Chico Mineiro: um PF honesto
O restaurante foi concebido para ter uma comida com “cara de vó” e usar desta informalidade para trazer à mesa uma comida simples e gostosa na hora do almoço
atualizado
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Não há como enjoar do Chico Mineiro. Ele tem o prato feito (PF) mais diversificado de Brasília. E seu cardápio muda todos os dias. O restaurante foi concebido para ter uma comida com “cara de vó” e usar desta informalidade para trazer à mesa uma comida simples e gostosa na hora do almoço. Talvez, o termo mais adequado seja honesto. Entrega exatamente o que está descrito no cardápio, feito diariamente em meia folha de papel branco com cinco opções de pratos principais.
A cozinha é comandada pela proprietária, Megume Suda. E a herança oriental não se restringe ao nome da chef. É comum encontrar garçons e garçonetes com olhinhos puxados. E a influência japonesa se faz sentir, também, em pratos como tempurá de legumes e camarão, frango à passarinho oriental e a salada de bifun, feita com o macarrão fininho de arroz, servido frio com kani-kama, pepino e salpicado de gergelim. De sabores intensos e refrescantes, essa salada é uma delícia.
O menu é curto, o que facilita a vida dos indecisos. A comida, embora não demore nada a chegar, vem à mesa quentinha. O atendimento, às vezes um pouco confuso devido ao grande movimento, é bastante atencioso. E os garçons estão sempre com um sorriso estampado no rosto.
No cardápio, das cinco opções de prato principal, você vai encontrar peixe ou frutos do mar, duas opções com carne, massa e um prato especial. As carnes costumam ser as melhores pedidas. Há a preocupação com ponto de cozimento. Além disso, os cortes são variados – picanha, filé, carne de sol, e até bouef bourguignon – assim como os preparos – grelhados, assados, fritos, à milanesa… Às sextas, tem opção de feijoada. O executivo do almoço, acompanhado de uma entrada que muda todos os dias, sai por R$ 31. Em domingos e feriados, o preço vai para R$ 40.
Uma dica: escolha sempre a carne. Assim, você diminui a chance de errar no que vai comer. Não adianta chorar nem olhar para o prato de seu amigo. Isso, às vezes, já aconteceu comigo. Saladas iguais, bem porcionadas e temperadas. E, quando chegaram os pratos, um estava delicioso; o outro apenas “comível”. Dá para perdoar, porque a incidência no erro está na casa de um em cada seis vezes. Isto é, o prejuízo para o paladar é administrável.
Muitas vezes, os pratos especiais decepcionam, especialmente se são feitos de camarão. O sabor do camarão internacional, por exemplo, é dominado pelo creme de leite. E o casadinho de camarão é uma mistura de ingrediente que, com o perdão do trocadilho, não casam entre si.
Fato é fato: o Chico Mineiro é tumultuado e barulhento. Sua localização contribui para isso. O restaurante contorna um dos blocos da 104 Norte. Sua “loja” principal fica aos fundos deste bloco comercial. E é ao redor da loja, nas laterais, que as mesas são dispostas. Há cerca de seis meses, os donos até compraram a confeitaria ao lado (Das Haus) para ter a liberdade de espalhar mais mesas e receber mais clientes.
Com isso, a depender de onde você esteja sentado, há certa dificuldade de se ter uma visão geral do ambiente e de localizar o garçom responsável pelo atendimento da sua mesa. Some-se a isso a proximidade das mesas e a consequente batalha de decibéis entre as pessoas. Acaba sendo praticamente impossível ter uma conversa num volume normal.
Cortês sim; omissa, não.
DEVO IR?
Vá sim. Comer um bom PF.
PONTO ALTO:
Comida honesta a bom preço.
PONTO FRACO:
Local muito movimentado, barulhento.
Confraria Chico Mineiro
104 Norte, Bloco D, Loja 38, 3963-1956. Site.