Low Poo e No Poo para meninos. Saiba quais produtos usar – e quais não usar – para evitar a queda e deixar os cabelos mais fortes e radiantes
Profissionais afirmam que o uso de shampoos com agentes de limpeza mais leves podem deixar os cabelos mais maleáveis e saudáveis
atualizado
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Não é de hoje que a preocupação com a saúde e o visual têm feito os homens aderirem a tendências e procedimentos estéticos famosos no universo feminino. Duas delas são o Low Poo e o No Poo, técnicas de higienização dos cabelos que buscam banir a utilização do shampoo (No Poo) ou usá-lo em pouca quantidade (Low Poo). Enquanto o Low Poo defende o uso de shampoos com agentes de limpeza mais leves, o No Poo dispensa a utilização do shampoo convencional e dá espaço para outras opções de lavagem como a co-wash, feita com condicionadores específicos.
Para quem não sabe, a maioria dos shampoos tradicionais contém vários componentes em sua fórmula que, a longo prazo, podem prejudicar a saúde dos cabelos. Alguns desses “vilões” são os sulfatos, parafina, óleo mineral, silicones e parabenos, que nos rótulos podem aparecer com nomenclaturas internacionais ou de difícil compreensão. De acordo com Leandra Sá de Lima, farmacêutica consultora da Farmacotécnica, cada uma dessas substâncias mencionadas pode gerar um resultado indesejável diferente nos cabelos.
Sulfatos têm a função de remover a sujeira do cabelo, entretanto, podem danificar as fibras capilares. Óleo mineral, parafina e silicone atuam na manutenção do brilho, da maleabilidade e da proteção. Porém, por se depositarem gradualmente no couro cabeludo, geram aquele efeito de cabelo pesado. Parabenos são conservantes que evitam que o produto seja contaminado por fungos e bactérias, mas se discute os efeitos indesejáveis a longo prazo.
Pensando nisso, alguns homens passaram a observar ainda mais a composição desses produtos e garantem que as técnicas têm ajudado a melhorar o caimento dos fios, suavizar o frizz e até mesmo diminuir a queda de cabelos. Mas até onde essas técnicas verdadeiramente funcionam?
Low Poo e cabelos mais macios
Danilo Mota tem visto resultados desde que se tornou adepto do Low Poo. O estudante passou a evitar shampoos com sulfato e outros componentes “maléficos” porque acreditava que eles aumentavam o frizz e deixavam os cabelos mais secos e sem hidratação. “No início tinha muita dificuldade de encontrar alguns e acabava usando shampoos de bebês, mas agora compro de algumas linhas naturais que saíram no mercado. Sinto que meu cabelo responde melhor a eles e que o número de lavagens por semana é bem menor. ”
De acordo com o dermatologista Erasmo Tokarski, isso se deve ao sulfato. Responsável pela espuma presente na maioria dos shampoos tradicionais, esse composto tem um alto poder de limpeza que remove impurezas e sujeiras, mas, em contrapartida, retira também óleos essenciais ao nosso couro cabeludo, fazendo com que os fios fiquem mais ressecados.
O excesso de shampoo pode retirar demais a oleosidade do cabelo. O couro cabeludo interpreta isso como uma agressão e acaba produzindo mais oleosidade. Nesse caso, shampoos sem espuma podem ajudar em alguns casos, principalmente para quem tem cabelos muito secos.
Erasmo Tokarski
No caso dos shampoos de bebês, Erasmo afirma que são menos agressivos que os demais devido ao tipo de detergente contido em sua formulação. “Isso não significa, entretanto, que eles sejam adequados para os adultos”.
Para a dermatologista Leandra Sá de Lima, uma boa alternativa para quem tem cabelos muito secos são os condicionares limpantes, protagonistas da técnica mais conhecida como co-wash. No entanto, apesar de todo o benefício, ela aconselha o uso eventual.
Condicionadores limpantes utilizam outros tipos de tensoativos não sulfatados que se propõem a limpar sem agredir os fios. Cabelos danificados, quimicamente tratados e com frizz, serão beneficiados com este tipo de produto.
Leandra Sá de Lima
No Poo e a queda de cabelo
O dermatologista Erasmo Tokaski discorda que haja uma ligação com o uso dos produtos tradicionais e a queda de cabelos. “Normalmente, a queda de cabelo está associada à fatores genéticos, deficiências alimentares, estresse, efeitos colaterais de medicamentos e não com a composição desses produtos.” Leandra concorda com os fatores expostos pelo dermatologista, no entanto, ela acredita que a diminuição do número de fios pode ser ocasionada ou agravada por produtos capilares.
Os produtos condicionantes que são adicionados aos shampoos, podem se depositar na fibra capilar e no couro cabeludo e prejudicar a nutrição e oxigenação da região, favorecendo a queda do cabelo. Nestes casos específicos, shampoos anti-resíduos são muito mais favoráveis à retomada do crescimento adequado dos fios de cabelo.
Leandra Sá de Lima
O advogado Bruno Jaques, adepto do No Poo, parou de fazer uso do shampoo e começou a higienizar os cabelos através do co-wash. A lavagem com condicionador feita apenas com produtos específicos, livres de parafina, petrolatos e silicones insolúveis, segundo Bruno, funcionou perfeitamente.“ Primeiro percebi que ele ficou bem mais maleável e depois teve a diferença notável de como meu cabelo não cai como antes e para falar a verdade, até acho que cresceu mais. ”
Erasmo afirma que os condicionadores limpantes pode ajudar a manter os cabelos mais saudáveis e hidratados, mas assim como Leandra discorda que haja um favorecimento quanto à velocidade de crescimento e aconselha que o uso eventual ainda é a melhor opção. “Produtos como esse utilizam outros tipos de tensoativos não sulfatados que se propõem a limpar sem agredir os fios. Cabelos danificados, quimicamente tratados ou mesmo que tendam a apresentar muito frizz, com certeza serão beneficiados”, explica a farmacêutica.
Vale lembrar que, para Leandra, o produto mais efetivo de qualquer linha capilar que se proponha a reduzir a queda dos fios é o tônico. “O shampoo favorece apenas a limpeza adequada e o controle da oleosidade”, explica a profissional. Para os mais desesperados um alerta: sobrecarregar o couro cabeludo com produtos como finalizadores, máscaras, shampoos 2×1, podem ajudar a acelerar o processo de queda.