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Sagres, tradição portuguesa seguida à risca

Comandado pela chef Olga Soares, o restaurante português não se contenta em oferecer apenas as variadas preparações de bacalhau

atualizado

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Sagres
1 de 1 Sagres - Foto: Divulgação

As molduras coloridas das portas e janelas, as toalhas de mesa com estampas de azulejos e o fado que sai das caixas de som não deixam dúvidas aos que passam pelo restaurante localizado no Bloco E da 316 Norte: é uma casa portuguesa, com certeza.

O Sagres é o restaurante português mais antigo de Brasília. Já duelou com os falecidos Mouraria, Taverna do Infante, Antiquarius e A Bela Cintra. E, atualmente, divide a cena com Tejo e O Bistrô do Manuel.

Comandado pela chef portuguesa Olga Soares (há 20 anos, largou a Biologia para se dedicar às panelas), o Sagres não se contenta em oferecer apenas as variadas preparações de bacalhau. São mais de 10 opções existentes (sete delas são em postas e quatro em lascas). Seu extenso cardápio abriga também pratos com polvo, sardinha, alheira e açorda, tal qual em Portugal. E todos muito bem servidos.

Para mim, em restaurante português que se preze não pode faltar bolinho de bacalhau (R$ 8, a unidade). Brinco com minhas amigas que essa iguaria da cozinha lusitana até quando é ruim é boa. Mas a do Sagres é deliciosa. Crocante e sequinho, o bolinho tem boa proporção de batata e de bacalhau e chega à mesa quentinho e bem temperado.

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Estão entre os melhores da cidade, juntamente com os do Bistrô do Manuel (no Lago Norte). A comparação entre as duas casas é inevitável, já que frequento muito estes dois espaços. O Tejo ainda não conquistou meu coração e paladar.

O mesmo não dá pra dizer do Bacalhau à Lagareiro (R$ 102, individual). Embora assado de modo a preservar a umidade e a textura do peixe, falta um tantinho mais de sal – acreditem se quiserem. Os brócolis que o acompanham são servidos frios e cozidos além da conta, o que lhes dá um aspecto tristonho, pálido e murcho.

O Polvo à Bagoeira (R$ 98) é gostoso, porém macio demais para meu gosto. Sinto falta daquela resistência à mordida que o molusco bem preparado preserva. Outro ponto negativo são os acompanhamentos que, apesar de bem-feitos, também vieram frios.

Esses pequenos deslizes na técnica não comprometem o restaurante. Pelo contrário, até nos remetem às boas e velhas tavernas de Lisboa, onde o que conta é fartura dos pratos e o sabor da comida, não a técnica primorosa. O serviço é pra lá de atencioso, embora, às vezes, seja um pouco lento.

O Sagres decepciona em dois pontos apenas. O primeiro é o pastel de natas. A massa, murcha e mal assada em certas partes, nem de longe lembra a massa crocante dos pastéis que se comem em Portugal. E o seu recheio, em vez de macio, aveludado e uniforme, é quebradiço, parece talhado. Não vale os R$ 9 que cobram por ele.

O segundo ponto de decepção, como já deixei transparecer aí em cima, são os preços. Acredito que talvez seja pela importação do bacalhau, que não é um peixe barato. Mas, mesmo assim, os pratos ficam salgados para o bolso. Mesmo sem pedir vinhos, dificilmente sua conta ficará abaixo dos três dígitos.

Cortês sim; omissa, não.

DEVO IR?
Sim. Uma casa portuguesa de qualidade.

PONTO ALTO:
Comida autêntica, porções bem servidas e ambiente característico.

PONTO FRACO:
Definitivamente, o pastel de nata e os preços, salgados demais.

316 Norte, Bloco E, Loja 1, 3347-2234. Site.

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