Conheça Hanoi e Halong Bay, destinos imperdíveis no Vietnã
Percorrer as ruas da capital é uma viagem para todos os sentidos e pela história do país. Mas vale muito a pena ir às ilhotas de Halong
atualizado
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Como era de se esperar, na última hora decidimos viajar para o Réveillon. A ideia inicial era ficar em Hong Kong, mas, ao pesquisar passagens, achamos ótimas tarifas para alguns lugares, e o eleito foi o Vietnã. O voo para Hanoi tem duração de 1 hora e 30 minutos – um pulo para nós, brasileiros. O roteiro duraria três noites e se dividiria entre Hanoi, a capital, e a virada do ano em Halong Bay, em um cruzeiro de duas noites nas famosas ilhotas da região.
Chegamos em Hanoi ainda de manhã e fomos direto para o hotel deixar as malas e passear. Escolhemos o mais novo empreendimento de uma rede local, o La Siesta Central, inaugurado em setembro de 2017 e muito bem-avaliado. O La Siesta fica no coração da cidade, no bairro antigo. Tem conceito boutique-luxo, atendimento impecável, quarto aconchegante, roupa de cama de qualidade e, o melhor: tarifa promocional de inauguração.
Na minha opinião, a melhor maneira de conhecer um lugar é batendo perna. Largamos as malas e fomos desbravar esse pequeno país, que, com sua trajetória histórica, impulsionou grandes movimentos culturais e sociais pelo mundo, como a revolução hippie, o movimento paz e amor na América do Norte, além do festival Woodstock… E que serviu de inspiração para o rock de Jimi Hendrix, Bob Dylan, Beatles, entre outros.
Para quem não sabe, grande parte da história do Vietnã foi marcada por ocupações estrangeiras, por imperialistas como China, França, Japão e Estados Unidos. Há pouco mais de 40 anos, o país conquistou sua independência, graças à ajuda soviética e ao general Ho Chi Minh, que conseguiu vencer a batalha contra os americanos e fundar a República Socialista do Vietnã, onde até hoje persiste uma forte rixa entre o sul e o norte da nação.
Hanoi é uma cidade extremamente sensorial. Há muito barulho de buzinas, vendedores ambulantes, música alta para todo lado, cheiros das comidas de rua e uma certa poluição visual interessante.
Passeamos pelas ruas do bairro antigo a caminho do restaurante tradicional onde iríamos provar a famosa culinária do país. No caminho, fomos abordados por diversos vendedores ambulantes, taxistas oferecendo caronas de tuk-tuk e ofertas variadas da comida de rua vietnamita, cujo prato mais tradicional chama-se pho (imagem abaixo).
O pho nada mais é que um bowl com carne ou frango, noodles, alguns vegetais, temperos e caldo. Tudo no maior estilo street made. Engraçado que o techno dos anos 1990 é o estilo de música preferido dos vietnamitas da região. Pancadão vintage e comida reconfortante para todo lado!
Finalmente, chegamos ao tradicional restaurante Quan An Ngon. Logo de cara, era possível perceber que se tratava de uma atração turística, com um espaço enorme, cardápio extenso e confuso, com tudo o que a cozinha do Vietnã podia oferecer. Pedimos um pho e algumas outras coisas que vimos passar. Particularmente, achei tudo muito gorduroso. Pelo que vi, grande parte da comida deles, tirando o pho, é frita – o que não me apetece tanto.
Após o almoço, fomos conhecer mais alguns lugares turísticos, como o lago Hoan Kiem e o templo no meio dele. A ponte vermelha que dá acesso ao santuário é linda, e os detalhes do interior do templo são belíssimos.
Apesar de ter identificado heranças francesas na arquitetura da cidade, achei o lugar o menos ocidentalizado da Ásia, embora seja fácil perceber o esforço de toda a nação para se reconstruir, se modernizar e se desenvolver.
Terminamos o dia num bar muito gostoso, chamado Tadioto, cujo dono é um jornalista americano e vietnamita, o que trouxe uma mistura bacana e aconchegante para o local, com objetos de arte, literatura, móveis antigos e boa seleção musical.
Cruzeiro
No dia seguinte, cedo, estávamos a caminho de Halong Bay (foto em destaque). O trajeto de 190km dura aproximadamente 3 horas e 30 minutos de carro. Tem também a opção do hidroavião, com duração de 45 minutos. Sinceramente, nem vi o tempo passando. A própria agência do cruzeiro organizou uma van executiva privada, superconfortável e com Wi-Fi. No meio do caminho, eles fazem uma parada estratégica numa loja enorme com aquelas esculturas de Buda, pérolas e demais suvenires locais.
Para o cruzeiro, escolhemos a Paradise Cruise – pelo que vi, é a mais bem-avaliada. Eles oferecem opções para todos os gostos e bolsos: o número de suítes nos barcos começam em sete e vão até 100. Escolhemos o Paradise Elegance. Com 30 quartos, é uma das mais novas embarcações. A suíte é boa; a cama, confortável; banheiro com tudo certo e decoração bem navy. O navio fica passeando entre as inúmeras formações rochosas que compõem as ilhas, com opções de hiking, visitas às cavernas, kayaking, passeios pelos povoados flutuantes e até idas às fazendas de pérolas.
Fico bastante incomodada quando há programação com hora marcada. Quando viajo, não gosto de ter compromisso nem de fazer reserva prévia em restaurantes, pois nunca sei se vou mesmo querer ir. É esta a desvantagem do cruzeiro: no barco, há hora para acordar, tomar café, desembarcar, ir para lá e acolá, jantar e dormir. Uma noite disso seria mais do que suficiente, apesar de ter gostado da viagem.
Em relação à alimentação, eles servem buffet com comida vietnamita no almoço e o jantar é à la carte, com opções ocidentais, que são muito boas. Ponto fraco: não há opção de pedir um lanche entre as refeições. Eu não quis almoçar e só pude comer no jantar. Entre as refeições, são servidos chás e café, acompanhados de cookies, bolos e frutas. Também senti um certo despreparo em relação às restrições alimentares. Em todas as refeições, vi muitas pessoas pedindo opções vegetarianas – e a equipe fazer cara de espanto.
No caminho para o aeroporto, a poluição em Hanoi e arredores me chamou muita atenção. Para quem não sabe, o Vietnã fabrica grande parte de tudo o que temos. Assim, não deveria causar espanto em tantas pessoas andando pelas ruas da capital com proteção nasal. Mas é algo realmente apavorante de se ver.
Em relação ao Réveillon, como previsto, foi sem grandes emoções. Faltaram a animação e os fogos brasileiros, mas valeu a pena conhecer mais uma cultura. Next!