Elimine produtos químicos que intoxicam você
Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUAs encontraram BPA (Bisphenol) em vários produtos enlatados vendidos no mundo
atualizado
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A Califórnia, na minha opinião, é o estado americano que possui o mais alto grau de consciência com relação a questões de saúde e bem-estar, como a liberação do uso da cannabis para fins medicinais e recreativos, leis que primam pelo respeito e conservação do planeta terra, como proibição de canudos plásticos em estabelecimentos comerciais, e incentivo a uma vida com alimentação mais natural e com menos uso de produtos tóxicos.
Durante minha andança por Los Angeles e arredores, um fato me chamou atenção por ir de encontro com um desequilíbrio hormonal que descobri há pouco tempo em mim: a quantidade de produtos com BPA (Bisphenol) nos produtos vendidos no dia a dia.
Estudos científicos mostram que o químico tem o potencial de desequilibrar hormônios e imitar o estrogênio no corpo, causando síndromes metabólicas, infertilidade, entre várias outras consequências. O BPA está listado no “Proposition 65” da Califórnia como um produto químico conhecido por causar câncer, defeitos congênitos e diversos danos reprodutivos. Evidências sugerem que fetos em desenvolvimento e crianças pequenas correm maior risco, mas os adolescentes também parecem ser vulneráveis.
Mamadeiras e copinhos
Em 2012, a Food and Drug Administration proibiu o uso de BPA em mamadeiras e copinhos. Um ano depois, a agência restringiu seu uso em embalagens infantis. Mas o organismo ainda permite que o produto químico seja usado em outros materiais em contato com alimentos. Em 2014, o EWG pesquisou mais de 250 marcas de alimentos produzidos por quase 120 empresas. Mais de 75 marcas ainda usavam o BPA para alinhar todas as suas latas de comida de metal. Dois anos depois, o EWG destacou 16 mil alimentos processados e bebidas que podem ser embalados em materiais com BPA.
Por causa das crescentes preocupações com a saúde e a demanda do consumidor, alguns fabricantes de alimentos começaram a usar outros produtos químicos como substitutos do BPA e, orgulhosamente, anunciam seus produtos como “livre de BPA”. Mas essas substituições foram detectadas em alimentos, incluindo aqueles destinados a bebês. E devido a regulamentações e supervisões fracas, muitas dessas trocas não foram adequadamente avaliadas quanto à segurança. Pior, estudos científicos sugerem que alguns podem ser tão prejudiciais quanto o BPA.
Em 2017, o Programa Nacional de Toxicologia avaliou 24 produtos químicos de substituição e descobriu que muitos já em uso são estrutural e funcionalmente semelhantes ao BPA. Assim como o BPA, eles podem prejudicar o sistema endócrino. Em alguns casos, as substituições representavam um risco ainda maior para a saúde do que o próprio BPA.
Conforme relataram os pesquisadores, suas análises sugerem que muitos dos produtos químicos podem perturbar os hormônios dos fetos no útero. Da mesma forma, uma pesquisa da Agência de Proteção Ambiental mostrou que algumas das alternativas ao BPA eram na verdade mais eficazes do que ele, com consequências potencialmente sérias para fetos, bebês e crianças pequenas.
Dada a falta de transparência no mercado, é quase impossível confiar nos rótulos. Até que mais estudos sejam feitos em relação à segurança das substituições do BPA, tente reduzir sua exposição a esses produtos químicos. Veja como:
> Substitua alimentos enlatados por frescos, congelados ou secos;
> Limite a quantidade de comida embalada e industrializada que você come;
> Lave os alimentos enlatados antes de comer, o que pode ajudar a diminuir o nível de BPA. O enxágue também reduz o uso de outros aditivos, como o sódio em grãos ou o xarope de frutas;
> Nunca aqueça comida na lata. Transferi-la para um pote de aço inoxidável, panela para cozinhar no fogão ou um recipiente de vidro para micro-ondas;
> Evite comprar alimentos e bebidas embaladas em plásticos;
> Guarde os alimentos em potes de vidro;
> Dê preferência a mamadeiras e recipientes de vidro.
O Brasil proibiu o uso de BPA nas mamadeiras para proteger bebes de até 1 ano de idade, mas ainda permite no resto dos casos, portanto, a sugestão é para que fiquem alertas e se protejam contra o BPA e outros produtos tóxicos.