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Logomania: volta a famosa paixão dos anos 1990 por logomarcas

Os anos 90 e início dos anos 2000 estão voltando com força total, e a “logomania” não passou despercebida

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Se as suas memórias do início da década de 2000 incluem pessoas andando pelas ruas portando seus colares com pingente da Chanel, bolsas e sapatos Gucci, malas e bolsas Louis Vuitton em toda esquina, Calvin Klein em quaisquer peças de roupa e, mesmo na falta de rigidez do inverno brasileiro, algumas pessoas com seus trench coats Burberry, você viu de perto a maior fase de “logomania”.

O cenário é o fim dos anos 1990 e a recepção “fashion” dos anos 2000. As grandes maisons começam a ganhar um destaque por um público que ia além da “classe A”. Pagar caro por um produto simples parecia razoável. Por quê? Porque não se comprava o design e, sim, a marca. E como essa marca se expressava? Através de sua logomarca – daí o nome: Logomania.

A base dessa mania fashion é, como o nome já afirma, a logo. O anúncio do que se pertence poderia ser notado há metros de distância. As grandes maisons da moda abandonaram a sutileza e estampavam para quem quisesse ver que aquele produto fazia parte de sua coleção.

Foi este o tempo em que Dior, Burberry, Louis Vuitton, Gucci e Yves Saint Laurent caíram nas graças de todo o público e quebraram o estereótipo de idade e classe social de seus produtos. Para usar uma camisa YSL você não precisa ser mais velho e nem muito menos sair de um carro de luxo. A logo levou as grandes grifes ao jovem já endinheirado, mas que prefere transitar de metrô.

Para se adaptar à nova forma de mercado, todas as grandes marcas precisavam se adaptar à febre de logomarca em seus produtos. Foi aqui que a Moschino – antes de ser a polêmica e irônica Moschino de Jeremy Scott – lançou o fatídico cinto com o nome da marca em dourado que iria ganhar filas de espera. Vendo a mudança no “clima” mundial da moda, a Versace colocou nas prateleiras sua colorida e característica coleção que também gritava seu nome.

Mas que a moda vem e vai, você já sabe. Seus avós provavelmente repetiam isso constantemente para você quando se cogitava ceder aquele moletom cheio de logomarcas para a doação no bazar da igreja mais próxima. Eles sabiam o que estavam dizendo, porque recebemos em 2016 a volta da moda que não foi: logomania é tendência.

Depois de muito reboliço no fashion world, mal podíamos perceber que quando a maison ganhava as urbanas ruas de todo o mundo lá no início dos anos 2000 estaríamos dando origem a um termo muito usado hoje: hi-low. A mania de misturar uma peça ultra cara com outra peça comprada em uma rede de fast-fashion também caiu na graça do público, e é dessa forma que ela resgata a moda noventista de anunciar a label nas peças de roupa.

Como todo resgate do ramo vem com algumas mudanças, hoje a mania ganha as ruas com um toque mais urbano. A tendência agora são – além das já citadas grifes – as grandes do esporte: Nike, Adidas e New Balance tornam-se febre entre os “digital influencers”, público que dita a moda urbana em tempos de redes sociais.

A mistura de acessórios caros com peças mais em conta fazem parte dos “street looks” de quem desfila por aí exibindo sua camiseta Adidas ou seu tênis edição limitada da Nike e nós, é claro, sentimos aquele gostinho de déjà vu fashion.

Uma coisa aqui é certa: na moda tudo que vai, volta.

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