O Dia do Professor e a grande lição
O 15 de outubro, Dia do Professor, começou com a informação de que os professores do Distrito Federal também aderiram à greve dos servidores públicos. É mais uma categoria a engrossar o movimento dos que lutam para ver pagos os reajustes salariais conquistados em acordos firmados pelo governo passado, reconhecidos pela justiça e não pagos […]
atualizado
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O 15 de outubro, Dia do Professor, começou com a informação de que os professores do Distrito Federal também aderiram à greve dos servidores públicos. É mais uma categoria a engrossar o movimento dos que lutam para ver pagos os reajustes salariais conquistados em acordos firmados pelo governo passado, reconhecidos pela justiça e não pagos pela atual gestão, sob o argumento de que falta dinheiro para isso.
Esse mesmo dia, do professor, terminou com uma aula de dignidade. O ex-secretário Carlos Tomé, que acabou de voltar da França, parece ter sido surpreendido com a notícia de que estava sendo substituído na reforma administrativa do Governo do Distrito Federal. Para o seu lugar, foi deslocado o ex-secretário de Relações Institucionais Marcos Dantas.
Com Tomé ocorreria o que no ambiente político se chama “uma queda para o alto”. Seria o chefe de gabinete do governador, posição estratégica, de alta confiança e muito cobiçada. Um lugar para os íntimos.
Mas, para a surpresa de muitos e, talvez até, do próprio governador, Carlos Tomé declinou elegantemente do “convite”. Ao que parece, a jogada não tinha sido combinada antes com “os russos”. E Tomé preferiu, sem fazer alarde, regressar para o conforto do Senado, onde é concursado, recebe um alto salário e enfrenta “um universo” a menos de problemas.
O governador pode ter ficado com a brocha nas mãos. Perdeu um dos seus melhores quadros (mais um) e, no mínimo, corre o risco de ter uma amizade de longa data abalada.
Aos dez meses de gestão, o governo, com a sua reforma administrativa, parece ter dado um nó nas próprias pernas e o cenário não é dos mais alentadores. Com todas as qualidades que Marcos Dantas tem (e não são poucas), sua transferência para uma pasta tão técnica como a da Mobilidade sugere atender uma necessidade exclusivamente política, de acomodação de um alto quadro do PSB e um companheiro dos mais leais a Rollemberg. Não será uma tarefa fácil para Dantas vencer os problemas gigantescos de uma das secretarias mais sensíveis do governo.
São dois episódios de um dia que entra para a história do DF. Um dia de professor, um dia de muitas tarefas e grandes lições.
Maranhão Viegas
Jornalista e analista político