Cervejarias se reúnem para produzir rótulos colaborativos e festejar
Promovido pela Microcervejaria X, o Acampamento Cigano já teve participação das premiadas Urbana, Dogma, Júpiter, Suméria e The Shout
atualizado
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A primeira ideia foi lançada em um encontro entre cervejeiros amigos. O insight era óbvio: por que não unir esforços, receitas e conhecimento para divulgar a cerveja artesanal no Centro-Oeste? Foi assim, praticamente em uma conversa de boteco, que surgiu o projeto Acampamento Cigano.
A magia da iniciativa está na mobilização de cervejarias consagradas e na produção de rótulos únicos, inéditos e deliciosos. Quem promove os encontros explosivos é a Microcervejaria X, comandada pelo casal Alexandre e Rogéria Xerxernevsky. Em 2015, eles vestiram a camisa da produção cigana e há um ano movimentam o cenário, reunindo gênios do universo cervejeiro.
Para quem esqueceu, lembramos: cervejaria cigana é aquele tipo de negócio que não tem fábrica própria, e que, por opção dos proprietários, usa fermentadores parceiros, pagando aos anfitriões um valor por garrafa ou por litro de cerveja produzida.
Misturando referências e conhecimentos
A Microcervejaria X usa uma fábrica em Goiânia, mas, em vez de fazer apenas os rótulos do portfólio, decidiu convidar amigos para misturar referências e conhecimento. Os amigos em questão são nada menos que os mestres-cervejeiros das premiadas cervejarias Urbana, Dogma, Júpiter, Suméria e The Shout — um por vez. Nada mal,né?
A primeira experiência colaborativa foi feita com a cervejaria paulista Urbana. Alexandre rascunhou a receita e colocou no papel o desejo de usar frutas do cerrado, produzindo uma bebida levinha. Do outro lado, o mestre-cervejeiro André Cancegliero deu seus pitacos, incluiu ingredientes, trocou ideia sobre a escolha dos maltes e a seleção das leveduras.
A brassagem foi feita, mas ainda faltava escolher as tais frutinhas. Depois de várias provas de sorvete em uma tarde açucarada, elegeram as campeãs: cagaita e taperebá. Pronto, nascia o rótulo batizado de Bela e Recatada, uma belezura do estilo American Wheat.
Produção em clima de festa
Mas não basta fazer a receita e produzir em grande escala, é preciso comemorar! “Como gosto de festa, inventei essa história do Acampamento. No dia da produção, o cervejeiro convidado viaja até a fábrica em Goiânia e nós abrimos a cervejaria ao público”, explica Rogéria.
Eles chamam food truck, colocam música e engatam vários chopes a preço promocional. “Além disso, sempre alugamos uma van que sai de Brasília para Goiânia”, ela acrescenta. “Os cervejeiros amigos vão com a maior alegria. Eles conhecem o Alexandre há muito tempo, sentem orgulho de fazer cerveja com ele”, conta.
O ritual do Acampamento Cigano se repete a cada lançamento. Já são cinco cervejas colaborativas e todas muito bem avaliadas. A distribuição dessas delicinhas é feita em Brasília, Goiânia e São Paulo. Este ano, os rótulos devem chegar ao Rio de Janeiro e Estados do Nordeste. Só na capital paulista, as cervejas da Microcervejaria X são vendidas em quase 100 pontos de venda.
Outros lançamentos do acampamento
Entre as cervejas mais recentes do Acampamento Cigano, estão a Noite no Cerrado, uma Black Rye IPA feita com a cervejaria Júpiter, e a Angel Dust, uma Belgian Double IPA elaborada em parceria com a Dogma.
A primeira carrega o amargor do estilo, o gosto de café que vem do malte torrado e também um sabor picante causado pela adição de centeio. Já a Belgian Double IPA usa a mesma receita da Angel Tripel, uma cerveja do portfolio da Micro-X, mas com uma dose cavalar de lúpulo, ou seja, é amarga até dizer chega.
Sobre essas invenções colaborativas, criativas e maravilhosas, só temos uma coisa a dizer: queremos mais Acampamentos Ciganos em 2017! Gratos.