Compartilhar: mais do que um verbo, uma tendência mundial

Se você ainda não está acostumado com o termo “compartilhar”, aguarde. Segundo os futuristas, a nova era será pautada nessa premissa.

Esqueça a ideia egocêntrica e singular vivida nos últimos tempos de acúmulo, lucro pelo lucro, centralização e escassez. A tendência é justamente o contrário e remete à ideia de coletivo, propósito, colaboração, divisão e abundância.

Compartilhar, segundo o dicionário, significa “tomar parte em ou de alguma coisa”, “participar de alguma coisa”, “partilhar ou compartir algo com alguém”.

Poderia dar diversos exemplos sobre essa tendência já inserida no dia a dia. Na Netflix, compartilhamos uma conta com mais quatro pessoas; no Airbnb, é incrível a ideia de “ter” um cantinho para chamar de seu em qualquer lugar do mundo, nem que seja por alguns dias. O contrário também: compartilhar o seu lar com outras pessoas, e, consequentemente, as despesas.

Aplicativos como Uber permitem que as pessoas peguem carona em carros compartilhados, o que facilita a vida de todos os envolvidos.

Espaços chamados coworkings permitem o compartilhamento do ambiente de trabalho. Além de oferecerem um local dinâmico, amplo e democrático, esses lugares permitem um networking com pessoas de várias áreas e garante a diminuição das despesas gerais.

O app couchsurfing é ainda mais inovador: tem como alvo pessoas que buscam hospedagem grátis em todo o mundo, com o objetivo de trocar culturas e experiências.

Wolf Menke, designer e fundador da House of all, diz que não é bem uma ideia inovadora e, sim, a retomada de uma tendência nata que se perdeu. Ele acredita no acesso sobre a posse, como em um clube onde a pessoa paga uma mensalidade e pode ter acesso às necessidades mais comuns, como coworking, salas de aula e de reunião, restaurantes, lavanderia, acervo de peças, arte, jogos e casas.

A ideia é, em um mundo cada vez mais populoso, facilitar a vida das pessoas e a convivência em comunidade. Tudo isso aliado a um propósito maior, palavra indissociável à mudança em questão.

Mas, além do conceito no mundo dos negócios e da era digital, o mais importante é avaliar a questão sob um viés individual.

Compartilhar é doação, é colocar-se a serviço do mundo, do próximo, e, assim, encher o coração de alegria. Afinal, é dando que se recebe.

Não há mais espaço para o egoísmo. Compartilhar é a consciência de que a abundância, o lucro e a prosperidade são acompanhadas de um propósito maior, do bem-estar geral, da evolução dos valores dos homens

Compartilhe seus dons, talentos, experiências, conhecimentos, sonhos, arte, fotos, pensamentos.

Todo mundo tem algo para compartilhar e sempre haverá alguém que se beneficiará com o que foi compartilhado.

Apenas compartilhe.

 

Encerro com um texto do Osho sobre o tema:

Um grande passo em direção ao amor é o compartilhar.

Compartilhe tudo que você tem… não envenene o teu coração…

Compartilhe sua vida….

Qualquer coisa que esteja em você, compartilhe, não guarde.

Sua sabedoria… Compartilhe. Sua prece, seu amor, sua felicidade, compartilhe. Se não encontrar ninguém, compartilhe com os cães, com as rochas, com o mar, com a natureza, mas compartilhe.

O importante é dar…

Quando você priva as pessoas de qualquer coisa em seu próprio benefício você envenena o coração. Toda acumulação é venenosa.

Se você compartilhar, seu organismo ficará livre de venenos. E, quando você der, não se importe se há resposta ou não. Nem mesmo espere por um obrigado.

Sinta-se grato à pessoa que permitiu que você compartilhasse alguma coisa com ela. Não faça o contrário. Não espere a resposta, dizendo a si mesmo, lá no fundo, que ela deveria se sentir agradecida porque você compartilhou algo com ela. Não, não faça assim.

Sinta-se, você, agradecido porque ela esteve disponível para ouvi-lo, para compartilhar alguma energia… Porque ela esteve disponível para ouvir sua canção… Porque ela esteve disponível para você.

Compartilhar é uma das virtudes mais espirituais, uma das maiores virtudes espirituais.

Osho