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Estudo da FGV aponta que 50% das mulheres são demitidas após gestação

Metade das 247 mil mulheres entrevistadas pela instituição perderam o emprego até cinco anos após maternidade. Dados ainda são preliminares

atualizado

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1 de 1 gravida - Foto: iStock

Dê um passo atrás no planejamento familiar, se estiver pleiteando um na carreira. Apesar de todo o esforço da luta feminista, conciliar maternidade e trabalho ainda não é possível. Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito com 247 mil mulheres, dois anos após terem dado à luz, metade delas havia perdido o emprego.

Os resultados detalhados da pesquisa ainda serão divulgados. Mas além da alarmante estatística, divulgada primeiro pelo jornal O Globo, a instituição afirma também que nos dois primeiros meses após o retorno ao trabalho da licença-maternidade, a probabilidade de demissão chega a 10%.

“Isso mostra que a proteção da lei é insuficiente para assegurar um tratamento igualitário dentro do espaço de trabalho. O número também chama atenção justamente porque o país aprovou a reforma das leis trabalhistas que devem diminuir ainda mais essa proteção”, avalia a advogada Camila Gomes, conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil do DF (OAB-DF).

Atualmente, a legislação brasileira determina: mulheres com carteira assinada não podem ser demitidas sem justa causa desde o momento em que a gravidez é concebida até cinco meses após o parto.

Mas este problema não é só do país. Em maio deste ano, dois estudos econômicos da Universidade de Wellesley, nos EUA, concluíram que a maternidade acentua a diferença salarial entre homens e mulheres. Os pesquisadores chegaram à conclusão observando a faixa etária na qual a discrepância é maior: entre os 20 e a metade da faixa dos 30 anos, idade em que grande parte das mulheres têm filhos.

O mesmo estudo constatou que mulheres que adiam os planos de gravidez continuam ganhando salários parecidos com o dos maridos ou colegas.

Isso mostra como as discussões de gênero ainda são extremamente necessárias no ambiente de trabalho.

Camila Gomes, advogada trabalhista e conselheira da OAB-DF

Segundo a especialista, quando as empresas respeitam a carência de cinco meses, o maior desafio se torna provar na Justiça que a demissão foi motivada por discriminação. “Essa pesquisa da FGV pode nos dar elementos para questionarmos isso junto a juízes. Essa discriminação quase sempre é velada, uma crueldade absurda”.

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