A vida interior. Encontre você mesmo para evoluir como ser humano
A maioria das pessoas evita esse encontro consigo, pois pode ser muito doloroso. A chave para esse exercício interno chama-se disciplina
atualizado
Compartilhar notícia
Como anda a organização do seu tempo? Você vive para evoluir como ser humano ou está no piloto automático? Dedica um tempo para estabelecer um diálogo interno? Para cuidar da sua vida interior? Para se desenvolver?
A maioria das pessoas evita esse encontro consigo, pois pode ser muito doloroso. Para avançarmos como humanidade, devemos botar o ser humano em contato com ele mesmo.
Por exemplo: se tirarmos seu nome, número de documento, bens, parentescos e profissão, você saberia dizer quem é você?
Difícil responder esta pergunta. Mas não deveria ser. Assisti a uma palestra da brilhante professora Lucia Helena Galvão na qual ela falou sobre a vida interior e a importância de nutri-la.
Ela diz que a pergunta acima deve ser respondida de acordo com qual sentido você dá ou pretende dar à sua vida.
Quando essa jornada terminar, o que quero ter sido? O que terei feito para ajudar o outro? Que impacto terei tido na vida do próximo? E da natureza? Que diferença terei feito, ainda que mínima, para a evolução dos que me cercam e do mundo? E por mim mesmo? Quero ser ou quero ter?Os maiores nomes da humanidade não são conhecidos pelos bens que acumularam, mas pelo legado de evolução que deixaram. Jesus Cristo, Buda, Maomé, Isaac Newton, Platão, Leonardo da Vinci, Nicola Tesla, Elon Musk, para citar o mínimo.
Não que devamos todos ser grandes nomes da humanidade, mas fica a reflexão sobre o que queremos deixar, ainda que um pouco.
Uma pessoa que vive uns 80 anos custa um tantão para natureza. Água para se higienizar, cozinhar, lavar; ar para respirar, sobreviver; fogo para cozinhar, esquentar, iluminar; terra para cultivar, morar, comer. E nós, quanto aportamos de volta a ela?
Como seres humanos, nosso dever é preservá-la ao máximo e espalhar essa consciência para que a capacidade de beneficiá-la se multiplique.
Somente com o diálogo interno é que chegaremos às respostas.
Platão costumava falar sobre o divinos ocius, que erroneamente ficou conhecido como “não fazer nada”, mas que na verdade é aquele momento divino que deveria ser diário e serve como um encontro consigo mesmo, um alimento para a própria alma.
Um momento, segundo explica a professora Lucia Helena, onde devemos nos perguntar o que fizemos naquele dia, quais foram nossas escolhas, se elas estão de acordo com o nosso sentido existencial e, se não foi, o que devo fazer amanhã para voltar ao trilho.
E qual deve ser esse sentido? A meta devem ser os valores humanos: honestidade, bondade, integridade, justiça, sabedoria, beleza. É ser cada vez mais humano. Minha meta pessoal é desenvolver o altruísmo, o serviço desinteressado, a compaixão, o amor incondicional e a sabedoria. E a sua?
A grande chave para esse exercício interno chama-se disciplina. Por disciplina, entende-se como fazer o necessário para manter a consciência elevada. E o método para isso vem de cada um, mas ela dá algumas dicas:
Os dois momentos mais importantes do dia são o primeiro minuto depois que despertamos e o último pensamento antes de adormecer. Geralmente, os nossos primeiros pensamentos definem como será todo o nosso dia. Assim é também com os pensamentos antes de dormir: eles são capazes de te elevar e te trazer um sono reparador, como você pode acordar mais cansada do que foi dormir. Por isso, é importante fazer orações, escutar músicas, emitir bons pensamentos, olhar alguma fotografia que nos traga paz, enfim, usar métodos que mantenham nossa consciência elevada.
Existe uma teoria que diz que a consciência nasce do contraste. Você apenas consegue ver o vermelho porque ele termina onde começa o azul. E, por isso, admirar o nascer e o por do sol é um exercício eficaz para a consciência, além de ajudar a descalcificar a glândula pineal, como já disse aqui. A consciência humana é sensível à beleza.
Aprender a treinar a mente, essa poderosa ferramenta, é também uma das formas. Mudar a programação, o software para enxergar somente a beleza, a bondade e o amor. Estabelecer um exercício diário para ir em busca do seu sentido, por exemplo: cada vez que colocar qualquer alimento na boca, vou lembrar de ser menos egoísta.
E você? Qual o sentido da sua vida? Pode ser uma bela reflexão para a Páscoa.