondeu em sua memória inconsciente. Uma vez que o trauma é revelado, pode ser tratado com psicoterapia.
Mas o que acontece em uma sessão de hipnoterapia? Assim como em qualquer sessão de terapia, essa começa com uma conversa sobre o que o paciente gostaria de alcançar no processo. Uma vez que os objetivos foram esclarecidos e o terapeuta aprendeu um pouco mais sobre quem você é, a hipnose pode começar.
O terapeuta provavelmente usará técnicas específicas – falando em voz calma ou pedindo que você visualize imagens relaxantes, por exemplo – para levá-lo a um estado mais calmo e receptivo. Uma vez que a pessoa esteja suficientemente calma e focada, o profissional fará declarações e perguntas que visam guiá-la para alcançar seus objetivos terapêuticos
Antes que você se empolgue a testar essa terapia alternativa, saiba que ela não é para todos. Pode não ser o tratamento mais apropriado para uma pessoa que tenha sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, ou para quem use drogas ou álcool.
A técnica deve ser usada para o controle da dor somente após avaliação sobre qualquer distúrbio físico que possa requerer tratamento médico ou cirúrgico. A hipnose também pode ser uma forma menos eficaz de terapia do que outros tratamentos mais tradicionais, como medicamentos, para transtornos psiquiátricos.
Alguns terapeutas usam a hipnoterapia para recuperar possíveis memórias reprimidas que acreditam estar ligadas ao transtorno mental da pessoa. No entanto, a qualidade e a confiabilidade das informações evocadas pelo paciente sob hipnose nem sempre são confiáveis. Além disso, a técnica pode representar um risco de criar falsas memórias – geralmente como resultado de sugestões não intencionais ou de perguntas dirigidas pelo terapeuta. Por isso, não é mais considerada uma parte comum da maioria das formas de psicoterapia.
Além disso, é bom saber que o uso da hipnose para certos transtornos mentais, nos quais os pacientes podem ser altamente suscetíveis à sugestão, como transtornos dissociativos, permanece especialmente controverso
Mas não se assuste. Não se trata de um procedimento perigoso, de controle mental ou algum tipo de lavagem cerebral. Um terapeuta não pode fazer uma pessoa fazer algo embaraçoso ou que não queira. O maior risco, como discutido acima, é que falsas memórias podem potencialmente ser criadas, e a técnica ser menos eficaz do que se o indivíduo buscasse tratamentos psiquiátricos mais tradicionais e estabelecidos. Vale conhecer e saber se ela se aplica ou não ao seu caso.