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Genghis Khan: fondue oriental sem sabor

Casa tem proposta diferente e despretensiosa, mas deixa a dever na qualidade de alguns ingredientes, no ambiente e no atendimento

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Genghis Khan
1 de 1 Genghis Khan - Foto: Reprodução/Facebook

O Genghis Khan surgiu há três anos com uma proposta nova para Brasília: reproduzir a tradição oriental de consumir alimentos em grupo, diretamente da panela. Aqui, a panela é diferente — um utensílio vindo da Mongólia, onde os guerreiros do exército de Genghis Khan cozinhavam em capacetes e escudos aquecidos com carvão.

A ideia, com certeza, atrai o público ávido por novidades. O restaurante se preparou. Fez mesas de ferro sob medida, comprou panelas e pequenas “churrasqueiras” para servir três tipos de prato principal: sukiyaki, shabu-shabu e genghiskhan.

Mão na massa
O sukiyaki é feito em uma panela elétrica. O garçom põe manteiga e, depois, o dashi, caldo à base de peixe. Na sequência, vêm a carne, macarrão udon, tofu, shitake, cenoura, acelga, repolho roxo e cebolinha.

O shabu-shabu também é feito em panela elétrica com água fervente, temperado com um pó apimentado e flocos de peixe seco. Neste caso, aos poucos, o próprio cliente é quem vai manejando os vegetais e a carne, acompanhando o barulhinho do cozimento dos produtos.

Por último, o genghiskhan. Chega à mesa a tal “pequena churrasqueira” de metal, com brasa no interior, em que o comensal também faz, às vezes, de chef e grelha os ingredientes. É uma espécie de fondue oriental.

Fumaça na roupa e no cabelo
Confesso que não fez minha cabeça comandar eu mesma a churrasqueira. Pra mim, perde o sentido de me arrumar e sair para comer fora. Sem contar o cheiro de fumaça que gruda na roupa e no cabelo. Sem querer ser chata, pode ser divertido para uma saída em grupo, quando a interação à mesa for mais importante que a comida.

Para abrir o apetite, experimentei o picadinho de filé a torê (R$ 18,90) e o shimeji na manteiga (R$ 11,90). Sem saber, pois foram no início das refeições, estava comendo os dois melhores pratos do restaurante.

A carne estava macia, bem temperada e o molho torê estava no equilíbrio agridoce. A porção acompanha batatinhas cozidas e salgadinhas na medida. Os cogumelos foram servidos al dente, gostosos de mastigar e saborear.

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Diferença de qualidade
Em vezes diferentes, comi os três principais: genghiskhan individual (R$ 44,80), o shabu-shabu (R$ 37,90) e sukiyaki individual (R$ 46,90). Os vegetais e a carne dos dois primeiros pratos chegam bem proporcionados e organizados na bandeja. O que se nota é a diferença de qualidade dos produtos.

Enquanto as folhas (acelga, repolho) estavam novas e tenras, as cenouras – cortadas em rodelas – estavam secas, com a impressão de que já tinham sido cortadas há um certo tempo. A abobrinha estava seca e murcha. O sabor ficou comprometido, já que este tipo de preparo depende exclusivamente da qualidade do ingrediente.

A carne do shabu-shabu estava meio congelada e um pouco oxidada nas extremidades. Por isso, ao fatiar, os pedaços vinham despedaçados e esfarelavam quando colocados na água quente. Em dias distintos, havia diferença nos cogumelos. No genghiskhan, eles estavam frescos, carnudos. No shabu, com aspecto mais envelhecido.

Sabor mascarado
As carnes e os legumes para todos os preparos não vêm temperados. A ideia é mergulhar em molhos – ditos secretos – depois que os ingredientes estão cozidos ou grelhados. Para meu paladar, são fortes e mascaram demasiadamente o sabor dos vegetais e da carne – e olha que gosto de um tempero e de especiarias.

De sobremesas, servem mashmallow e banana na brasa em porções inteiras e meias. A banana na brasa (R$ 9,80 a meia porção) é saborosa, acompanha açúcar e canela, mas nada que você não possa fazer em casa. A torta de gengibre chegou quente, gostosa e macia. A calda de limão siciliano caiu super bem.

Por último, o atendimento e o ambiente: sambas de uma nota só. Apesar de esforçado e simpático, o garçom era bastante atrapalhado, comprometendo o serviço. Além disso, o ambiente tenta ser moderninho, aposta no laranja para dar este toque, mas não acolhe nem dá conforto.

Cortês sim; omissa, não.

DEVO IR?
Para conhecer. Não deixa de ser um lugar com proposta diferente.

PONTO ALTO
Despretensão da proposta.

PONTO FRACO
Qualidade de alguns ingredientes, ambiente e atendimento.

Genghis Khan (214 Norte, Bloco C, Loja 3, 61 99973-0020).

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