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Empório Árabe oferece refeição honesta em um ambiente agradável

O restaurante da chef Lidia Nasser não quer inovar, nem fazer cozinha de autor. Tem cardápio extenso e os preços são bem razoáveis

atualizado

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Empório Árabe
1 de 1 Empório Árabe - Foto: Divulgação

Um enorme camelo dá as boas-vindas na entrada do Empório Árabe. O que pode parecer a trombeta do apocalipse vira diversão após você almoçar ali com amigos ou com a família e entender o clima da casa.

O restaurante da chef Lidia Nasser não quer inovar, nem fazer cozinha de autor. Deseja oferecer uma refeição honesta em ambiente agradável. E não há problema nisso, pois cumpre a proposta. O camelo vira atração para uma foto após a refeição. Uma bela sacada de marketing.

Ao entrar no restaurante, na Asa Sul, a intenção é que o cliente vivencie um pouco do mundo árabe. Tecidos esvoaçantes pendurados, lanternas características, parede de tijolos que lembram cobogós e uma fonte de água na parte externa. Isso se chama capricho para dar aconchego.

O cardápio é extenso e os preços são bem razoáveis. Impossível ir a um restaurante árabe sem pedir as entradinhas: quibe, esfirra, humus, falafel, caponata e pastinhas de todos os tipos, acompanhadas de pão sírio. A casa oferece unidades e pequenas porções desses acepipes. O bolinho de cordeiro é campeão (R$ 32, seis unidades).

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Quibe, esfirra, humus, falafel, caponata e pastinhas de todos os tipos

 

A grande aposta da casa
A esfirra folhada é a grande aposta da casa. Confesso que me decepcionou. Prefiro a do Marzuk e a do Lagash. Quando comi, o quitute chegou com a massa esturricada, assada um ponto acima, o que a tornou mais quebradiça do que devia. O recheio estava bem sólido e tempero sem o sabor marcante característico da comida destes países.

O quibe de carne (R$ 5,50 a unidade) é saboroso, mas também falta o toque de especiarias. Talvez a chef opte por suavizar um pouco o uso desses produtos com intuito de tornar a receita mais palatável para os clientes. Reparo isso também em estabelecimentos indianos e tailandeses no Brasil. Mas, se vou a um restaurante típico, desejo experimentar da comida mais próxima da que se come no país.

Os contrapontos dessas duas entradas foram as porções de falafel (R$ 27,90, 10 unidades), do húmus (R$ 19,90) e da berinjela mediterrânea (R$ 22,90). Em formato de “moeda”,  os bolinhos de grão de bico são servidos quentinhos, bem crocantes e chegam acompanhados de molho de tahine. O amargor natural do molho à base de gergelim estava um tom acima. Nada que comprometesse o desempenho da porção. A berinjela estava perfeita, do início ao fim. Comeria um pote dela todo dia.

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Carneiro marroquino, desfiado com cebola, cebolinha e nozes

 

Bonito, mas sem tempero
De prato principal, experimentei o carneiro marroquino, desfiado com cebola, cebolinha e nozes, acompanhado de arroz com aletria e batatas sautés (R$ 45,90). Embora o restaurante se esmere na apresentação, faltou, mais uma vez, o tempero árabe.

Além disso, é um prato seco — sem molho algum — e com excesso de carboidratos (arroz, macarrão e batata). Ficaria mais balanceado e mais condizente com a origem do restaurante se a batata, aqui com uma pegada francesa, fosse substituída por algum legume menos calórico e típico da região mediterrânea.

A ousadia da chef aparece no carré de cordeiro ao molho de romã, purê de damasco e cuscuz marroquino (R$ 55,90 — foto no alto da página). A carne de cordeiro quase sempre pede um toque agridoce nos acompanhamentos. Mas a combinação me surpreendeu. Aqui, uma criação de autora. Estava extremamente saboroso – da primeira à última garfada. Um dos pratos mais saborosos que experimentei em 2016 em Brasília.

A carne, bem tenra, saía facilmente do osso. O purê de damasco, uma delicadeza. Era a fruta batida e temperada, sem manteiga ou creme de leite. Um veludo na boca. O cuscuz veio quentinho, com amêndoas laminadas, uva passa branca e hortelã.

O único pequenino ajuste que faria seria no sabor amanteigado nos grãos de sêmola de trigo, que, no meu paladar, ficou excessivo. Apesar de, em muitas regiões árabes, utilizarem manteiga no preparo do cuscuz (especialmente as que tiveram relações com a França ao longo da história, como Líbano, Argélia e Marrocos), prepará-lo com azeite deixaria o prato mais autêntico.

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Doces árabes: levam mel, nozes, pistache e são muito doces…

 

Executivo no almoço
Além desses dois, a  casa tem mais 10 pratos principais com cordeiro. Alguns deles entram no almoço executivo (entrada, principal e sobremesa) servido durante a semana por R$ 43,90. Para os que estão de dieta, há saladas e legumes. Os charutinhos de folha de repolho e de uva ou as berinjelas e abobrinhas recheadas são uma bela opção.

Por último, os doces árabes. São um capítulo à parte. Para os fãs de doces muito doces, este é o lugar certo. Eles levam mel, nozes, pistache. Comi alguns. Não fazem a minha cabeça, mas são bem feitos, com massa crocante e bem recheados.

Cortês sim; omissa, não.

 DEVO IR?
Sim, para um almoço de família.

PONTO ALTO:
Carré de cordeiro ao molho de romã, purê de damasco e cuscuz marroquino

PONTO FRACO:
Falta de tempero em alguns pratos.

Empório Árabe (215 Sul, Bloco A, Loja 3, 9238-9505).

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