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Mãe paga para a filha ser sequestrada e a manda para acampamento no deserto

Tentando controlar a rebeldia da filha, Raye Johnson dopou a adolescente e assistiu ela ser levada

atualizado

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Até onde pode chegar os atos de amor e preocupação de uma mãe por seus filhos? Foi isso que a americana Raye Johnson* se perguntou antes de tentar algo extremo na tentativa de dar um alerta para a filha que estava tomando atitudes irresponsáveis.

Johnson largou uma carreira de sucesso e mudou-se com o filho e a filha para a Flórida, para que pudessem ter mais tempo em família, depois que se divorciou do marido. Ela sempre teve expectativas altas para os filhos e eles sabiam disso.

Mas, ao 17 anos a filha começou a andar com más influências, as notas passaram de 10 para medianas e a sua atitude mudou. “Começamos a brigar até para ela ir para a escola. Ela dizia que eu podia deixá-la, mas não poderia obrigá-la a entrar na sala e assistir as aulas”, contou em entrevista ao The Guardian.

Não demorou muito para a menina dizer que iria desistir da escola e se tornar uma cabeleireira famosa e pedir para a mãe pagar pela escola de beleza.  Rave ficou perturbada com o anúncio. “Eu não tenho nada contra a profissão de cabeleireira, mas eu queria que ela se formasse antes e depois analisasse suas opções”, explica.

Na mesma época, a polícia pegou o filho de 14 anos duas vezes com drogas e ela decidiu que não esperaria uma terceira vez. Então o mandou embora para um internato rigoroso em outro estado. Em uma visita de fim de semana, o filho a surpreendeu com o quanto tinha mudado. Foi então que ela pensou em como a filha se beneficiaria se tivesse o mesmo tratamento intensivo.

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Raye Johnson pagou para ter a filha sequestrada e levada o deserto

A escola de beleza começaria logo e a mãe só teria autonomia sobre a filha até que ela completasse 18 anos. Foi então que ela encontrou um acampamento para crianças problemáticas e contratou um serviço particular para levar a adolescente à força. Johnson levou a filha para jantar, com o pretexto de que era para comemorar sua nova escola, e colocou sonífero na bebida da garota.

Na madrugada, a mãe entrou no quarto, disse para a filha que a amava e que ela iria para uma viagem. Em seguida, os dois estranhos que ela contratou a levaram do seu quarto e voaram com ela para o deserto. “Eu estava fora da porta, tremendo. Eu teria acabado de criar uma situação em que perderia a minha filha para sempre?”.

No primeiro dia Raye ficou arrasada. Ela diz que sabia estar fazendo o certo,  mas não sabia se a filha a perdoaria. Os amigos ligavam e ela dizia que a adolescente estava viajando e não sabia pra onde ou quando voltaria.

O tratamento custou US$16 mil e eram esgotantes desafios físicos e mentais, que durariam sete semanas. As outras crianças que estavam lá eram jovens delinquentes, viciados em drogas, alguns tentaram suicídio. Eles viviam como homens das cavernas e não ficavam sob um teto na maior parte do tempo, tinham que cuidar de seus resíduos sanitários, aprender habilidades de sobrevivência e fazer trabalhos físicos. Alguns tinham seus cabelos cortados, pois não conseguiam lavar.

Eles faziam terapia diária e escreviam cartas a seus pais. “Minha filha estava cheia de desculpas: como ela havia cometido erros, queria ser perdoada, como me amava. Claro, ela estava com raiva no início, quando ela não sabia o que estava acontecendo, mas logo entendeu os meus motivos por eu ter mandado ela e estava envergonhada” diz Raye.

No final, os pais foram levados para o deserto para serem reunidos com seus filhos. A adolescente estava musculosa e suja. As duas se abraçaram e choraram. A mãe reconheceu a filha de antigamente, antes da rebeldia.

A filha terminou o ensino médio com notas altas, foi para a faculdade, fez um mestrado. Ela trabalha no sistema legal agora. “Os meus filhos brincam que eu sou uma mãe psicopata, mas eles me perdoaram e nos mantemos próximos. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz. Mas, eles chegariam aonde estão hoje sem medidas drásticas? Talvez, mas não era uma chance que eu estava disposta a tomar. Eu acredito que quanto mais sofremos na vida, mais nós crescemos. Tenho dois filhos fortes e surpreendentes, e eu faria novamente”, desabafa.

 

*Raye Johnson é um pseudônimo

 

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