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O Ki-Mukeka tem, sem dúvida, a melhor moqueca da cidade

A Bahia poder ser aqui. Mais precisamente, à beira do Lago Paranoá — a praia da capital federal e de quem vive neste incrível Cerrado

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Moqueca Ki-Mukeka
1 de 1 Moqueca Ki-Mukeka - Foto: Divulgação

A Bahia poder ser aqui. Mais precisamente, à beira do Lago Paranoá — a praia da capital federal e de quem vive neste incrível Cerrado. O restaurante Ki-Mukeka é prova de que tradição e qualidade podem, sim, andar juntas e de mãos dadas. A história da marca tem início há 37 anos e foi inicialmente tocada pelo talento da Dona Ivone Oliveira, em Feira de Santana.

Com o sucesso de seus preparos com tempero familiar, a expansão até Salvador foi um caminho natural, chegando também às praias de Armação, Pituba, Boca do Rio, Itapuã, Villas do Atlântico e Camaçari. O inusitado mesmo foi o desembarque de uma filial em Brasília. Convidada por políticos da Bahia, a família Oliveira instalou seu ponto e trouxe na bagagem as delícias da culinária regional.

As moquecas de lá são um capítulo à parte. Sou “moquequeira” e posso afirmar que, das que temos em Brasília, o Ki-Mukeka (esta grafia é horrível, mas paciência) tem a melhor moqueca da cidade. A começar pela descrição do cardápio, que não exagera ao estampar “prato com caldo borbulhante”, já que a moqueca é servida exatamente deste jeito. O caldo é espesso e tem boa presença de dendê. O camarão tem bom tamanho e vem no ponto, não borrachudo.

A minha moqueca de camarão (R$ 137,50) chegou à mesa fumegante e foi servida com sorriso pela atendente. O serviço do restaurante é atencioso e simpático. Até mesmo em dias de muito movimento, como sábados e domingos. É interessante acompanhar o balé dos garçons cruzando o salão com os tachos de cerâmica liberando a fragrante fumacinha. Se fosse eu a conduzir, já teria derrubado várias bandejas.

De tão curiosa, ao ir embora, passei perto da cozinha, a caminho do banheiro, para acompanhar a habilidade dos cozinheiros no manuseio dos tachos de cerâmica em que as moquecas são servidas. As labaredas do fogo são altíssimas. No imenso fogão, algumas bocas são ocupadas com o preparo da moqueca em si; as demais servem para aquecer os tachos.

Por isso, é impossível o prato chegar frio à mesa. Tem moqueca para todos os gostos. Além da de camarão, eles servem de pescada amarela (R$ 109,50), de badejo (R$ 122,50) e de lagosta (R$ 188,00). São bem servidas e vêm acompanhadas de arroz branco, pirão e farofa de dendê. A porção dá até para quatro pessoas, se você tiver pedido entradinhas.

Aliás, as entradinhas são quase uma obrigação. O clima praiano do Ki-Mukeka pede um acarajé: em Brasília não há melhor local para se deleitar com esse patrimônio cultural do país. Crocante por fora, o acarajé (R$ 25 três unidades ou R$ 45, seis) vem acompanhado de um delicioso vatapá, salada de tomate e camarão seco, além da pimenta para quem gosta de emoção.

Todo baiano sabe que o bolinho do acarajé é feito com feijão fradinho – um grão claro com um olhinho preto. Depois da massa preparada, ele é frito no óleo quente de dendê.  Ao morder, você vai reparar que o bolinho do Ki-Mukeka, por dentro, é alvo, quase sem pontinho preto. Isso demonstra o cuidado na preparação, já que, quando o feijão fica de molho, as cascas se soltam e os “olhinhos” são eliminados. Ao bater o feijão, a massa fica branquinha. Isso é carinho, cuidado com o que é servido.

O esmero até pode ser o mesmo, mas o bolinho de bacalhau (R$ 20, 10 unidades), em que o gosto da batata é mais presente que o do peixe, não é saboroso como o acarajé. Também passa longe do delicado sabor da casquinha de siri (R$ 22 a unidade), embora a minha tenha vindo com alguns pedacinhos da casca do crustáceo.

Aviso aos navegantes: nos fins de semana, o Ki-Mukeka tem clima bem familiar, com música ao vivo, que eu detesto. Confesso que o som passou batido pelos meus tímpanos na última visita. Funcionou como música de fundo – pois eu e minhas amigas nos acomodamos na varanda, mais distante do som.

Para os desavisados, sou arquiteta. Por isso, me sinto muito confortável para comentar os ambientes dos restaurantes. O Ki-Mukeka fica dentro do Bay Park, um complexo de prédios residenciais. A entrada se dá por esta via. E o ambiente externo não é nada agradável. Mas, respire fundo, e entre no restaurante. De preferência, procure a varanda onde bate o sol. A bela vista te leva quase à beira-mar — uma delícia esta sensação para quem está há mais de mil quilômetros de uma praia.

Dentro do restaurante, dá para se sentir quase na areia. As mesas são simples, assim como o restante do ambiente. Em uma das paredes, a foto da matriarca dá orgulho aos donos e mostra que é possível unir tradição e simplicidade sem comprometer a qualidade dos pratos.  Muito axé, Dona Ivone.

Cortês sim; omissa, não.

DEVO IR?
Sim. Nos fins de semanas, chegue cedo — e sabendo que costuma ter muitas crianças e música ao vivo.

PONTO ALTO:
As moquecas e o acarajé. Tudo de primeira.

PONTO FRACO:
Os arredores da localização. O Bay Park é muito feio.

Setor de Hotéis e Turismo Norte, Trecho 2, Quadra 1, Lote 5, Bay Park Resort.

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