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Yuzu-an é um dos raros japoneses autênticos em Brasília

No cardápio, mais de 50 tipos de pratos. Lá, sushis são quase adereços. Estão longe de ser o foco principal da casa. Ponto para a chef

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Bárbara Cortez/Metrópoles
Yuzu-an _ Chiffon cake
1 de 1 Yuzu-an _ Chiffon cake - Foto: Bárbara Cortez/Metrópoles

Certa nostalgia me bateu quando coloquei os pés pela primeira vez no Yuzu-an, restaurante japonês do Clube Nipo. Frequentava assiduamente o Kosui, que pertencia ao complexo da Academia de Tênis e fechou as portas em 2010. Adorava a comida e o ambiente. Quem conduzia a cozinha era a sempre discreta chef Alice Yamanishi — que começou a carreira ainda no Japão, na província de Kochi.

Em 2012, uma notícia boa. Alice abriu o Yuzu-an. Retornou com a proposta que traz a autêntica culinária japonesa para a mesa brasiliense. É uma volta às origens na veia. No cardápio, mais de 50 tipos de pratos. Lá, sushis são quase adereços. Estão longe de ser o foco principal da casa. Ponto para a chef.

Cardápio “traduzido”
As opções são divididas em categorias. Não é fácil acertar de primeira o que pedir. É preciso “estudar” um pouco o cardápio. Para os não familiarizados com os termos dessa culinária oriental, eles dão uma ajudinha com as explicações. Por exemplo: a categoria Menrui. São as massas em fios e estão divididas em quatro tipos — sobá, udon, lamen e yakissoba. Acredite, não é frescura. Há diferença entre elas.

Das entradas, não deixe de pedir as guiozas (R$ 24,90 seis unidades) e o tempurá misto de legumes e camarão (R$ 44,90). Os “pasteizinhos” japoneses chegam quentes e douradinhos em suas laterais. O recheio vem em boa quantidade e temperado. Um delicado arranjo com alface, tomate cereja e flor faz a decoração do prato. O ponto da fritura do tempurá é perfeito. O legume fica macio por dentro com sua casquinha supercrocante.  Para completar o grau de gostosura, eles vêm sequinhos.

Curry à moda japonesa
Quem pensa que curry é um prato típico somente da Índia ou de países do Sudeste Asiático está enganado. A culinária japonesa também tem pratos tradicionais à base de curry, onde é chamado de karê. Para fazer jus à tradição, comi lá o melhor que já experimentei em Brasília: lombo de porco empanado com molho curry (Tonkatsu – R$ 47,90).

No preparo japonês do curry, a pimenta é um tom abaixo dos tailandeses, o que poupa os paladares menos resistentes. O molho tem sabor e tempero equilibrados, casando muito bem com as fatias de porco. A carne é empanada e também sequinha devido à baixa quantidade de óleo na fritura. Esta camada adiciona textura extra ao prato já tão gostoso.

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Guiozas (porção com seis unidades)
Anchova com nabo e gengibre ralado
Chiffon cake (bolo de chá verde regado com chantilly)o de calda de frutas vermelhas.
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Lombo de porco empanado com molho curry (Tonkatsu)

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Guiozas (porção com seis unidades)

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Anchova com nabo e gengibre ralado

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Chiffon cake (bolo de chá verde regado com chantilly)o de calda de frutas vermelhas.

Bárbara Cortez/Metrópoles

Lamen pouco apurado
Estava bem curiosa para comer algum lamen, aquele macarrão fininho servido em caldo com outros ingredientes. Pedi o shoyu lamen (R$ 35,90), com fatias de porco, milho, cebolinha e moyashi. Esperava mais. O caldo é o grande segredo desse tipo de prato.

Usualmente, são muitos ingredientes e horas de cozimento para que se chegue a um sabor mais intenso, mais interessante. O que comi parecia pouco apurado, o que comprometeu o paladar final da combinação. E as fatias de porco vieram muito finas e em pouquíssima quantidade.

A anchova com nabo e gengibre ralado (R$ 47,90) está na categoria de teishoku, espécie de PF japa. O peixe veio acompanhado de arroz, quiabo em conserva, pepino e berinjela, bolinhos de peixe e missoshiru. A carne estava macia, grelhadinha um pouquinho acima do ponto, mas sem comprometer o gosto. Os acompanhamentos fizeram um bom enredo e ressaltaram todo o frescor da combinação.

E a sobremesa… Ah a sobremesa!
A sobremesa pedida era uma delicadeza só: Chiffon cake, bolo de chá verde regado com chantilly, acompanhado de calda de frutas vermelhas. A consistência do bolo estava ótima, macia. O pedaço derretia na boca acompanhado do creme e da calda. Tudo suave, sem um sabor fazer sombra ao outro.

O que pega no Yuzu-an, em contraponto com o Kosui, é o ambiente. Com certeza, Alice optou por um lugar mais simples para viabilizar o empreendimento e se aproximar dos restaurantes japoneses autênticos. Porém, comer ao ar livre traz certos inconvenientes, como o excesso de sol e calor e insetos indesejáveis pairando pelas mesas.

Feita a ressalva, o Yuzu-an traz sabor, aprendizado e funciona, juntamente com o New Koto, como alternativa para quem deseja, de fato, saborear a interessante comida japonesa.

Cortês sim; omissa, não.

 DEVO IR?
Sim. Recomendo mais para almoço do que jantar.

PONTO ALTO:
Os curries e o dinamismo do cardápio.

PONTO FRACO:
O ambiente. Informal demais para uma noite mais de “gala”.

Clube Cultural e Recreativo Nipo Brasileiro, Setor de Clubes Sul, Trecho 1, Lote 1, http://yuzuan.com.br/               

 

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