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A Coisa Tá Russa! – A Copa acabou. E agora? O que será de nós, José?

O que será de nós sem os memes? Sem o Neymar rolando? Sem a beleza, cor, alegria, fantasia da galera? Sem o feiticeiro de Samara, meu povo?

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Matthias Hangst/Getty Images
France v Croatia – 2018 FIFA World Cup Russia Final
1 de 1 France v Croatia – 2018 FIFA World Cup Russia Final - Foto: Matthias Hangst/Getty Images

A Copa acabou. O VAR acabou. O jogo acabou. Gols de Kane não temos mais. Nem as arrancadas de Mbappé. Muito menos o fôlego de Modric. Ou a técnica de Hazard. O que será de nós sem os memes? Sem o Neymar caindo e rolando? Sem os derrotados chorando? Sem a beleza, a cor, a alegria, a fantasia da galera? Sem o feiticeiro de Samara, essa maravilha? Sem as trocas de figurinhas. Sem tudo isso e mais um pouco?

A Copa acabou. Teve Putin dizendo que a Rússia era um país amistoso e amigável. E a gente duvidou. Teve um Brasil caindo pelo caminho. E a gente mal acreditou. Teve a juventude da França ganhando. E a gente vibrou. Vai menino Mbappé. Vai lá, com sua liberté pelo gramado, com sua egalité de imigrantes no time, com sua fraternité ao doar o prêmio que ganhou na competição para a caridade.

A Copa acabou. Vai, Luka Modric, festejar sua Bola de Ouro, abraçar a presidente do seu país, que se mostrou gente como a gente, pagando a viagem até a Rússia do próprio bolso, viajando em classe econômica, se hospedando por sua conta e risco, invadindo vestiário para abraçar os compatriotas, beijando todo mundo, sob chuva, após a final.

A Copa acabou. E, com ela, vão embora as polêmicas, as intrigas, os casos de assédio sexual, os maus exemplos de racismo e homofobia. Vão não. Esses vão ficar. E contra eles vamos lutar. É para isso que a gente vive, afinal. A Copa acabou. E, a exemplo do Brasil, teve vibração, alegria, choro, lágrimas, felicidade e elefantes brancos.

A Copa acabou. Mas teve a Geração de Ouro da Bélgica e seus contra-ataques fulminantes, a confirmação francesa, a raça croata, a festa da Coreia do Sul ao bater a Alemanha, o bom futebol de Suárez e Cavani, a determinação de Casemiro, mais um fracasso de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, a beleza das arquibancadas, a alegria do time e da torcida do estreante Panamá ao fazer um golzinho na derrota por 6 x 1 para a Inglaterra, a estrela de Mina e seus três tentos de cabeça, a festa emocionante da torcida islandesa e seu canto viking, tanta coisa, caramba…

Catar
A Copa acabou. Tudo bem que, daqui a quatro anos e quatro meses, em 21 de novembro de 2022, a gente se encontra, de novo, no Catar. Mas… até lá, muita coisa vai rolar no planeta futebol. Sem Arnaldo Cézar Coelho falando “A regra é clara”, com Casagrande sóbrio seguindo regras e em dúvida quanto a Galvão Bueno – “Quem é que naaaaarra?!”.

A Copa acabou. E, com o fim dela, com o fim de um ciclo, tudo deve ser pensado, analisado, revisitado, sentido. A dor da despedida é ingrata, a luta pela espera é inglória, mas vida que segue. Logo chegará a segunda-feira e, com ela, mais de 1.500 dias até o próximo jogo, em 21 de novembro de 2022. Até lá, sem Copa, só nos resta viver. E ai daquele que diz que não irá sofrer. Mentiroso. A esse, a esses, desejo um exílio na gélida Sibéria. Melhor, uma preparação para o quase infernal calor do Catar. Que o inferno seja dos outros, não nosso, amantes da bola, do futebol, da Copa.

A gente se vê, Copa.

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