As pizzas da Baco conquistam à primeira mordida
Com 12 anos de estrada, o proprietário Gil Guimarães conseguiu chegar, nos últimos anos de atuação da casa, em um nível bem elevado do que é servir uma pizza
atualizado
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Pizza não é coisa simples. Não é só misturar farinha, água, fermento e sal e achar que você tem uma massa. E mais: tem alguns estabelecimentos que esperam ludibriar o cliente colocando uma série de “gostosuras” por cima e achando que vão salvar o produto final. O resultado dessa experiência pode ser catastrófico.
Isso não acontece na Baco Pizzaria, que não brinca em serviço. Com 12 anos de estrada, seu proprietário Gil Guimarães conseguiu chegar, nos últimos anos de atuação da casa, em um nível bem elevado do que é servir uma pizza. A gente se apaixona à primeira mordida.
A procura de Gil por ingredientes de altíssima qualidade, com a valorização de produtores locais e produção própria de alguns ingredientes de sua pizza, deu o toque que faltava para que a Baco esteja entre as duas mais autênticas pizzarias de Brasília, ao lado da La Fornacella. Esta seleção faz toda a diferença.
Em recente votação pela revista Prazeres da Mesa, a Baco ganhou o prêmio de melhor pizzaria do Brasil. Não posso garantir que tal resultado reflete a realidade, pois não comi em todas as quatro casas concorrentes e nem em outras tantas pizzarias pelo país. Mas, posso dizer que as pizzas da Baco – entre as dezenas que experimentei – só perdem no meu paladar para as da pizzaria Roberta’s, no Brooklyn, em Nova York.
O que chama a atenção quando você se senta no restaurante é o padrão. As pizzas que os garçons levam de lá pra cá, independentemente do sabor, têm o mesmo visual: há regularidade na quantidade do recheio e a disposição dos ingredientes é fidedigna – parecem gêmeos univitelinos.
Mais do que parecer, posso afirmar que, comendo diversos sabores de pizzas nas unidades da Asa Sul e da Asa Norte, elas mantêm o mesmo gosto. Massa fina, leve e crocante, ingredientes de qualidade para os mais variados tipos de recheio, e carinho.
Só de imaginar a pizza calabresa a castelões (calabresa caseira defumada, muçarela de búfala ou fior de latte, pomodoro pelati e orégano – R$ 62,50, oito pedaços) me vem aquela sensação agradável na boca e logo penso que todos os ingredientes ali foram feitos uns para os outros.
E ao relembrar a pizza napoletana, o prazer pode ser ainda maior. Explico. Um dos pontos de excelência da Baco é a produção da tal Vera Pizza Napoletana, certificada por uma associação do sul da Itália por respeitar a maneira tradicional de se elaborar as pizzas.
O que as diferenciam das outras é sua massa (fermentada durante 24 horas, misturando água, farinha 00, fermento e sal), o uso de produtos específicos no recheio, assado em forno a lenha com controle de temperatura. Tudo isso somado faz você ter uma experiência única.
Aliás, podem ser duas: na versão margherita (R$ 58, oito fatias) com molho de tomate San Marzano ou pomodoro pelati, muçarela de búfala, azeite de oliva extra virgem, parmesão e manjericão fresco ou na versão marinara (R$ 43, oito pedaços), com molho de tomate, manjericão, orégano e um toque de alho.
Nem só de pizza vive a Baco. Das entradinhas, a que mais me apetece é a berinjela à parmigiana (R$ 32) ou as duas burratas para compartilhar (R$ 43). Este queijo desmancha na boca e com os complementos oferecidos, tomatinhos ou carpaccio e tapenade de azeitonas, ficam ainda mais aveludados e complementares de sabor e textura.
É claro que, para quem está de dieta, há no cardápio opções de quatro saladas – em média, R$ 34,60 cada uma. Mas honestamente, fuja delas. Todo o esmero na confecção da pizza não é transportado para a montagem destas.
Comi a de queijo de cabra. Muitas folhas dos dois tipos de alface vieram “desgrenhadas”, poucos tomates grapes, ainda menos azeitonas do que tomates e uma super “torrada” com queijo de cabra em cima das folhas. Confesso que me decepcionei ao olhar e ao comer. Naturalmente, pensei que os pedaços de queijo viessem no meio da salada e que a mesma tivesse uma proporção adequada dos ingredientes. Não queria comer apenas alface.
Mas, se você está indo a uma pizzaria, provavelmente salada seja a última coisa que você queira comer. Vamos ser coerentes, né?
Cortês sim; omissa, não.
DEVO IR?
Sim. A da Asa Sul é mais tradicional. A da Asa Norte, mais eficiente no atendimento.
PONTO ALTO:
A qualidade dos ingredientes das pizzas.
PONTO FRACO:
As saladas. E muito barulho e o atendimento oscilante.
408 Sul, Bloco C, Loja 35, 3244-2292.
309 Norte, Bloco A, Loja 30, 3274-8600.