metropoles.com

A cerveja da Idade Média é igual a que bebemos atualmente?

O preparo da bebida evoluiu muito ao longo dos anos, mas o gosto continua bastante parecido

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
iStock
hop cone with beer
1 de 1 hop cone with beer - Foto: iStock

Você já imaginou como as cervejas eram feitas e consumidas há quinhentos mil anos? Será que o gosto era parecido com o da bebida que tomamos hoje? Uma história curiosa e um tanto surpreendente pode ajudar na busca por respostas. Há cerca de seis anos, cinco garrafas do líquido foram encontradas a quase 50 metros de profundidade no mar Báltico. Os recipientes, de cor marrom, estavam cheios, devidamente lacrados e, concluiu-se, estavam lá há duzentos anos. Apesar das distorções provocadas pelo tempo, eram garrafas de uma Red Ale, com características semelhantes às que tomamos atualmente.

A descoberta confirmou uma informação importante: as cervejas da família Ale, ou seja, fermentadas em temperaturas mais altas, dominaram a produção mundial por milênios. Na Alemanha, por exemplo, até o século 16, era impossível encontrar um exemplar das famosas Helles, Dunkel ou Bock. Além disso, durante muitos anos, a produção era estritamente doméstica, para o consumo da família.

5 imagens
Gruit: mistura de ervas usada para fazer cerveja
1 de 5

Reprodução
2 de 5

Reprodução
3 de 5

Reprodução
4 de 5

5 de 5

Gruit: mistura de ervas usada para fazer cerveja

Reprodução

À medida que o processo foi sendo aprimorado e o produto chegava às tabernas, cresciam os olhos dos senhores feudais e da Igreja Católica, que viram na cerveja uma fonte de lucro… e de prazer. Os bebuns daquela época não faziam muito esforço para esconder o estado eufórico que o álcool produzia. Dizem até que alguns religiosos chegaram a vomitar a hóstia durante os cultos.

Bizarrices à parte, vale lembrar que, na Idade Média, tomar o líquido fermentado era um dos hábitos mais seguros, já que o processo de produção exigia uma etapa de fervura. Fervida, a bebida estava livre de contaminações. E foi justamente pensando em preservar a saúde dos alemães que os governantes criaram algumas regras que deixaram resquícios culturais cultivados até hoje.

Evitar a exposição da cerveja era lei e, por isso, os bebedores inventaram uma caneca com tampa articulada. Como o vidro ainda era um material muito raro, os recipientes, chamados de “stein”, eram feitos de madeira, pedra, metal, cerâmica ou porcelana.

Ingredientes estranhos
Acelerando a máquina do tempo e voltando mais de mil anos, é possível encontrar registros do uso de mel, zimbro e frutas vermelhas na produção de cervejas. Na verdade, atenuar o gosto forte da bebida era um grande desafio. Como nessa época o lúpulo não fazia parte da lista de ingredientes, a alternativa encontrada na Europa foi usar uma mistura de ervas que recebeu o nome de “gruit”. A fórmula era super secreta e variava de acordo com as plantas disponíveis em cada estação.

Com a descoberta das vantagens do lúpulo, as cervejas ganharam mais sabor e puderam ser conservadas por muito mais tempo. Afinal, a capacidade de preservar as características da bebida é uma das principais propriedades da espécie.

Para termos uma ideia das dificuldades enfrentadas por esses verdadeiros alquimistas, basta lembrar que milhões de litros de cerveja foram feitos sem a ajuda de equipamentos que hoje são considerados básicos, como, por exemplo, termômetro e hidrômetro. Cada produção era uma verdadeira aventura.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?