Os melhores e os piores restaurantes visitados por Bárbara Cortez
Em um ano, a colunista escreveu 52 críticas de diferentes endereços da cidade
atualizado
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A coluna Ao Ponto completa 1 ano neste domingo (11/9). De lá pra cá, foram 52 críticas escritas por mim, esta ruiva que vos fala. Com certeza, há menos textos do que restaurantes que visitei neste período. Já fui bastante xingada. Muitos até lançaram ofensas contra mim nos comentários e outros tantos concordaram com as minhas avaliações. Não tenho a pretensão de ser a última palavra em nada.
O mais prazeroso deste ofício é perceber que o trabalho sistematizado e criterioso de comentar sobre bares e restaurantes surte efeito e ajuda as pessoas a decidirem onde e por que querem ir para tal lugar. Já voltei em alguns estabelecimentos em que fiz observações de pontos negativos e muitos chefs e empresários entenderam o espírito da crítica e alteraram cardápio, atendimento e outros detalhes que fazem a saída de casa se tornar agradável. Esta é uma super-recompensa.
Mesmo diante deste quadro, vejo que os comerciantes mais sensatos deixaram a ideia de ilha da fantasia de lado, da capital do dinheiro fácil, para tentar entregar o que os clientes desejam a preços que possam pagar.
Neste cenário, algumas fórmulas se esgotaram e muitas casas fecharam, como o tradicional Piantella. Outras também abriram e mais algumas estão a caminho, e de maneira ousada, como o restaurante Authoral.
Em tempos de vacas magras, o brasiliense evita gastos extras e fica mais em casa. Por isso, restaurantes e bares mais criativos, com alto astral e boa relação custo benefício – como IVV Swine Bar, 400quatrocentos, Loca Como tu Madre e El Paso – vivem lotados. Seus donos entregam produtos de qualidade a preços justos.
Nesta mesma linha, destaco também a resistência quase militante do Quituart, no Lago Norte. Os quiosques contam com ótimas opções para quem deseja ter variedade para escolher: Le Birosque, Il Basílico, Bhojana, Beit Kahama, Butiquim do Tuim, Das Minas Gerais e o recém-chegado O Realejo são belas opções para o almoço.
Há também aqueles mais caros que não perderam o rebolado apesar do bolso estar mais minguado. No New Koto, há sempre uma fila de espera. O Gero vai enchendo ao longo da noite. E as segundas do Grand Cru são imbatíveis.
Fiz uma lista dos 5 melhores e 5 piores lugares sobre os quais escrevi neste último 1 ano. Confira:
5 MELHORES LUGARES
O Ki-Mukeka tem, sem dúvida, a melhor moqueca da cidade
Grand Cru, uma sábia renovação
Gero, o melhor de Brasília: se copiar, vai dar errado!
400quatrocentos tem o melhor petisco de Brasília
Porchetta do Le Birosque, na Quituart: o prato da vez
5 PIORES LUGARES
Inácia Poulet: sem sabor, sem identidade
Cantucci Bistrô atrai pelo preço, mas a comida é sem graça
Villa Borghese está parado nos anos 1990
Xique-Xique, o perigo da fórmula pronta
Santé 13: faltam sabor e regularidade
Reflexão
Fiz questão de ler absolutamente todas as críticas para me autoavaliar. Principalmente, as que deram mais polêmica. A minha honestidade intelectual não aceita bajulações e mimos de chefs, atitude muito comum entre aqueles que escreverem sobre gastronomia na cidade. Vou ao local várias vezes, sem ninguém saber e em períodos distintos. Tenho responsabilidade ao escrever.
Para a alegria ou tristeza dos que me acompanham aqui, renovei por uma nova temporada minha coluna no Metrópoles. Tenho que circular ainda mais. Escrever e dividir com vocês tais impressões, queridos leitores. Voar para além do Plano Piloto e trazer mais comentários aqui para o nosso encontro semanal.
Cortês sim; omissa, não.
DEVO IR?
Sim. Passe aqui antes para ler os comentários de Bárbara Cortez.
PONTO ALTO:
Respeito ao trabalho dos chefs e empresários. Maior ainda com os clientes.
PONTO FRACO:
A crítica deve circular mais no próximo ano de coluna, para além do Plano Piloto.